A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) inaugurou mais um centro de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico. Instalada no campus de Marechal Cândido Rondon, a nova unidade acadêmica concentra as atividades do Centro de Ciências Agrárias (CCA), incluindo três programas de pós-graduação – Agronomia, Zootecnia e Desenvolvimento Rural Sustentável.
Ao todo, são 32 laboratórios multiusuários, distribuídos em quatro blocos e dois pavimentos, que somam uma área total de 2.481 metros quadrados. A edificação foi construída em um terreno adjacente ao campus, doado pela Prefeitura de Marechal Cândido Rondon.
A estrutura recebeu investimento superior a R$ 4,8 milhões, recursos dos governos estadual e federal. Desse montante, R$ 2,8 milhões foram desembolsados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI).
Como contrapartida, a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) liberou R$ 1,2 milhão, por meio do Fundo Paraná, para financiamento científico e tecnológico. O subsídio para viabilizar a obra foi complementado com aporte de R$ 500 mil, oriundo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e mais R$ 300 mil de recursos próprios da Unioeste.
O reitor da Unioeste, professor Alexandre Weber, ressalta que as novas instalações laboratoriais asseguram melhoria nas condições de trabalho. “Esses laboratórios vão servir à pesquisa e ao ensino, assim como à prestação de serviços para a comunidade. É uma estrutura física que assegura melhores condições de trabalho e que vai refletir no avanço para a sociedade como um todo”, enfatiza.
O CCA reúne mais de 700 estudantes. São aproximadamente 370 universitários matriculados nos cursos de graduação em Agronomia e Zootecnia, e cerca de 400 alunos em seis cursos de mestrado e doutorado. O novo complexo acadêmico e científico será utilizado por todo esse público, incluindo professores, pesquisadores e outros profissionais da educação superior.
Para o coordenador da Unidade Gestora do Fundo Paraná (UGF), Luiz Cezar Kawano, o desenvolvimento regional equilibrado e a redução de desigualdades sociais estão associados ao avanço científico e tecnológico. “No cenário atual globalizado, o conhecimento científico e tecnológico é essencial para estimular a competitividade no setor produtivo, com impacto no desenvolvimento econômico e social e na sustentabilidade ambiental”, afirma.
O gestor explica que a ação fomentadora, articuladora e de apoio do Fundo Paraná, como política governamental de incentivo à inovação, se torna elemento-chave na descentralização espacial e desconcentração institucional da produção científica, com possibilidade de expansão da ciência por todo o território estadual.
Segundo o diretor do campus da Unioeste em Marechal Cândido Rondon, professor Davi Félix Schreiner, o investimento em pesquisa contribui para formar profissionais ainda mais preparados. “A pesquisa e a extensão são fundamentais na formação de profissionais com habilidades em diferentes áreas e com visão analítica e sistêmica. Os estudantes dedicados e engajados apresentam um perfil diferenciado e se destacam no mercado de trabalho”, salienta.
SERVIÇOS – Para além das atividades de ensino, a ampliação da estrutura laboratorial da Unioeste em Marechal Cândido Rondon vai possibilitar melhoria na oferta de serviços, a exemplo de análises nas áreas de química e física de solos, fertilidade de solos, nutrição animal, microbiologia e biotecnologia. O retorno será positivo para os setores agropecuário e agroindustrial, com impacto nas condições ambientais das regiões Oeste e Sudoeste do Estado.
Doutor em Agronomia, o professor Nardel Luiz Soares da Silva, que atua como diretor do CCA, destaca o potencial para a transferência de tecnologias e desenvolvimento de soluções tecnológicas, em paralelo ao desenvolvimento das pesquisas científicas. “O intuito é ampliar o número de publicações em periódicos indexados em bases nacionais e internacionais, e aumentar a quantidade de registros de propriedade intelectual, a partir da aproximação com o setor produtivo local e regional”, sinaliza.
ESTRUTURA – O complexo reúne laboratórios de agronomia; anatomia animal; aplicação de defensivos; biologia e botânica; biometria; bioquímica e microbiologia; controle biológico; extensão rural; fertilidade do solo e nutrição mineral de plantas; fisiologia vegetal; irrigação e drenagem; mecanização agrícola; microscopia; nutrição animal; química ambiental; reprodução animal; topografia e georreferenciamento; zoologia e parasitologia; zootecnia, entre outros.
Algumas unidades laboratoriais foram constituídas recentemente, como os laboratórios de práticas agroindustriais e manejo e de conservação do solo. Outros foram equipados com instrumentos para experimentos e pesquisas científicas relacionadas à tecnologia de alimentos; tecnologia de leite; e tecnologia de sementes e mudas.
No CCA também são desenvolvidas atividades de monitoramento ambiental, a partir de uma estação meteorológica de observação de superfície, viabilizada por convênio entre a Unioeste e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
CAMPUS – Além do CCA, o campus da Unioeste em Marechal Cândido Rondon é formado pelos centros de Ciências Humanas, Educação e Letras (CCHEL) e de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA). São mais de 1.800 alunos matriculados em 12 cursos presenciais de graduação e nove de pós-graduação, entre mestrados (5) e doutorados (4), além de 187 professores – 127 doutores e 11 pós-doutores.