"Inversão" nas operações com trigo e milho chama a atenção no Corredor de Exportação

O Corex tem como vocação a exportação de granéis sólidos. As operações com milho e trigo fogem da rotina e mostram como a estrutura é aproveitada para manter a ocupação, produtividade e a performance do Porto de Paranaguá.
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28/10/2021 - 18:00

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Duas operações em andamento nesta quinta-feira (28) no Corredor de Exportação Leste do Porto de Paranaguá (Corex) chamam a atenção por fugirem da rotina do complexo portuário. Elas garantem a ocupação plena da estrutura. A vocação do Corex é exportação de granéis sólidos como milho, soja em grão e farelo de soja.

Uma das operações fora do comum nesta semana é o embarque de trigo, produto que normalmente é importado. A outra operação é diferenciada também pelo sentido da carga: o milho, produto que normalmente é exportado, desta vez está sendo importado. Outra chama a atenção pela produtividade: 11 mil toneladas foram descarregadas em 24 horas.

O Corredor de Exportação conecta 11 terminais, por vias aéreas (por correias transportadoras) a três berços exclusivos, para exportação de granéis sólidos.

“O foco da Portos do Paraná é atender não apenas o mercado e a demanda, mas também a capacidade dos terminais e operadores portuários”, explica o diretor de Operações em exercício da Portos do Paraná, André Pioli. “Quando temos disponibilidade desses três berços, para mantermos a ocupação, produtividade e a performance do Porto, puxamos outras operações”.

TRIGO O trigo, que geralmente é importado, está saindo no sentido contrário. No berço 213 do Corex a Coamo está embarcando 20 mil toneladas de trigo panificável paranaense no navio Kian. O produto, armazenado no Terminal Portuário da Cimbessul, será enviado a um moinho em Fortaleza (CE), por cabotagem.

“Os moinhos do Nordeste do Brasil têm que trazer de fora todo o trigo de que necessitam. Há cerca de seis anos eles puderam conhecer o trigo paranaense, aprovaram a qualidade e sempre avaliam a viabilidade de adquirir um certo volume”, explica  Rogerio Trannin de Mello, diretor Comercial da Coamo.

Essa demanda, segundo o profissional, geralmente ocorre após a colheita, quando há maior oferta. “Desde então, todo ano há, pelo menos, um navio para o Nordeste. A cabotagem é a melhor alternativa, pois via rodoviária é mais oneroso”, afirma Mello.

IMPORTAÇÃO – Nesse período o embarque de trigo pelo Corredor Leste também fica viável pois o porto está menos demandado com embarque da soja, como afirmam os operadores do complexo. Sendo assim, no berço 214, a Centro Sul aproveita para descarregar uma carga de milho de importação.

São 29.050 toneladas vindas do porto argentino de San Lorenzo, nos porões do navio Flora K. “A importação de milho não é novidade. Neste ano, até o momento, já recebemos quase 307 mil toneladas no Porto de Paranaguá”, comenta o diretor da Portos do Paraná, André Pioli.

O gerente da Centro Sul, João Paulo Barbieri, enfatiza que para as operações de descarga de granéis sólidos o volume é bastante expressivo. “Fizemos uma performance muito boa. Chegamos a descarregar 11 mil toneladas em 24 horas”, afirma.

“A prancha mínima, ou seja, a produtividade mínima que nos é exigida é de 6 mil toneladas. Conversando com os clientes, a gente não lembra de ter visto uma descarga desse porte em 24 horas. Isso que choveu no dia. Era para ter sido ainda maior”, completa o operador.

A marca de 11 mil toneladas descarregadas em 24 horas foi alcançada enquanto a operação ainda ocorria no berço 202. Ao longo da semana, aproveitando que o berço 214 estava vago, a embarcação foi puxada para o complexo, onde permanece até a conclusão da carga (sem previsão, devido à chuva).

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