A empresa pública Portos do Paraná, através de seu programa permanente de Educação Ambiental, em parceria com a Prefeitura de Paranaguá, começou a implantação da segunda fase do projeto de readequação dos microssistemas de abastecimento de água nas comunidades ilhadas da Baía de Paranaguá, que estão na área de influência do porto.
Segundo Pedro Pisacco, coordenador de Sustentabilidade da Diretoria de Meio Ambiente da Portos do Paraná, o trabalho acontece em conjunto com as associações comunitárias e com a Semap (Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca), por meio da Cagepar (Central de Água, Esgoto e Serviços Concedidos do Litoral do Paraná).
“É a continuidade de um trabalho que já vem sendo desenvolvido. Na Europinha, por exemplo, na última crise hídrica os moradores passaram por sérias dificuldades de desabastecimento de água. Diante disso, estamos trazendo para eles tecnologias de baixo custo e sustentáveis para solucionar esse tipo de problema cotidiano da comunidade”, afirma Pedro Pisacco.
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“Foi feito na Europinha todo o georreferenciamento, com planta e diâmetro das redes. Depois fizemos uma modelagem hidráulica e percebemos que era necessário fazer uma divisão para aumentar a pressão na parte da sede principal da ilha”, explica Maurício D’ Agostini Silva, engenheiro ambiental da Cagepar, responsável pelo projeto.
Devido a isso, o sistema foi separado em dois, um para a parte oeste/fundos da ilha e outro para leste/sede, com mais pressão e capacidade de abastecimento.
Segundo Agostini, a captação (que mudou de superficial para subsuperficial) está melhorando através do uso de um sistema de trincheira que capta água que já filtrou no solo, água mais limpa, ao invés de pegar água superficial da nascente, mais turva.
“A previsão é que na próxima visita já aconteça a melhoria da captação e implantação de uma tecnologia de proteção de nascente, chamada de Caxambu, que evita a contaminação da água”, afirma o coordenador.
COMUNIDADE – Luís Antônio de Moraes, presidente da comunidade Europinha, mais conhecido como Sargento Moraes, conta que o microssistema atende 46 famílias. “Estamos promovendo a reestruturação da distribuição da água e a separação dos setores. Atualmente, se voltar uma estiagem, temos a possibilidade de fazer um rodízio de água, alternando os setores”, destaca.
Segundo ele, cada morador da comunidade participa com um dia de trabalho. Os que não podem pagam a diária de outro para trabalhar. A parte de tubulação e todo material foram doados em parceria da Portos do Paraná com a DTA Engenharia, que presta serviço ambiental à empresa pública.
Para Pedro Pisacco, é muito importante que todos participem. “Trazemos informações para que eles saibam cuidar do sistema. Mostramos como funciona a questão da gravidade, como se faz as conexões, procedimentos de colagem, de compressão, como abre a trilha para acomodar o cano. O sistema é comunitário, quem vai fazer a manutenção são eles mesmos. Já existe até uma tarifa de manutenção. A ideia é que sejam independentes, não precisem do poder público”, completa.
EXPANSÃO – Todas as outras ilhas na área de abrangência do Porto de Paranaguá estão sendo mapeadas pelo sistema, que avalia o que é necessário e de onde sairão os recursos para realizar a obra. “O objetivo é gerar uma segurança hídrica para as comunidades, para terem condições de viver com quantidade de água suficiente”, diz o engenheiro da Cagepar.
Toda a ação de gestão de abastecimento de água nas comunidades ilhadas da Baía de Paranaguá é realizada no âmbito de licenciamento ambiental do Porto de Paranaguá, conduzido pelo Ibama.