O Porto de Paranaguá realizou nesta quarta-feira (27) mais um embarque de madeira em um navio do tipo roll on-roll off – embarcação na qual as mercadorias podem entrar e sair dos porões transportadas sobre rodas. Esta é a segunda vez nos últimos anos que a embarcação, geralmente destinada para o transporte de veículos, projetos e maquinários, é utilizada para essa carga geral. A primeira foi um teste no último mês de setembro.
O diretor da Portos do Paraná, André Pioli, explica que a operação mostra que o porto está preparado para este tipo de embarque e que pode atender a demanda dos exportadores, mesmo em eventual falta de contêineres, que são comumente usados para transporte de madeira.
- Revista da Portos do Paraná será apresentada no festival de Gramado
- Portos fará segunda sessão da audiência pública do Projeto Cais Leste
“Esta operação era comum há uns 12 ou 13 anos no Porto de Paranaguá. Com o tempo, a madeira passou a ser totalmente embarcada em contêineres e não direto nos porões dos navios”, diz Pioli. A embarcação zarpou no início da tarde.
Em julho deste ano, uma carga de madeira foi embarcada pelo terminal paranaense na modalidade break bulk (na qual a carga é colocada direto no porão do navio) em um navio de carga geral. Neste tipo de embarcação fazia tempo que não ocorria. “É uma operação diferente que, provavelmente, vem para atender a demanda dos exportadores diante da escassez de contêineres disponíveis no mercado”, completa.
OPERAÇÃO – O primeiro embarque teste foi feito com 190 fardos no último dia 25 de setembro. Na operação desta semana foram 484 fardos de compensado, totalizando 1.450 metros cúbicos de madeira, produzida em Santa Catarina e embarcadas no navio Sirius Leader, com destino a Veracruz, no México. Realizada pela empresa Marcon, a operação teve início às 7h e encerrou por volta do meio-dia.
“A falta de contêineres disponíveis fez surgir novas oportunidades para retornar esse tipo de embarque que já foi muito comum, pelo Porto de Paranaguá”, afirma Aldemar Marques Moreira, gerente de operações e de capatazias do grupo Marcon, em Paranaguá.
E deve voltar a ser tendência, segundo o operador. “A eventual falta de contêineres disponíveis tende a fortalecer esse tipo de operação, que é rápida, um pouco mais barata para o exportador. É possível que tenhamos até novas linhas vindo a Paranaguá. Acredito que veio para ficar”, comenta.
TRAJETO – O embarque é relativamente mais simples que o realizado nas operações de madeira em contêineres. A carga vem do exportador ou produtor para o armazém localizado no cais do Porto de Paranaguá. Quando o lote é formado e o navio atraca para carregar, os caminhões da cooperativa local de transporte são carregados e levam a carga para dentro da embarcação.
Os porões dos navios do tipo ro-ro têm uma porta (tampa) que funciona como uma ponte por onde os veículos são levados (ou levam as cargas) até o interior. No porão, os estivadores ajeitam o lote para que seja transportado com segurança até o destino.