Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) sobre o cultivo da erva-mate recebeu recursos de emendas parlamentares para custeio de despesas de material de consumo e viagens, além de uma bolsa de mestrado. Os recursos foram anunciados na Assembleia Geral Ordinária do Conselho Gestor da Erva-Mate do Vale do Iguaçu – Cogemate, realizada nesta semana.
Segundo o professor Luis Alves, responsável pela pesquisa na Unioeste, a verba recebida tem grande importância para o desenvolvimento dos estudos. “Entramos em uma etapa praticamente toda concentrada em ensaios de campo, sendo necessárias viagens para as áreas representativas de cultivo da erva-mate no Paraná. Além disso, marca o apoio do Estado à pesquisa da erva-mate. O investimento contribuirá para a formação de recursos humanos na temática da pesquisa, fortalecendo a pós-graduação na Unioeste”, explica.
Ele destaca que o projeto busca o controle biológico de pragas da erva-mate, uma vez que o uso de inseticidas químicos sintéticos é proibido no cultivo da planta. "Nos próximos 24 meses será possível validar o controle biológico da ampola-da-erva com o fungo Beauveria bassiana, com uma tática segura e efetiva para resolver esse grave problema da erva-mate, tanto em viveiros de produção de mudas como nos cultivos comerciais”, afirma.
Os estudos da Unioeste são realizados pela equipe de pesquisa do Laboratório de Biotecnologia Agrícola, em um projeto de pesquisa vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais (PPRN), no campus de Cascavel, em parceria com o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), e financiado pelo Instituto Nacional da Erva-Mate (INYM) da Argentina.
Iniciado em 2010, o estudo foi interrompido pela ausência de financiamento em meados de 2015, sendo retomado somente em 2018. “Já no final de 2019 e início de 2020, os primeiros ensaios em campo foram realizados em plantio comercial de erva-mate. Diante disso, partimos para a busca de apoio financeiro e parcerias para a continuidade da pesquisa. Em 2019, firmamos um convênio com o INTA, da Argentina, e a parte do projeto que é realizado lá tem financiamento do INYM”, completa Alves.
Em 2020, o professor foi integrado ao Cogemate (Conselho Gestor da Erva Mate do Vale do Iguaçu) e passou a discutir com seus participantes a pesquisa desenvolvida e as demandas do setor.
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MAIS PESQUISAS – As emendas parlamentares também foram direcionadas para a Embrapa, que desenvolve pesquisa a respeito do controle de lagartas nas plantações, e ao Instituto Federal do Paraná (IFPR), que pretende estudar a composição química da erva-mate da região, em especial do tipo sombreado. Este último estudo envolve a compra de diversos equipamentos, que também poderão ser usados em outras atividades de ensino, pesquisa e extensão nos cursos técnicos médio e de graduação da instituição.
“Essa ação é histórica para a cadeia produtiva da erva-mate de todo o Paraná, que envolve 300 mil pessoas e que movimentou R$ 600 milhões em 2020. As pesquisas em questão vão proporcionar uma grande evolução na produção e culminar em mais empregos e mais renda”, afirma Naldo Vaz, presidente do Cogemate.