Há quase 15 anos, o descarte de boa parte das bebidas alcoólicas apreendidas pela Receita Federal deixou de ser um problema logístico e ambiental. Isso porque a Unicentro, por meio da Agência de Inovação Tecnológica (Novatec), localizada no campus Cedeteg, oferece uma solução ecológica e eficaz. Desde 2008, a Novatec utiliza bebidas como vinho, cerveja e vodka como matéria-prima para a produção de álcool glicerinado e em gel.
Nesta semana o projeto recebeu um novo carregamento de bebidas apreendidas. A entrega foi acompanhada por representantes da Comissão de Destruição de Mercadorias Apreendidas da Receita Federal.
Para o chefe do Serviço de Gestão Corporativa, Osvaldo Toshio Yamashita, a parceria com a Unicentro é completa, de ponta a ponta. “Para nós, é um programa completo, porque a gente tira um produto que estava sendo objeto de ilícito e, aí, transformando essas bebidas em álcool em gel. Nós sabemos que ele acaba sendo útil não só para a universidade, mas para várias entidades públicas e para o próprio benefício da Receita Federal. Então, é um programa completo e é um dos mais que a gente tem procurado dar dedicação e apoio”, disse.
Todo o trabalho é centralizado pela Agência de Inovação da Unicentro e coordenado pelo professor Maico Taras da Cunha. “Nós recebemos com frequência cargas da Receita Federal, que vem armazenada em contêineres, sempre são cargas de 22 mil litros de bebidas. Esses 22 mil litros são submetidos a um processo de tratamento químico. Na sequência, a gente faz um processamento para realizar a extração da fase alcoólica dessas bebidas e esse produto final, esse álcool, vai ser destinado para álcool de limpeza ou para álcool glicerinado ou para álcool 70 em gel”, afirmou.
A visita também contou com a presença de Luiz Claudio Garé, representando a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), que é parceira da Receita Federal no transporte das cargas para a universidade. Ele elogiou a destinação social e ecológica das bebidas apreendidas.
“Esse é um projeto de uma relevância muito grande para a Abrabe, principalmente pelo fato de que a gente está transformando algo ilegal, que são bebidas fruto de contrabando e descaminho, em um benefício social, que é a transformação do álcool gel, feito pela universidade, para a doação aos órgãos públicos. É um projeto de uma relevância incrível e é muito importante para a Abrabe continuar apoiando essa iniciativa”, afirmou.
O álcool produzido, desde o início do projeto, foi utilizado para a higienização dos campi da universidade e doado para órgãos públicos. Com o advento da pandemia de Covid-19, a demanda aumentou e o projeto se mostrou capaz de atender as expectativas da sociedade em um momento tão difícil.
“Nós tivemos, no auge da pandemia, um aumento de 300% na necessidade de produção do álcool 70. Então, nós atendemos toda a comunidade universitária, as escolas municipais, escolas estaduais, outros órgãos como Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Federal, bombeiros, Defesa Civil e alguns hospitais da região, além de algumas solicitações de municípios vizinhos”, arrematou Maico.