A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) desenvolveu, por meio de um projeto de pesquisa, um filtro que elimina os odores contidos nos poluentes gasosos de diversas indústrias. A solução é uma alternativa acessível às empresas de pequeno, médio e grande porte.
O produto tecnológico inédito no mercado foi um dos 21 projetos selecionados para participar do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), realizado pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em parceria com a Fundação Araucária, Superintendência Geral de Inovação, Universidades Estaduais e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR).
Construído pelo Grupo de Pesquisa em Inovações Tecnológicas para o Desenvolvimento Territorial Inovador da Unioeste, o filtro é feito de aço inoxidável e permite a depuração de odores contidos nos resíduos gasosos.
Os filtros de ar são responsáveis pelo tratamento do ar no ambiente, barrando contaminantes aéreos, provenientes dos mais diversos setores da indústria, como partículas de poeira, fumaça e de substâncias tóxicas. A pesquisa já teve a experiência de parceria com a empresa agrícola Faricon, da cidade de Toledo.
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O professor da Unioeste e coordenador da pesquisa, Camilo Freddy Mendoza Morejon, explica que o mau cheiro resultante dos processos industriais compromete a qualidade de vida e pode causar inúmeros problemas.
“Para diminuir riscos, o controle de odor industrial é uma tarefa fundamental, tanto para as linhas produtivas que emitem um volume grande de gases, como para indústrias menores. Com o controle adequado, as empresas têm mais segurança em relação ao conforto do seu ambiente produtivo. Apenas esse fator já possui grande valor competitivo”, afirma.
Para o pesquisador, o tratamento do mau cheiro geralmente acontece de maneira simultânea ao do controle e retenção de poluentes, portanto, é um parâmetro que anda em conjunto com o cumprimento das normas ambientais em relação à emissão de gases tóxicos.
A pesquisa contemplou a identificação e caracterização qualitativa e quantitativa do problema, pesquisa laboral, o desenvolvimento da tecnologia, a prototipagem e a realização dos testes em diversas condições operacionais. O equipamento foi patenteado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e faz parte das 14 cartas de patentes que a Unioeste possui.
Para o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, ao integrar o programa Prime as patentes ganham força para serem transferidas para o setor industrial. “Esse é o nosso objetivo, estimular a cultura empreendedora nas universidades. As iniciativas selecionadas passarão por diferentes etapas de formação, aumentando a capacidade de atender as demandas que o mercado exige”, explica.
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CONSEQUÊNCIAS POSITIVAS – Os pesquisadores comemoram o resultado da seleção do programa Prime, reforçando que a novidade deve trazer consequências positivas para o meio ambiente, economia e sociedade.
“Com o apoio do programa, temos a possibilidade de colocar as mais de 50 soluções tecnológicas do grupo de pesquisa no mercado. Com isso surge a expectativa de contribuir na criação de três modelos de negócios. Seja para a fabricação do filtro, para sua implementação/instalação e também um modelo de negócio relacionado com a operacionalização do material”, afirma Mendoza.
O professor destaca que esse é um exemplo concreto do poder do conhecimento aplicado, resultando em desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação do Brasil.
“De modo geral as pesquisas aplicadas com foco na inovação, realizadas nas universidades, além de conseguir a formação de profissionais visionários, permite também o desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras para os diversos problemas dos diversos setores do sistema produtivo. Isso justifica a importância do investimento em ciência, tecnologia e inovação”, afirma Mendonza.