Sete associações sericicultoras brasileiras, das quais seis paranaenses, receberam recursos do Fundo de Apoio à Sericicultura, da União Europeia. O valor total soma 144 mil euros. As associações fazem parte do Projeto Seda, uma iniciativa internacional, que tem a parceria da Universidade Estadual de Maringá (UEM), por meio do grupo de pesquisa na área de aplicação da biologia celular, molecular, genética e melhoramento da criação do bicho-da-seda.
O recurso é fruto de premiações concedidas em 2020 a projetos inscritos pelas associações. O convênio para formalizar o repasse foi assinado nesta quarta-feira (6), na UEM. A finalidade do prêmio é promover a sericicultura em regiões potenciais, em especial projetos que trabalham a inclusão social de mulheres e pessoas com deficiência, com impacto sobre a economia e a sociedade do Estado e do País.
Mantido com recursos da União Europeia, o Projeto Seda busca contribuir com a redução da pobreza através da sericicultura sustentável e de valor agregado. O Fundo é uma iniciativa financiada pelo Adelante, programa também mantido pela União Europeia para a Cooperação Triangular, que busca promover relações entre os países da América Latina, Caribe e Europa.
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Para o vice-reitor da UEM, Ricardo Dias Silva, a universidade desenvolve um papel importante no Projeto Seda ao promover o desenvolvimento social ancorado ao sustentável. “Esse trabalho tem grande amplitude que possibilita trazer os produtores mais próximos à universidade e oferecer os benefícios de pesquisa e desenvolvimento científicos na produção, fundamental para que o Paraná se desenvolva”, explicou.
ARTESANATO – A Associação de Pequenos Produtores para um Futuro Melhor, de Tupinambá, distrito de Astorga, foi uma das beneficiadas com a aprovação do projeto “Centro de treinamento para a melhor sericicultura do futuro”.
Francisco Gildo Marchini é representante desta associação e, segundo ele, o recurso será aplicado para expandir a produção por meio do artesanato. “O dinheiro ajudará a agregar valor ao produto, aumentando a renda dos produtores com artesanato feito do aproveitamento dos casulos de segunda qualidade, que possuem baixo valor comercial. Isso irá nos possibilitar a ter um ganho maior”, explicou Marchini.
Participaram do evento de assinatura de convênio os representantes dos produtores premiados; Alessandra Silva, coordenadora dos projetos premiados dos sericicultores no Projeto Seda; Luiz Cézar Kawano, coordenador da Unidade Gestora do Fundo Paraná (UGF); Oswaldo da Silva Pádua, gerente da Câmara Técnica do Complexo da Seda do Estado do Paraná; Patricia Marino, coordenadora-geral do Projeto Seda/Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (Inti) Buenos Aires Argentina; Leticia Casañ Jensen, coordenadora do Programa Adelante 2 - União Europeia/Bruxelas/Bélgica; María Fernanda Becce, gerente de Relações Institucionais e Comunicação, e Norberto Ortigara, secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento.
PROJETO SEDA – O Projeto Seda é formado por grupos de pesquisas do Brasil, Argentina, Colômbia, México, Equador e Cuba e recebe também apoio por parte de instituições da Itália e Portugal. A iniciativa busca a melhoria da capacidade técnica e produtiva da sericicultura entre os grupos da América Latina e Caribe. Tem coordenação geral de Patrícia Marino, do Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (Inti) da Argentina, e visa potencializar o intercâmbio de conhecimentos, além de aproveitar a capacidade de todos os seus parceiros para oferecer soluções que visem o desenvolvimento sustentável.