Setenta presas custodiadas na Penitenciária Feminina de Foz do Iguaçu – Unidade de Progressão (PFF-UP) doaram seus cabelos para a confecção de perucas para mulheres em tratamento de câncer no mês de outubro. Os cortes foram feitos de forma voluntária pela equipe do Studio Vip, salão de beleza localizado em Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste do Estado. Eles foram doados ao setor de oncologia do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu.
“Ações como essa fazem toda a diferença na vida, percepção e autoestima das presas. Neste evento, realizado em alusão ao Outubro Rosa, trabalhamos a questão da solidariedade e tivemos uma adesão imensa por parte das privadas de liberdade”, explicou a diretora da penitenciária, Claudia Grignet Souto.
Ainda em Foz, foi feita uma palestra para 60 servidoras do sistema prisional com foco na alimentação, exercícios físicos e questões psicológicas envolvendo o tema do câncer de mama e de colo do útero. As palestras foram ministradas pela equipe da Secretaria Municipal de Saúde em parceria com o Deppen e a Escola de Formação e Aperfeiçoamento Penitenciário (Espen).
Segundo o coordenador regional do Deppen em Foz do Iguaçu, Marcos Marques, o trabalho de ressocialização passa por ações que possam impactar a sociedade. “Buscamos incentivar projetos que proporcionem um retorno social, que façam com que a pessoa presa se sinta parte do meio social, de forma positiva e ativa”, disse.
Durante todo o mês, o Departamento de Polícia Penal promoveu uma série de ações de conscientização sobre o câncer de mama e os cuidados em relação à saúde da mulher. O Estado possui cerca de 1,6 mil mulheres privadas de liberdade. Houve palestras, ciclos de conversa, cuidados de beleza e estética, divulgação de material informativo, coleta de exames, entre outros.
"Outubro representou um momento de cuidar das nossas servidoras, de suas famílias, e das mulheres que estão privadas de liberdade, além de reforçar os cuidados em saúde, não apenas em relação ao câncer de mama, mas em todos os aspectos que visem o bem-estar da mulher”, afirmou o vice-diretor do Deppen, Luiz Francisco da Silveira.Silveira.
Na Cadeia Pública Hildebrando de Souza (Ponta Grossa), com 70 presas, aconteceram palestras e coletas de exames, além de um café ofertado pela Igreja Universal. Para as servidoras houve orientação nutricional, aulas de estética, fisioterapia, auriculoterapia, designer de sobrancelhas, e uma oficina de higienização facial e manicure, oferecidos em parceria com a instituição de ensino UniCesumar e a Secretaria de Assistência Social do município.
Na Região Metropolitana de Curitiba, as ações foram concentradas nas duas penitenciárias femininas e também no Complexo Médico Penal. No Centro de Integração Social Feminino de Piraquara (CIS), um espaço foi organizado para a coleta do exame preventivo para detectar o câncer de colo de útero, além de manicure e pedicure ofertados gratuitamente.
Já a Penitenciária Feminina do Paraná (PFP), também localizada em Piraquara, disponibilizou o auditório para palestras informativas, entre outras ações. Uma das palestrantes, a policial penal e fisioterapeuta, Schelon Scheer, falou sobre a dificuldade que algumas mulheres enfrentam para cuidar de sua saúde por conta da rotina atribulada.
“Hoje temos cada vez mais demandas, a mulher exerce múltiplos papéis sociais, tanto na esfera familiar como profissional. Na correria do dia a dia, adiamos uma consulta, um exame, e deixamos de nos cuidar como deveríamos. Por isso é importante discutir essas questões, olhar para si e fazer esse movimento de atenção e cuidado”, destacou.
Durante todo o mês de outubro, a profissional percorreu diferentes unidades prisionais e administrativas do Deppen com palestras voltadas para o cuidado em saúde, tanto para presas e servidoras. Um desses locais foi o Complexo Médico Penal, em Pinhais, que abriga presas em final de gestação e mulheres em cumprimento de medida de segurança.
Ainda foram registradas atividades em alusão ao Outubro Rosa em unidades prisionais das regiões de Londrina, Maringá, Francisco Beltrão, Cascavel e Guarapuava. O Deppen também atuou na produção de camisetas e máscaras personalizadas que foram confeccionadas por presos e distribuídas nas unidades prisionais e outros órgãos estaduais.