A produção mineral comercializada no Paraná (bruta e beneficiada) aumentou 10% de 2019 para 2020, passando de 51,15 milhões para 56,24 milhões de toneladas, segundo o Informe Mineral 06/2021, elaborado pela Divisão de Geologia do Instituto Água e Terra, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. O informe traz a produção e comercialização de minério bruto e beneficiado no Paraná em 2020.
O documento confirma que, apesar da pandemia, a produção mineral do Estado continuou aumentando de 2019 para 2020, reforçando a tendência de crescimento de setores econômicos que consomem bens minerais, como a construção civil e a agricultura.
Em 2019, a produção mineral foi maior que a soma da produção de milho, soja, mandioca e trigo do Estado (38,43 milhões de toneladas) e que a produção de cana-de-açúcar (41,66 milhões de toneladas).
O perfil da produção paranaense é predominantemente de minerais não metálicos, em especial dos agregados areia e brita e de rochas carbonáticas para a produção de cimento, cal e corretivo agrícola, além de argila e saibro. Portanto, esse crescimento é o reflexo da demanda dos setores da construção civil e da agricultura.
O valor de venda da comercialização de minério bruto e beneficiado teve um crescimento de 11,9%, passando de R$ 1,10 bilhão para R$ 1,24 bilhão. O preço médio de comercialização do minério bruto registrou uma redução de 2,1% de 2019 para 2020, passando de R$ 16,4 por tonelada para R$ 16 por tonelada. Já o preço médio do minério beneficiado teve um aumento de 4,8%, passando de R$ 24,3 para R$ 25,5 por tonelada.
PRODUTOS – Os destaques na participação da produção mineral paranaense (bruta e beneficiada) comercializada em 2020 foram: as rochas britadas e cascalho (43%), rochas carbonáticas (calcário - 29% e dolomito – 6,5%), areia (15,3%), saibro (2,5%) e argilas (2,3%) que responderam por 98,6% da quantidade total comercializadas.
Em termos de valor da venda (minério bruto e beneficiado), os principais produtos responderam por 91,3% do valor de comercialização total, com as seguintes participações: rochas britadas e cascalho (47,9%), rochas carbonáticas (calcário – 25,5% e dolomito – 1,9%), areia (12,7%), saibro (1,4%) e argilas (1,9%). Destacam-se ainda na participação do valor da venda, o carvão mineral (2,8%), a fluorita (2,0%) e o talco e outras cargas minerais (1,7%).
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LICENCIAMENTO – Toda mineração regularizada é realizada em áreas autorizadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM), após a obtenção da Licença Ambiental junto ao Instituto Água e Terra. Os títulos minerários concedidos no Estado com possibilidade de lavra (concessão de lavra, licenciamento, registro de extração), condicionado a obtenção do licenciamento, correspondem a 0,88% do território paranaense (2.087 títulos). Outros 2.473 títulos, correspondentes a 0,98% do território, estariam prestes a obter autorização junto a Agência Nacional de Mineração.
Nem todos os títulos minerários concedidos são explorados. Em 2020, houve mineração com recolhimento de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), em 1.064 títulos minerários, realizada por 501 empresas, presentes em 181 municípios do Paraná. Esta exploração resultou num Valor de Comercialização de R$ 1,26 bilhão e recolhimento de R$ 18,32 milhões de CFEM. Da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais arrecadada, os municípios mineradores são os maiores beneficiários e ficam com 60%. Municípios afetados pela mineração e a administração estadual ficam com 15% cada.
Dos títulos minerários explorados em 2020, a maioria foi para a mineração de areia (40,4%) e de rochas para a produção de brita e revestimento (22,3%), ambas destinadas, principalmente, para uso direto na construção civil e às indústrias de artefatos de concreto e cimento.
Na sequência houve a exploração de argila (12,4%) utilizada, principalmente, para a fabricação de cerâmica vermelha (tijolos e telhas), e a exploração de rochas carbonáticas (10,3%), em especial para a produção de cimento, cal e corretivo agrícola. Os títulos minerários explorados para estas substâncias responderam por 85,4% do total explorado em 2020.
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USOS – As rochas britadas e as areias são utilizadas diretamente na construção civil e para produção de argamassas, concretos, artefatos de concreto, cimento e fibrocimento.
O saibro é utilizado diretamente na construção civil, em especial para revestimento de estradas. As rochas carbonáticas são empregadas, principalmente, para a produção de cimento, cal e corretivo agrícola. Também são usadas em diversos segmentos industriais, para diferentes finalidades, cada qual com suas especificidades: carga mineral na fabricação de borracha, papel, plástico e tintas, além de segmentos tradicionais como produção de agregados (pedriscos, britas, rachões, granilhas) e de rochas ornamentais.
As rochas carbonatadas e seus produtos são também usados como fluxantes e fundentes (misturas de minerais não metálicos usado em siderurgia), matéria-prima para as indústrias de vidro e refratários.
As argilas são utilizadas principalmente nas indústrias de cerâmica vermelha e branca para a produção de tijolos, telhas, pisos, revestimentos, louças sanitárias e de mesa, além de diversos usos industriais. As argilas refratárias são aplicadas para produção de peças de revestimento de fornos.
TALCO E CARVÃO – O talco é uma matéria prima mineral de largo uso na indústria moderna sendo usado na elaboração de cosméticos, carga inerte na fabricação de tintas, borracha, inseticidas, fertilizantes e papel. A maior parte da produção se destina ao uso cerâmico.
O carvão mineral produzido no Estado é utilizado para a produção de eletricidade (termelétrica de Figueira) e a fluorita, principal fonte de flúor, é utilizada na indústria química e na siderurgia e metalurgia.