Universidades estaduais buscam oportunidades para o avanço do ensino superior do Paraná

Em seminário, palestrantes de renome nacional falaram sobre desafios acadêmicos para assegurar a qualidade do ensino nas universidades públicas. Mais de 300 professores das universidades estaduais participaram do evento, realizado pela Secretaria da Ciência, tecnologia e Ensino Superior.
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27/09/2024 - 16:50
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O aperfeiçoamento da gestão acadêmica e pedagógica para a excelência do ensino superior é o eixo central do Seminário Estadual de Coordenações de Cursos de Graduação do Paraná. Promovido pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o evento acontece desde a quarta-feira (25), no campus da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), em Curitiba, com a participação de aproximadamente 300 professores das sete instituições de ensino superior pertencentes ao Governo do Estado. A programação termina nesta sexta-feira (27).

Entre os participantes estão os docentes que coordenam cursos de bacharelado, bacharelado/licenciatura e de tecnologia, nas diferentes áreas do conhecimento, além de pró-reitores de ensino e de graduação, além de outros gestores administrativos das universidades.

Com uma abordagem ampla, convidados de renome nacional ministraram, ao longo desses três dias, palestras relacionadas aos desafios acadêmicos para assegurar a qualidade do ensino nas universidades públicas. Os especialistas destacaram temas atuais, como as perspectivas para a flexibilização curricular, a permanência estudantil universitária e a implementação de políticas no campo da educação superior, com ênfase em equidade, inovação tecnológica e adequação de diretrizes.

Para o diretor de Estatísticas Educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Carlos Eduardo Moreno Sampaio, o levantamento de dados é importante para orientar o planejamento da expansão do ensino superior. “As universidades precisam se reconhecer nas estatísticas gerais para que, em âmbito local e regional, possam refletir sobre os desafios que acontecem nas próprias instituições, e agir para solucionar as questões retratadas nos indicadores”, disse. 

Segundo a supervisora de Permanência Pedagógica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Marilda Aparecida Dantas Graciola, estudos científicos mostram que fortalecer a autoeficácia pode impactar positivamente o desempenho acadêmico.

“É importante que as universidades promovam ações para estimular que os estudantes acreditem nas próprias habilidades, pois um ambiente universitário que valoriza a autoeficácia contribui para que eles se sintam capacitados, engajados no aprendizado e, consequentemente, alcancem o bem-estar e a concluam”, afirmou.

A pró-reitora de Graduação da Universidade Federal do ABC (UFABC), Fernanda Graziella Cardoso, destacou a importância da flexibilização curricular. “A ideia é pensar um modelo de matriz curricular mais flexível e atrativo, com ausência de pré-requisitos, para que os estudantes tenham uma trajetória de formação mais autônoma e personalizada”, defendeu.

PAINEL – Um painel especial reuniu gestores da Seti, do Conselho Estadual de Educação do Paraná e da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico para apresentar o cenário regulatório do Sistema Estadual de Ensino Superior do Paraná.

Para o secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, os coordenadores de curso são atores essenciais no processo de melhoria contínua do ensino superior. “Nossas universidades são reconhecidas como instituições de excelência e as melhorias passam pelo debate de ideias diversas e coletivas, com diferentes pontos de vista que podem contribuir para a condução de políticas públicas”, afirmou.

Ele destacou que parte da programação do encontro de coordenadores foi dedicada para discutir a gestão dos cursos e pensar em melhores alternativas para promover um avanço em termos de qualidade do sistema de ensino superior paranaense.

O presidente do Conselho Estadual de Educação do Paraná, João Carlos Gomes, reforçou a importância de fortalecer as políticas públicas voltadas para o ensino superior. “A ideia é ampliar o ingresso de estudantes na graduação, reduzir a evasão e ampliar a taxa de conclusão nas universidades”, salientou. “A criação de novos cursos, incluindo tecnológicos, é uma das estratégias em vista para atender as demandas do mercado de trabalho”, disse.

PROPOSTAS – Como parte da programação do seminário, os participantes se reuniram em grupos de trabalho, de acordo com os campos do conhecimento, para sugerir ideias e recomendações que possam subsidiar políticas públicas para a melhoria do ensino superior paranaense. As propostas serão consolidadas pela equipe da Coordenadoria de Ensino Superior da Seti e avaliadas como base para orientar futuras medidas do governo estadual.

Os professores discutiram estratégias de acolhimento e apoio aos universitários desde o ingresso até a conclusão do curso. A implementação de novas metodologias de ensino e avaliações personalizadas foram destacadas como alternativas para melhorar a aprendizagem, competências e habilidades dos alunos. Também foi enfatizada a necessidade de integrar tecnologias educacionais ao currículo para proporcionar uma experiência mais inclusiva e adaptada às necessidades dos estudantes. A gestão eficaz dos cursos foi outro ponto central, passando por alinhamento de práticas pedagógicas e administrativas.

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