Cerca de 30 quilômetros de rodovias pavimentadas, estradas rurais e grandes chácaras separam o centro de Cascavel de uma de suas obras mais emblemáticas: a barragem de captação de águas no Rio São José, na comunidade de São Salvador. É o primeiro estágio da ampliação do abastecimento previsto no plano diretor para as novas gerações.
O ponto azul e amarelo no mapa dos arredores do município incrementará o abastecimento do município em 25% na próxima década. O investimento da Sanepar é de cerca de R$ 72 milhões e engloba, ainda, a ampliação da estação de tratamento de água e das estações elevatórias de água, localizadas nas margens do Rio Cascavel.
As obras da estrutura de captação atingiram patamar de 70% no começo de julho. O prédio erguido sobre o rio já está praticamente concluído, assim como a tubulação de 14 quilômetros que vai levar as águas até a estação de tratamento do Rio Cascavel, que a bombeará até o perímetro urbano do município. Ainda restam algumas instalações elétricas e a cabine de força.
“Cascavel é uma cidade que atrai muitas empresas e que tem potencial imenso de crescimento, o que induz investimentos pesados em cidadania e qualidade de vida”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior. Segundo ele, o novo sistema de captação de água vai ajudar o município nos próximos anos e já há um planejamento para ampliar essa captação, o que mostra que o Oeste é um dos pilares do desenvolvimento sustentável do Estado.
“Esse sistema tem uma importância significativa para Cascavel, que é uma cidade que cresce no ritmo do agronegócio. É uma obra de grande porte e que nos dá condição de atendimento pelos próximos dez anos”, diz o gerente-geral regional da Sanepar, Renato Mayer Bueno. “O principal é a capacidade de prover a infraestrutura que o município precisa para o seu desenvolvimento econômico, além da garantia de saúde e melhores condições de vida”.
A Sanepar tem a outorga do Rio São José desde 2002 e tem feito monitoramento da qualidade da água de tempos em tempos, mesmo antes de iniciar a captação. Esse rio tem classificação 2 no Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) e atende toda a legislação que regula os mananciais para abastecimento das cidades. No controle efetuado pela companhia, nunca foram encontradas alterações que possam comprometer a qualidade da água ou inviabilizar seu uso para o abastecimento.
PROCESSO – Uma vez concluída, a barragem de nível terá suas três comportas elétricas automatizadas fechadas e a água vai passar por cima da estrutura de concreto cravada no fundo do rio. Ela será captada por três bombas (são cinco no total, com duas reservas) que estão sendo instaladas na margem direita do fluxo e a captação será direcionado por grandes tubos até tanques sedimentadores de 210 metros cúbicos, que têm como função ajudar a filtrar a areia e qualquer tipo de sujeira mais grossa.
Desse tanque a água filtrada é encaminhada para outro reservatório com capacidade para armazenar 200 metros cúbicos, localizado no prédio principal da estrutura. Em seguida a água será encaminhada por um sistema de bombeamento para a estação de tratamento por tubulações enterradas a 1,5 metro de profundidade em meio ao cenário rural. Elas têm 700 milímetros de diâmetro e podem levar a água com fluxo de 350 litros por segundo.
Também estão em andamento as obras de ampliação da estação de tratamento de água e das estações elevatórias de água, localizadas nas margens do Rio Cascavel. Com essa ampliação, a unidade passará a tratar 750 litros de água por segundo (eram 200). Estão sendo implantados novos filtros, floculadores, decantadores, sistema de dosagem e controle de produtos químicos, câmaras de contato e duas lagoas para depósito do lodo resultante do tratamento.
Nesses R$ 72 milhões aportados pela Sanepar também estão previstos os equipamentos elétricos, de tratamento e de automação, um reservatório com capacidade para 2 milhões de litros de água e proteção da mata ciliar do Rio São José ao longo do seu curso.
PLANO DIRETOR – De acordo com a Sanepar, cerca de 75% da captação atual de água é feita nos rios Cascavel, Peroba e Saltinho e os outros 25% de 16 poços artesianos do Aquífero Serra Geral. O plano diretor municipal, sancionado em 2017, define, ainda, que os rios São José e do Salto podem compor o sistema hídrico municipal e ser usados para o abastecimento da população. Foi nesse período que a Sanepar começou a organizar o investimento para utilização do primeiro.
“Mapeamos esses rios há tempos e optamos por começar as obras pelo Rio São José. É uma obra de grande porte e que nos dará segurança para os próximos anos. Também é importante diante de um histórico recente de crise hídrica na cidade e de um momento delicado por qual o Paraná passa”, afirma Claudio Stábile, presidente da Sanepar.
O processo de expansão da companhia conta ainda com a captação no Rio do Salto, cerca de sete quilômetros abaixo do Rio São José, em direção a Boa Vista da Aparecida. Esse rio nasce em Cascavel, nas proximidades com a BR-277, e é um dos afluentes do Rio São Salvador, que desemboca no Rio Iguaçu.
“Cascavel se mantém há alguns anos entre as melhores cidades do País em abastecimento de água e redes de esgoto. Os investimentos da Sanepar são uma garantia de que essa estrutura será melhorada e que as próximas gerações terão a mesma qualidade de vida”, diz Leonaldo Paranhos, prefeito de Cascavel.
SÃO SALVADOR – São Salvador é uma pequena comunidade rural de cerca de três mil habitantes. A região tem como vocação a produção de soja e milho, mas também pecuária, fruticultura e olericultura. Ela está localizada na bacia do Baixo Iguaçu, uma das três que compõem o mapa de recursos hídricos municipal, composto, também, pelas bacias do Piquiri e do Paraná.
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Investimentos da Sanepar alcançam R$ 1,3 bilhão
A crise provocada pela pandemia do coronavírus não alterou a programação de investimentos da Sanepar. Para 2020 estão programados R$ 1,3 bilhão para assegurar o abastecimento com água tratada a 100% da população urbana e ampliar o esgotamento sanitário no Estado.
Os recursos foram garantidos em uma estratégia financeira que reuniu recursos próprios, gerados pelo lucro da Companhia, de linhas de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Caixa Econômica Federal e do banco alemão KfW. A emissão de debêntures, realizada no primeiro trimestre, é outra fonte de recursos. A empresa captou R$ 350 milhões.
Entre as principais obras em execução no Estado está a construção da Barragem do Miringuava, que vai se integrar ao Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana, ampliando em 10% a capacidade de produção, garantindo maior segurança para o abastecimento da região.
Em Umuarama, na região Noroeste, a Sanepar expande o serviço de esgotamento sanitário, com uma nova estação elevatória de esgoto e a ampliação da ETE Pinhalzinho, que recebe nova tecnologia com aproveitamento do biogás para geração de energia elétrica.
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Obras na região Oeste garantem dignidade a milhares de famílias
Além da ampliação de captação de R$ 72 milhões em Cascavel, o Escritório Regional da Sanepar no Oeste tem investimentos em outros 21 municípios. Nessa lista estão obras realizadas em 2019 ou que estão em andamento.
Em Céu Azul foi feita uma ampliação no sistema de abastecimento com a implantação de dois reservatórios de água com capacidade para armazenar 100 mil litros de água. Em Matelândia já foi concluída a implantação de 24 quilômetros de redes coletoras de esgoto e interligados 1.021 domicílios ao sistema. A cidade saltou de 57% para 75% no índice de atendimento com a rede coletora de esgoto. Foram investidos R$ 3,6 milhões.
Em Corbélia foi feita a ampliação do sistema de abastecimento com a implantação de mais um poço (R$ 2,6 milhões) e de 6,2 mil metros de redes coletoras e 356 ligações de esgoto (R$ 724 mil). Em Santa Tereza do Oeste será implantado o sistema de esgoto sanitário. Uma das etapas será licitada em 2020 e a outra em 2021. Estão previstos 48,6 mil metros de redes coletoras e uma estação de tratamento de esgoto. O compromisso da Sanepar é atender 85% da cidade com o sistema até 2025.
As obras de implantação do sistema de esgoto sanitário em Capitão Leônidas Marques e Catanduvas serão licitadas nesse segundo semestre. Em Santa Lúcia a ampliação do sistema de abastecimento de água receberá investimento de R$ 745 mil, e em Três Barras do Paraná foi concluída a ampliação das redes coletoras de esgoto (3 mil metros de redes e 150 ligações domiciliares).
Foi concluída em dezembro de 2019 a ampliação do sistema de abastecimento de água de Palotina, com a execução de anéis e redes de distribuição em mais de 8 mil metros (R$ 1,9 milhão). Em Jesuítas estão em andamento as obras do novo escritório de atendimento ao público.
Em Toledo foi feita a ampliação do sistema de abastecimento de água com a implantação de três reservatórios e interligação de mais um poço. Entraram em operação no segundo semestre do ano passado o do Jardim Coopagro para 2 milhões de litros e o do Jardim Porto Alegre, que armazena 1,1 milhão de litros de água. Está em andamento a operacionalização do poço 19, com capacidade de produção de 2,6 milhões de litros/dia.
Em São José das Palmeiras entrou em operação em outubro de 2019 mais um poço com vazão de 800 mil litros/dia e em Guaíra começou a funcionar, em janeiro deste ano, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE Modular) com vazão de 120 litros por segundo e capacidade de tratamento de 10.368 m³/dia, com investimento de R$ 24 milhões. No mesmo município foi concluída a ampliação do sistema de abastecimento com a implantação de mais um reservatório para 2 milhões de litros de água.
Em Terra Roxa foi concluída a ampliação do sistema de coleta e tratamento de esgoto. Foram implantados 10,9 mil metros de redes e 475 ligações de esgoto. Também está em andamento a ampliação do sistema de abastecimento de água com um poço com vazão de 2,5 milhões de litros/dia.
Em Assis Chateaubriand estão em andamento a ampliação do sistema de esgoto sanitário (assentados 13,5 mil metros de rede coletora e 809 ligações prediais); em Nova Aurora a ampliação do sistema de abastecimento com mais um poço; em Santa Terezinha do Itaipu a ampliação do sistema de esgoto sanitário (8,6 mil metros de redes e 305 ligações domiciliares), no bairro Parque dos Estados; e em São Miguel do Iguaçu, a implantação das redes coletoras de esgoto (8,8 mil metros de extensão e 416 ligações domiciliares).
Em Foz do Iguaçu estão em andamento a ampliação do sistema de coleta de esgoto nos bairros Distrito Industrial, Evangélico, Cidade Nova, Universitário 2 e Beverly Falls Park, além da implantação de 4,8 mil metros de interceptor DN 500 e 600, 16 mil metros de redes coletoras e 990 ligações de esgoto.
Em Medianeira foi concluída a ampliação do sistema de abastecimento com a implantação de mais um poço para garantir o abastecimento e em Santa Helena a instalação da nova estação de tratamento de esgoto (ETE Modular) com capacidade para tratar 30 litros por segundo.
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