Incentivar o desenvolvimento socioeconômico e aumentar a competitividade das empresas paranaenses, agregando tecnologia aos processos de produção de bens e serviços. Esse é o objetivo do Programa de Estímulo às Ações de Integração Universidade, Empresa, Governo e Sociedade, do Governo do Estado, lançado nesta terça-feira (5).
Idealizado pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o programa cria as Agências de Inovação para o Desenvolvimento Regional Sustentável (Ageuni) e será implementado pelas sete universidades estaduais do Paraná.
“Sempre quisemos criar um mecanismo que pudesse descobrir a vocação de cada região do Paraná. Quando você descobre sua vocação, sua dedicação é mais intensa e você presta um serviço melhor. A ideia das agências de desenvolvimento regional é fazer esse diagnóstico, aprofundando esse potencial com novos estudos, investimentos e infraestrutura. Serão sete agências a pensar o Paraná de forma regional”, explicou o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
A iniciativa aplicará, inicialmente, recursos financeiros da ordem de R$ 10 milhões, provenientes do Fundo Paraná e da Secretaria de Estado da Fazenda. Esse montante será operacionalizado pela Fundação Araucária a partir de três editais de chamamento. A gestão dos recursos será realizada pelas Fundações de Apoio das instituições de ensino superior.
Segundo o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, o intuito do programa é contribuir para a prospecção de negócios e impulsionar o desenvolvimento de produtos, processos e serviços inovadores, gerando trabalho, emprego e renda na cidade e no campo. Para ele, essa ação deve ser protagonizada pelas universidades.
“O Paraná tem diferentes realidades, e em cada região é preciso fazer uma atuação focada em seu desenvolvimento. E a maior agência de desenvolvimento regional que temos são as universidades. Nenhuma outra estrutura que se crie vai equivaler em termos de potencial ao que elas representam”, afirmou Bona.
INICIATIVAS LOCAIS E REGIONAIS – A ação consiste em apoiar iniciativas locais e regionais, com foco na realização de projetos de educação e qualificação profissional; ciência, tecnologia e inovação; infraestrutura econômica e urbana; e desenvolvimento social, artístico e cultural, fortalecendo os mecanismos de gestão, infraestrutura e serviços tecnológicos das instituições estaduais de ensino superior.
A Ageuni contará com um Comitê de Gestão, que será responsável por escolher os projetos a serem viabilizados. Além das universidades estaduais, esses grupos terão a participação de empresas, entidades do setor produtivo e municípios (prefeituras e associações municipais).
“Concebemos um sistema de governança com participação de diferentes atores para que se identifiquem as demandas e vocações regionais, se elaborem projetos coletivamente e para que as universidades atuem na execução desses projetos. Assim, elas atendem o que cada região escolher como prioritário, contribuindo para o seu desenvolvimento”, reforçou Bona.
Segundo Ramiro Wahrhaftig, presidente da Fundação Araucária, a principal intenção das agências é atender demandas da sociedade. “Temos nas instituições de ensino superior ativos extraordinários: boa parte da inteligência do Estado está no corpo de professores, pesquisadores e alunos. Com a participação deles, do setor produtivo e dos municípios, vamos atender essas demandas com recursos financeiros que permitam a execução de programas e projetos que forem solicitados”, ressaltou.
Na prática, o programa será instrumento de articulação de ações conjuntas, visando ao alinhamento entre políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação e políticas de desenvolvimento regional. O programa tem amparo no novo Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Paraná, composto pela Lei de Inovação (Lei nº 20.541/2021) e a Lei de Fundações de Apoio (Lei nº 20.537/2021).
EIXOS – As atividades da Ageuni contemplam quatro eixos temáticos: parceria entre universidade e empresa; inovação e apoio para microempreendedores individuais (MEIs), micro e pequenas empresas (MPEs), cooperativas, associações e empreendimentos solidários; universidade empreendedora; e universidade e desenvolvimento regional sustentável.
O reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Miguel Sanches Neto, explicou que a iniciativa reforça a própria função das instituições de ensino, fomentando a pesquisa focada na comunidade.
“As universidades estaduais nasceram regionalmente a partir de demandas da comunidade para que houvesse ensino, pesquisa e extensão de qualidade nas nossas cidades. Essas agências apenas consagram aquilo que as universidades vêm fazendo, potencializando nossa capacidade de resolver os problemas regionais”, pontuou.
GOVERNANÇA – A governança da Ageuni será exercida por um Comitê de Gestão, composto pela Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Secretaria da Fazenda, Secretaria de Estado do Planejamento e Projetos Estruturantes e as próprias instituições de ensino superior.
O comitê terá, ainda, a participação da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep); Federação da Agricultura do Paraná (Faep); Federação do Comércio do Paraná (Fecomercio); Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR); Associação de Municípios do Paraná (AMP); e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
Esse Comitê de Gestão será sediado na Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, com o apoio das sete universidades estaduais para a administração e o pleno funcionamento do programa. Para tanto, serão estabelecidos, em conjunto, a articulação e a interação entre os órgãos governamentais, o setor produtivo, as cooperativas e as associações de trabalhadores, para atendimento dos objetivos propostos.
Cada unidade da Ageuni será presidida pelos respectivos coordenadores institucionais das agências de inovação ou dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) das universidades estaduais.
DOCUMENTÁRIO – Durante o evento foi exibido um trecho do webdocumentário Chamada Zero Nove, que retrata as principais ações do Governo do Estado no enfrentamento à Covid-19. O material foi produzido pela UEPG no âmbito da Chamada Pública 09/2020 – Programa de Apoio Institucional para Ações Extensionistas de Prevenção, Cuidados e Combate à Pandemia do Novo Coronavírus.
“Quando surgiu a pandemia e as universidades entraram com ações extensionistas no Estado todo, entendemos que precisávamos registrar isso através de um documentário que tivesse um caráter humano e artístico. Foi assim que surgiu o Chamada Zero Nove, que acompanhou ações das universidades em todo o Paraná”, pontuou Sanches Neto.
Essa Chamada Pública contemplou projetos desenvolvidos na área da saúde, pelas sete Universidades Estaduais e a Universidade Federal do Paraná (UFPR). A iniciativa foi coordenada pela Seti, com apoio da Fundação Araucária, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e da Itaipu Binacional.
PRESENÇAS – Compareceram ao evento o chefe da Casa Civil, Guto Silva; o secretário estadual de Saúde, Beto Preto; o presidente da Associação dos Municípios do Paraná e prefeito de Jesuítas, Junior Weiller; os reitores das universidades estaduais do Oeste do Paraná (Unioeste), Alexandre Webber; da Centro-Oeste (Unicentro), Fábio Hernandes; de Maringá (UEM), Julio César Damasceno; de Londrina (UEL), Sérgio Carlos de Carvalho; do Norte do Paraná (UENP), Fátima da Cruz Padoan; e Estadual do Paraná (Unespar), Salete Paulina Machado Sirino; o representante da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, Ronei Volpi; o coordenador de inovação no Sebrae/PR, Weliton Perdomo; e os prefeitos de São Jorge do Patrocínio, José Carlos Baraldi, e de Nova Cantu, Airton Agnolin.