O projeto Futuro Olímpico de Atletismo, que recebe jovens de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, completa em 2021 dez anos de atividades, com mais de 700 colocações em competições estaduais, nacionais e internacionais. Em 2019 foi aprovado no edital do Programa Estadual de Fomento e Incentivo ao Esporte - Proesporte, que garantiu mais suporte e estrutura para ao atendimento dos atletas, a maioria oriunda de áreas de vulnerabilidade social.
Há pelo menos oito anos o Futuro Olímpico de Atletismo atende em média 100 alunos por mês, com faixa etária a partir dos 12 anos. O projeto é tema da série especial da Paraná Esporte sobre iniciativas incentivadas pelo Proesporte, programa do Governo do Estado realizado pela Superintendência Estadual do Esporte.
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Tudo começou em 2005 quando o professor Everson José Rosa iniciou a modalidade de atletismo em Colombo, junto ao Departamento de Esportes da prefeitura. Ele ministrou aulas teóricas no Parque Municipal de Uva e treinamento nas pistas das universidades Positivo e Federal do Paraná.
O bom desempenho dos alunos em competições garantiu a continuidade, com a formalização do projeto em 2011. Tendo à frente o professor e voluntário Sidmar Andrigheto Gielow, foi criado Futuro Olímpico de Atletismo, projeto socioeducacional e esportivo, que buscava difundir esse esporte na área rural de Colombo, em especial em locais de vulnerabilidade social.
Em tempos de pandemia, o número de participantes foi reduzido de 100 para 70 alunos e as aulas e treinamentos passaram a ocorrer de maneira remota. Apenas 40 alunos treinam presencialmente (quando os decretos vigentes, do Estado e do município permitem), pois são atletas em fase de especialização e aprimoramento, que exigem mais cuidados na preparação técnica e física.
O incentivo do Proesporte foi viabilizado por meio do patrocínio da Copel. O recurso ajudou na compra de materiais, na capacitação dos alunos, confecção de banners e outros materiais de promoção. Assim, o projeto foi melhor divulgado junto às 30 escolas que fazem parte do Núcleo Regional de Educação de Colombo.
O incentivo também foi utilizado na contratação de estagiários de Educação Física. Um deles foi Jhonatan da Silva Fonseca, estagiário pela prefeitura de Colombo em 2017 e que retornou em 2021 como professor contratado pelo projeto Futuro Olímpico do Atletismo.
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FOCO NO SOCIAL – Jhonatan explica que o caráter de escolha dos alunos sempre tem como foco o aspecto social, pois o objetivo é formar o indivíduo e utilizar o esporte como uma ferramenta de mudança da sociedade. “Temos o sonho de formar atletas de alto rendimento, mas o nosso foco é formar cidadão”, explica.
Assim como todo processo educativo, o aprendizado é uma via de mão dupla. Como professor, Jhonatan precisou desenvolver habilidades como a paciência e a sensibilidade para compreender as diversas vulnerabilidades específicas, nas quais não cabe ao projeto intervir.
Alunos com desequilíbrio alimentar e nutricional, ou que precisam cuidar dos irmãos e complementar a renda trabalhando são alguns dos desafios enfrentados pelo projeto.
“São os resultados que demonstram para a gente que a atuação da equipe está sendo significativa para a comunidade”, comenta o professor. Por isso, no projeto, os atletas desenvolvem habilidades e competências não somente ligadas ao físico, mas também ao afetivo, social e cognitivo.
Outra particularidade é que os atletas costumam ficar muitos anos na modalidade. O aluno, que antes nem tinha barba e ficava acuado na frente das câmeras, anos depois apresenta-se com uma postura e a expressão confiante e madura.
“O mais legal de observar no desenvolvimento do aluno é que ele chegou até nós com uma série de déficits e está saindo como um indivíduo preparado para ter uma família, conquistar um emprego ou fazer a faculdade dos seus sonhos”, finaliza Jhonatan.