Duas operações inéditas estão sendo realizadas pelo Porto de Antonina nesta semana, reforçando a vocação do terminal para cargas complexas, que exigem cuidados especiais. Nesta quinta-feira (8) está em andamento o embarque de gêneros alimentícios que serão exportados para a Venezuela. Na segunda-feira (5), foi concluído o desembarque da primeira carga de malte importado para a indústria cervejeira nacional.
“O ano de 2021 está sendo bastante promissor para o Porto de Antonina quanto à diversificação de cargas”, comenta o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. Ele explica que com os últimos investimentos feitos pela empresa pública, principalmente com as obras de dragagem, a empresa operadora que atua no Porto de Antonina, a Terminais Portuários da Ponta do Félix (TPPF), teve segurança para investir na própria estrutura e na prospecção comercial.
Ainda segundo Garcia, as duas novas operações – de importação e exportação – confirmam o caráter multipropósito do Porto de Antonina.
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EXPORTAÇÃO – Os porões do navio MV Parkgracht estão sendo preenchidos com a carga de big bags, que são contentores maleáveis usados para o transporte de volumes pequenos e médios de produtos em pó, granulados ou até líquidos. Nesses sacos, estão sendo exportados farinha de milho, arroz, açúcar, farinha de trigo, fubá, creme vegetal, macarrão e semente de milho.
São mais de 10 mil toneladas de alimentos produzidos nas indústrias do Paraná, São Paulo e Goiás, que têm como destino o Porto de La Guaira, na Venezuela. “Trata-se da recepção de carga solta, em fardos que variam entre 10 a 30 quilos, embalados em pequenas sacarias dos diversos produtos. Estes fardos são unitizados em big bags, armazenados dentro do recinto do TPPF e posteriormente elevados ao navio”, explica Waltersohn Gunther Schmeil, coordenador de Operações do TPPF.
De acordo com ele, a empresa possui disponibilidade para 100% da armazenagem em recinto alfandegado. “Isso proporciona ao usuário a possibilidade de contar com um pacote de serviços, reduzindo significativamente o número de atores no processo logístico, além de elevar, de forma expressiva, a produtividade de embarque”, informa o coordenador de Operações.
Outro embarque do mesmo tipo de produtos alimentícios já está anunciado para este mês de abril. A expectativa é que novos lotes também sejam embarcados pelo Porto de Antonina nos próximos meses. Além desses produtos, outra novidade para exportação, também em abril, será o primeiro embarque de pellets de cana pelo terminal.
IMPORTAÇÃO – Na última segunda-feira, o TPPF concluiu o desembarque da primeira carga de malte. Foram cerca de 15,5 mil toneladas importadas da Austrália, que chegaram nos porões do MV Callio.
Segundo Waltersohn Gunther Schmeil, a operação se assemelhou à movimentação de farelo de soja NGMO, acerca dos cuidados no manuseio deste produto alimentício. “Trata-se de um desafio, mas não iniciamos do zero. Partimos de uma experiência adquirida na movimentação de produtos segregados”, explica.
O terminal investiu na construção de seis silos verticais em concreto, localizados dentro do recinto alfandegado. Três já estão em fase de finalização e outros três começam a ser erguidos. Esta condição, explica Schmeil, proporciona ao usuário manter a carga em regime de entreposto aduaneiro e limitar seus estoques na linha produtiva à efetiva demanda, gerando com isso ganhos significativos em logística e tributário/fluxo de caixa.
A operação dá início a um contrato que prevê, em média, seis ou sete navios ao ano, para o desembarque do malte. “Com estas operações, o TPPF denota sua vocação de porto complementar à Paranaguá. Atuamos com cargas complexas, que exigem cuidados especiais para atender as demandas mais específicas dos clientes”, informa o coordenador de Operações.
O foco é atuar na solução logística caso a caso, desenvolvendo uma cadeia específica. Desde o rigor no processo de triagem de caminhões, sanitização dos armazéns e promoção do incremento de produtividade na operação portuária.