Os vídeos educativos do programa Brigada Escolar – Defesa Civil nas Escolas são agora acessíveis para todos os públicos. A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, responsável pelos treinamentos de professores e estudantes para prevenção de incêndios ou outros desastres nos edifícios escolares, reformulou os materiais para incluir a audiodescrição e intérprete de Libras para tornar as videoaulas inclusivas para pessoas surdas, cegas ou com baixa visão. Além dos vídeos, os materiais gráficos também foram reformulados para incluir orientações a estudantes surdos, com dificuldade de locomoção e alunos autistas.
O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Ricardo Silva, apresentou o programa nesta terça-feira (10) ao governador Carlos Massa Ratinho Junior, durante a reunião com a equipe de governo no Palácio Iguaçu. “As Brigadas Escolares são essenciais para nossos alunos saberem como agir em casos de desastres, e agora fica acessível para todos os estudantes”, disse o governador. “Muitos colégios são antigos e não tinham preparo contra incêndios. Além de equipar esses espaços, os treinamentos evitam que alguma pessoa fique ferida”, afirmou.
Ao mesmo tempo em que capacita os professores, funcionários e estudantes sobre prevenção a incêndios, a Defesa Civil também ajuda as escolas a obterem o Certificado de Conformidade, que atesta que o edifício atende normas do Corpo de Bombeiros. O sistema está sendo totalmente informatizado para facilitar o serviço e ampliar o número de escolas certificadas no Estado.
Além disso, todos os colégios estaduais estão estruturados para a prevenção a incêndios e contam com rotas de fugas sinalizadas, sistema de iluminação de emergência e sistema de proteção por extintores, que facilitam a retirada dos alunos em um eventual sinistro e evita que um possível incêndio tome proporções maiores.
UNIÃO DE ESFORÇOS - O coronel Ricardo Silva afirmou que programa é uma união de esforços entre Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, a Secretaria de Estado da Educação e o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), responsável pela adequação das escolas. “Professores, estudantes e funcionários recebem o treinamento e todos os alunos estão incluídos nas atividades de prevenção a desastres, incêndios e qualquer outro tipo de evento que possa atingir as escolas”, disse.
TREINAMENTOS – Todos os 2.160 colégios da rede estadual de ensino e as 411 escolas conveniadas (entre Apaes e outras instituições que atendem alunos especiais) recebem treinamento da Brigada Escolar. São 60 horas de aulas teóricas e oito horas de treinamentos práticos com profissionais do Corpo de Bombeiros, em que os estudantes aprendem questões como plano de abandono do edifício, prevenção e segurança contra incêndios e pânico, socorro de urgência e combate a princípio de incêndios.
Até agora, 51.272 brigadistas foram formados, mas todos os cerca de 1,1 milhão de alunos da rede estadual têm acesso aos ensinamentos do programa. O próximo passo, de acordo com o coronel Ricardo, é levar a Brigada para mais de 3 mil escolas da rede municipal. A Defesa Civil está preparando convênios com as prefeituras para atender, em um primeiro momento, 87 municípios paranaenses.
INCLUSÃO – A locutora e audiodescritora Raquel Carissimi é quem dá voz à audiodescrição presente nos vídeos da Brigada Escolar. Além dela, um grupo de consultores, formado por jovens com baixa visão, também ajudou a avaliar a efetividade do material.
“Quando o material é acessibilizado, ele chega a todas as pessoas, incluindo pessoas com deficiência auditiva ou visual. Em um momento tenso, como é a retirada dos estudantes em casos de incêndio, é importante que todos saibam como agir, sem exceção”, disse Raquel.
“Desta forma, todos poderão ter acesso aos vídeos e à formação, incluindo as pessoas com deficiência. O material também ajuda a criar consciência nos professores que esses alunos estão na escola e também precisam participar do treinamento”, afirmou Eveline Magalhães, uma das consultoras.
“A inclusão não é fazer algo exclusivo para as pessoas com deficiência, ela é feita para todos e acessibilizada para a pessoa com deficiência. Quando ela é feita para um grupo apenas não há inclusão”, completou Juliana Lucas dos Santos, também consultora.