A Polícia Civil do Paraná (PCPR), com apoio da Polícia Científica, deflagrou nesta terça-feira (13) uma ação para apurar fraudes em cartórios cometidas por uma organização criminosa que agia nos Cartórios dos Serviços Distritais de Lindoeste e Santa Tereza do Oeste, no Oeste. Estima-se que o prejuízo às vítimas seja superior a R$ 30 milhões.
A PCPR cumpriu oito mandados de busca e apreensão. Celulares, computadores e documentos foram apreendidos durante a ação.
O inquérito policial foi instaurado em junho de 2020, após requisição da 7ª Promotoria de Justiça de Cascavel, visando apurar crimes de falsificação de documento púbico, falsidade ideológica e relacionados.
Um dos alvos é um ex-funcionário do Serviço Distrital de Lindoeste que foi afastado do cartório por decisão judicial. Os outros envolvidos são empresários da região e o titular do cartório.
Durante as investigações, a PCPR também apurou que o cartório do município de Lindoeste teria sido vendido irregularmente pelo titular por R$ 200 mil, mais R$ 15 mil mensais pagos de forma vitalícia.
Peritos criminais da Polícia Científica fizeram a coleta completa dos dados dos computadores alvos da operação, ainda no local, os quais serão utilizados para o andamento das investigações.
“Os procedimentos possibilitarão, em exame pericial, a recuperação completa das informações, ou mesmo fragmentos, e dados que tenham sido apagados. Também é importante destacar que os trâmites realizados no local reduziram drasticamente o impacto à empresa investigada, uma vez que suas atividades foram interrompidas por um breve período de tempo e também não houve a necessidade de apreensão dos equipamentos”, explicou o perito Rodrigo Zornitta Gaspar.
Essa é a segunda fase da operação, que teve a primeira ação deflagrada em outubro de 2020. Na ocasião, cinco suspeitos foram presos, além da apreensão de carros, computadores, documentos e celulares.
GOLPES – Segundo a PCPR, a prática consistia em transferências fraudulentas de veículos e imóveis, lavagem de dinheiro, certidões de óbito e nascimentos falsas para extinguir a punibilidade de criminosos em processos criminais, além da fabricação de RGs falsos.
A PCPR ainda apurou que esses documentos eram utilizados para aplicação de golpes no Paraná e em outros estados.
Os indivíduos ostentavam um padrão de vida não condizente com o trabalho que realizavam nos serviços distritais, com posse de veículos de alto padrão e moradia em condomínios caros.
CONTINUAÇÃO – As investigações da Divisão Estadual de Combate à Corrupção de Cascavel (Deccor) continuam com a análise do material apreendido, que pode revelar novos detalhes dos crimes, bem como outros envolvidos.