Nos primeiros 15 dias de outubro, segundo o Simepar, a chuva já superou a média comum para o mês em todas as regiões do Estado. A previsão para esta segunda quinzena – que inclui o Litoral – é de que chova ainda mais. A umidade, que é positiva para os recursos hídricos e para a agricultura, nos portos gera saldo negativo na movimentação, principalmente dos granéis sólidos.
Como explica o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, a natureza desse tipo de carga – fertilizantes, açúcar, milho, sacaria, soja em grão e farelo – fica suscetível à umidade. “Se molhados, os produtos estragam. Por isso, quando há sinal de chuva as operações param. O comandante do navio manda fechar os porões até que tenha segurança para abri-los novamente, sem prejuízo à carga”, diz.
Segundo os dados da Diretoria de Operações da empresa pública, até esta quarta-feira (20) as paralisações por chuva no embarque dos granéis sólidos de exportação – soja, farelo e milho –, pelo Corredor Leste, já equivalem a um período de 11 dias.
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“Para se ter uma ideia, no ano passado, nos 31 dias de outubro não chegamos a parar nem dez dias por causa da chuva”, afirma o diretor-presidente. "Se comparados os mesmos primeiros 20 dias do mês de outubro de 2020 e 2021, o aumento do tempo de parada nos embarques dos produtos, por conta da chuva, é de cerca de 77%". Em 2020, o tempo de paralisação de 01 a 20 de outubro foi de 6,2 dias.
IMPORTAÇÃO – No sentido contrário do comércio internacional, ou seja, na importação, também há impactos. Entre todos os adubos que são descarregados pelos Portos do Paraná, por exemplo, apenas a ureia opera com garoa. Os demais não podem ser operados sob umidade.
“As operações que seguem normalmente, mesmo com chuva, são os embarques e desembarques de contêineres, veículos, carga geral (com exceção de papéis e sacaria) e dos granéis líquidos, que ocorrem pelas tubulações e os tanques permanecem fechados”, explica Garcia.
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As paralisações costumam gerar custos para os usuários, salvo quando provocadas por chuva. Os navios, ao carregarem e descarregarem as cargas, mantêm boletins diários. Neles, é anotado o tempo que a embarcação permanece parada pelas condições meteorológicas. No fechamento da operação, esses períodos são descontados em algumas taxas e multas.
Segundo Luiz Fernando Garcia, como não existe ainda nenhuma tecnologia ou alternativa para seguir com essas operações portuárias sob condições de chuva, o que os operadores portuários do Paraná fazem é aproveitar as condições meteorológicas favoráveis para serem ainda mais produtivos e eficientes. “Nos dias em que não chove, aproveitamos os tempos operacionais para mantermos os resultados”, acrescenta.