Uso de tecnologia pode acelerar construção de casas populares

Governador e ministro do Desenvolvimento Regional conheceram empresa de Araucária especializada em wood frame, que troca o tijolo convencional por perfis de madeira e aumenta a velocidade da construção em até cinco vezes.
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10/12/2020 - 13:50
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O governador Carlos Massa Ratinho Junior visitou nesta quinta-feira (10), ao lado do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, a sede da construtora Tecverde, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A empresa paranaense, fundada em 2009, é especialista no uso de uma tecnologia de origem alemã, baseada no uso da madeira, que pode acelerar a construção de casas populares.

A ideia é usar o processo como base para agilizar a construção de moradia social  via Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar). Ficou estabelecido que o Governo Federal vai desenvolver um projeto-piloto no Estado usando a tecnologia na construção. A intenção é implementar um condomínio do idoso, programa voltado para pessoas da terceira idade. A cidade que vai receber o projeto ainda será definida. Em caso de aprovação, o modelo será replicado em outros municípios do País.

“A ideia de trazer o ministro é justamente apresentar novas tecnologias. Esse projeto desenvolvido aqui no Paraná é pioneiro e pode agilizar um grande volume de casas, com rapidez, sustentabilidade, alta tecnologia e com preço acessível”, afirmou o governador. “A Cohapar está estudando essa tecnologia para que possa ser usada tanto na área urbana quanto rural. É algo inovador que vai dar velocidade à construção das casas".

Outro ponto destacado pelo governador é que a técnica pode ser implementada em outras edificações, como em hospitais, neste momento de alteração da circulação da Covid-19. “É algo que usa a tecnologia em alta escala, um modelo que nasceu aqui no Paraná”, disse Ratinho Junior. A Tecverde informou que entregou cinco hospitais pelo País desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março.

TECNOLOGIA – Conhecida como wood frame, a técnica troca o tijolo convencional por perfis de madeira que, em conjunto com placas de cimento, madeira com resina, gesso, uma membrana para evitar a umidade e o acabamento final, dão sustentação à construção. Segundo a empresa, a velocidade da obra é até cinco vezes maior do que a de construções tradicionais. Como o imóvel sai do barracão industrial 85% pronto, uma casa pode ser finalizada em 24 horas e um prédio com quatro pavimentos em 30 dias. Também são seguras contra incêndios.

“É uma tecnologia das mais inovadoras que temos no País na área da habitação. Diminui extraordinariamente o tempo da obra. Faremos pilotos, inclusive aqui no Paraná, com foco na ampliação para outros lugares do País”, ressaltou Marinho.

ALTA PERFORMANCE – CEO da Tecverde, Caio Bonatto explicou que a empresa já mantém contratos com incorporadoras que prestam serviços para o Governo Federal em programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida, que no governo Jair Bolsonaro passou a se chamar Casa Verde e Amarela.

Ele destacou que, por buscar uma produção de alta performance, copiando o modelo da indústria automobilística, a construção seguindo a tecnologia reduz em 85% os resíduos da obra e em 80% a emissão de CO². Além disso, conta com total conforto térmico, diminuindo a conta de luz dos moradores. O custo final, destacou o empresário, é semelhante ao de uma obra tradicional.

“Tudo isso faz com que se ganhe velocidade, com menos desperdício e maior sustentabilidade. Para quem paga aluguel é a oportunidade de receber a casa própria antes, por isso a técnica se encaixa perfeitamente em programas de habitação social”, ressaltou Bonatto.

Com ações em estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País, e escritórios no exterior, a empresa já entregou mais de 5 mil unidades, com 24 mil clientes atendidos. Emprega na planta de Araucária 350 pessoas de forma direta. Número que será dobrado em 2021.

DÉFICIT – O déficit habitacional do Paraná, calculado após a conclusão do Plano Estadual de Habitação de Interesse Social, coordenado pela Cohapar, é de 511.746. O número engloba o déficit quantitativo, que é a necessidade de produção de novas moradias, o déficit qualitativo, que é a necessidade de ações de regularização fundiária e obras de urbanização, e o déficit rural, que é a necessidade de construção de casas nas zonas rurais dos municípios paranaenses.

AÇÕES – De acordo com a Cohapar, em 2019 foram entregues pelo Governo do Estado 1.351 unidades de casas populares, em diferentes regiões do Paraná. Em 2020, até o momento, foram entregues 2.807 unidades. Outras 3.697 casas estão em execução pela Cohapar.

Contabilizadas apenas as entregas e obras em execução, o investimento é de R$ 551 milhões em recursos estaduais e federais. “O Brasil precisa de tecnologia na construção civil. Isso vem suprir a demanda que temos hoje, com possibilidade de erguer até 15 casas por dia. Queremos replicar esse tipo de construção no Paraná”, afirmou o presidente da Cohapar, Jorge Lange.

A perspectiva é de ampliação dos números nos próximos anos com a retomada dos financiamentos próprios e desenvolvimento de novas modalidades, como o Viver Mais Paraná, que atende o público idoso, e projetos de desfavelamento.

PRESENÇAS – Participaram também da visita o secretário nacional de Habitação, Alfredo Santos; o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas; e os deputados federais Paulo Martins e Luiza Canziani.

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