Sanepar tem os melhores indicadores de esgoto do País

Em 2020, as 255 estações de tratamento da Companhia removeram quase 100 mil toneladas de carga poluidora do esgoto coletado. Esse volume, medido em Demanda Biológica de Oxigênio, foi 6,7% superior ao de 2019.
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11/06/2021 - 17:40
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O sistema de esgotamento sanitário mantido pela Sanepar no Paraná é o melhor do Brasil e tem importantes reflexos ambientais. Em maio de 2011, o Índice de Atendimento com Rede Coletora de Esgoto nas cidades onde a Sanepar atua era de 63%. Neste ano, o índice está em 77% da população. E 100% do esgoto coletado é tratado.

Os índices estão bem acima da média nacional de coleta de esgoto, que é de 54% (dados de 2019), e o de tratamento, de 62%, segundo dados do Sistema Nacional de Informçaões de Saneamento – SNIS.

Em 2020, as 255 estações de tratamento de esgoto da Companhia removeram 99.708 toneladas de carga poluidora que poderiam comprometer a qualidade da água dos rios. Esse volume, medido em Demanda Biológica de Oxigênio (DBO), foi 6,7% superior ao de 2019. E vem crescendo ano a ano.

Sem a coleta e sem o tratamento, o esgoto in natura poderia atingir rios, córregos, mares e até mesmo correr a céu aberto, causando danos ambientais e riscos à saúde da população.

O professor Miguel Mansur Aisse, do programa de Pós-Gradução em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que o parâmetro de DBO representa a capacidade do esgoto de “roubar” oxigênio dos rios.

“O tratamento de esgoto tem um grande impacto sobre a saúde e o meio ambiente. Ao remover toneladas de DBO no processo de tratamento, a Sanepar evita que esse esgoto roube o oxigênio dos rios. A vida dos peixes, que dependem do oxigênio, revela a saúde do corpo de água”, afirma.

O esgoto, segundo ele, além de ser um “ladrão” do oxigênio, também transporta substâncias orgânicas e inorgânicas que são retiradas no processo de tratamento. “Os rios recebem esgoto e fornecem água para abastecimento. Portanto, a distância entre o ponto de lançamento de esgoto e o de captação de água também é importante”, afirma o professor.

SUSTENTABILIDADE – No processo de tratamento, além de assegurar que o efluente tratado vá para os rios conforme os parâmetros legais, a Sanepar tem adotado medidas sustentáveis para os resíduos sólidos.

Parte do lodo das estações é destinada para a agricultura, alternativa considerada exemplo de prática ambientalmente correta pelo Programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Desde 2007, a Sanepar já destinou para a agricultura cerca de 320 mil toneladas de lodo.

Parte do lodo de esgoto também é aproveitada na geração de energia elétrica. O modelo pioneiro foi implantado na Estação de Tratamento de Esgoto Ouro Verde, em Foz do Iguaçu. Foi a primeira usina brasileira de geração distribuída de energia elétrica movida a biogás do tratamento de esgoto a ser cadastrada junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Na ETE Belém, na Região Metropolitana de Curitiba, o lodo é transformado em energia elétrica pela empresa CS Bionergia, que também usa materiais orgânicos de outros geradores. Em 2020 foram gerados R$ 2,5 milhões em créditos de energia pela CS Bioenergia que tem capacidade de produzir 2,8 MW, energia suficiente para atender aproximadamente 2.100 casas ou 8.400 pessoas.

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