Hospital Universitário dos Campos Gerais amplia ações de humanização do atendimento

Hospital vinculado à Universidade Estadual de Ponta Grossa implantou um curso para profissionais de todos os setores. Objetivo é melhorar o relacionamento interpessoal e promover acolhimento e bom atendimento ao paciente durante a permanência no Hospital.
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17/07/2021 - 09:30
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O Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais, vinculado à Universidade Estadual de Ponta Grossa, busca aprimorar ainda mais a humanização no atendimento. O Hospital implantou um curso para profissionais de todos os setores com o objetivo é melhorar o relacionamento interpessoal e promover acolhimento e bom atendimento ao paciente durante a permanência no Hospital.

Por meio de um grupo no WhatsApp, os profissionais devem fazer uma tarefa por dia e refletir sobre suas práticas profissionais. Isadora Correa Prestes, fisioterapeuta e mentora do projeto, conta que a proposta surgiu a partir de uma aula de humanização da Residência Multiprofissional em Reabilitação, onde são desenvolvidas atividades para impactar a vida dos residentes. “Veio a pandemia e vimos a necessidade de falar sobre isso no ambiente hospitalar”, disse ela.

Para Isadora, a importância de conversar sobre humanização é justamente sair da rotina. “O cansaço e estresse que a pandemia trouxe para as equipes mudaram o ambiente hospitalar totalmente e a forma de se trabalhar muda. Daí a importância de votarmos a falar do outro, enxergar e reconhecer os seus limites e voltar a sorrir para o próximo”.

ESSÊNCIA - A copeira Juliana de Andrade Salvador serve almoço no refeitório para os funcionários e ceia à noite para os pacientes. Ela já incorporou hábitos que aprendeu no curso. “Penso que, depois de muitos anos fazendo a mesma coisa, infelizmente ativamos o piloto automático e, com o decorrer do tempo, esquecemos da essência de quando começamos a trabalhar”, diz ela.

Miriam Darlana Ferreira é recepcionista do Pronto Atendimento e conta que sentiu o impacto da rotina pesada dos últimos meses. “Às vezes acabamos levando o trabalho de maneira mais automática, mas é sempre bom lembrar que trabalhamos com pessoas, muitas delas em situações delicadas”, ressalta. Colocar-se no lugar do próximo é a máxima que Miriam levará para sua atuação profissional.  “Sei que posso acalmar o familiar de um paciente internado. E essas pequenas atitudes mudam o dia de alguém”.

Para Karine Mariano Rosa de Sousa, técnica de enfermagem da UTI Covid, curso veio em uma época que todos estavam realmente precisando. Segundo ela, o volume de trabalho é tão grande que a equipe luta para não fazer tudo no automático. “Nos sentíamos vazios, pois já havíamos dado tudo que tínhamos de nós e precisávamos de carinho, de vigor, de esperança e de refrigério para a alma”.

Apesar de todo o reconhecimento interno e externo que os profissionais dos setores Covid tiveram, ainda sim, a rotina na prática era sentida e difícil. “O curso nos revigorou. Teve dias que ação proposta nos fazia refletir e, em alguns momentos, posso dizer que repensei minhas atitudes”.

Karine explica que a sua profissão é baseada em cuidar do próximo e que refletiu sobre os momentos em que faltou paciência de sua parte. “Mesmo que existam pessoas que façam um trabalho superficial, elas podem repensar suas atitudes em um curso desses. E é muito importante para nós que tenhamos esse investimento para nos relembrar o porquê escolhemos a enfermagem como profissão”.

Depois do curso, Karina retomou o olhar carinhoso para com as pessoas.  “Aquela lamparina, que é símbolo da nossa profissão, para mim indica a luz que levamos em meio às trevas, da morte que às vezes ronda nossos pacientes. Porém, como bravos guerreiros da vida, não deixamos nossos pacientes desistirem”.

Refletir o comportamento com todos. Isso foi o que a técnica de enfermagem Vanusa Aparecida de Oliveira fez durante o curso. “Aprendi a reconhecer a importância que cada um tem na minha vida, tanto a família, quanto pacientes e colegas de trabalho”, explica.

Para ela, o ponto chave da humanização no trabalho é fazer com que o atendimento seja igual com todos. Ela ainda dá um exemplo. “Se um parente da chefia internar aqui, não terá cuidado melhor em comparação a qualquer outro paciente”.

EMPATIA - Na entrada do HU fica o vigilante Marcos Araújo. Após participar do curso, Marcos destaca a importância de se colocar no lugar do outro e praticar a empatia. “É necessário ter mais humanização no serviço, para que tenhamos um local de paz, tranquilidade, pois o trabalho é onde passamos boa parte da nossa vida e devemos fazer dele um bom lugar”. Para Marcos, colocar em prática o que aprendeu no curso será seu objetivo nos próximos dias”. Agradeço ao HU pela disponibilidade em nos ajudar”.

GRATIDÃO - Para enfermeira Priscila Tozetto, é maravilhosa a expressão de gratidão do paciente quando o profissional o atende com dedicação. “Acho muito importante buscarmos a humanização no nosso trabalho, porque isso traz benefícios não só para o paciente, mas também para quem coloca esse aprendizado em prática”.

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