A Universidade Estadual de Maringá (UEM), por meio do Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi), está retomando os atendimentos do Projeto Tabagismo: Tratamento e Acompanhamento de Usuários de Tabaco de Maringá e Região. A assistência, que segue metodologia padronizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), terá início na segunda quinzena desse mês. As inscrições iniciaram nesta sexta-feira (1°).
O projeto consiste em reuniões online, com o número máximo de 10 participantes, e conta com orientação e conscientização para que os dependentes da nicotina entendam o porquê fumam e como isso afeta a saúde. Serão repassadas técnicas e elaboradas estratégicas para abandonar o hábito de fumar, além de informações para evitar recaídas.
O tabaco é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma pandemia que mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes são devido ao uso direto desse produto, e cerca de 1,2 milhão são não fumantes expostos ao fumo passivo. No Brasil, o tabagismo mata 443 pessoas por dia.
Para o coordenador do projeto, Celso Conegero, a pandemia da Covid-19, que obrigou a população a conviver com o distanciamento social, contribuiu para o aumento do uso do tabaco. “A situação que vivenciamos elevou o nível de estresse dos indivíduos e muitos voltaram a fumar ou começaram a fumar”, explica Conegero.
Além dos encontros para pessoas que tenham um grau maior de dificuldade em parar de fumar, há o encaminhamento à consulta médica. Caso seja necessário a prescrição de medicamento para controle de crises de abstinência, os medicamentos são distribuídos gratuitamente pela Secretaria de Saúde de Maringá.
O projeto, que teve início em 31 de maio de 2005, também conta com atendimento psicológico e nutricional, já que é muito comum o ganho de peso em pessoas que param de fumar.
O agrônomo Evandro Antonio Minato fez parte do projeto. Fumante por 9 anos, por várias vezes ele tentou parar de fumar fazendo uso de métodos como adesivo e chiclete de nicotina, mas foi no dia 25 de abril de 2019, participando do projeto, que ele conseguiu deixar o vício.
“Nas reuniões tive orientação e principalmente o acompanhamento adequado de como parar de fumar e iniciar uma nova fase da minha vida. Os benefícios não foram só físicos, mas foi muito além. Se eu consegui parar de fumar, consigo fazer muito mais”, diz Minato.
FORMAÇÃO ACADÊMICA – Além de oferecer apoio e tratamento às pessoas que queiram parar de fumar, o Projeto Tabagismo também trabalha a prevenção e tratamento, conscientização da população, e malefícios do tabaco por meio de palestras e atendimentos nas escolas de ensino médio e fundamental.
Estas atividades envolvem os alunos da UEM, que podem atuar no projeto como estagiários, desde o acompanhamento dos atendimento realizados pelos professores, quanto na elaboração de material didático e na produção de vídeos e matérias.
Miyoko Massago é egressa do curso de Farmácia da UEM. Ela participa do projeto desde 2010, quando fez o estágio vocacionado e o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) analisando os dados dos pacientes que tinham participado dos grupos de tratamento oferecido pelo projeto.
“Este projeto contribuiu e continua contribuindo muito para a minha formação acadêmica como aluna e futura profissional, visto que mais do que permitir o contato com a atenção primária, a saúde e a orientação sobre os malefícios do tabagismo, permite adquirir experiência também na área acadêmica”, enfatiza Miyoko, que pretende iniciar o doutorado em 2022 tendo como referência o Projeto Tabagismo.
Alunos que queiram participar podem entrar em contato por meio do email projetotabagismo@hotmail.com ou pelo telefone (44) 3011–5988.
Fumantes que queriam parar de fazer uso do tabaco podem se inscrever AQUI.