A Universidade Estadual de Londrina (UEL) reforça o combate ao mosquito da dengue em todo o campus. O Grupo de Trabalho de Vigilância e Controle do Aedes aegypti da UEL (GT Aedes) e a Prefeitura do Campus Universitário (PCU) realizam uma série de ações para controlar a incidência do mosquito.
Como ocorre todos os anos durante o verão, o volume de focos se intensifica a partir do grande volume de chuvas. As equipes da divisão de jardinagem da PCU estão com agenda diária para roçagem do mato. O trabalho é feito de forma contínua, uma vez que o Campus Universitário tem mais de 1,5 milhão de metros quadrados de área, que abrigam oito Centros de Estudos, sem considerar a Fazenda Escola e espaços externos.
O mais recente monitoramento do GT Aedes da UEL demonstrou a existência de mais de 30 focos do mosquito da dengue no campus, um cenário atípico com risco de infestação. De acordo com o prefeito do Campus, Gilson Bergoc, o agravante deste ano foi uma combinação entre chuva intensa e temperatura elevada. Paralelamente à roçagem do mato, a força-tarefa prevê uma ampla campanha junto à comunidade universitária no sentido de auxiliar na eliminação de possíveis criadouros.
10 MINUTOS - Nas próximas semanas serão promovidas reuniões com diretores de centros, órgãos de apoio e órgãos suplementares para orientar e reforçar a utilização nos espaços de aula e administrativos do checklist “10 minutos de combate ao Aedes”.
A ação foi instituída na UEL há seis anos com o objetivo de envolver estudantes, professores e servidores na tarefa de verificação de possíveis foco nos locais de trabalho e de aulas. Outra iniciativa é a orientação para evitar o descarte inadequado de recipientes que possam reter água. “Precisamos contar com apoio de toda a comunidade nesse cuidado para eliminar possíveis focos”, afirma Gilson Bergoc.
MONITORAMENTO CONSTANTE - Desde 2016, o GT Aedes faz monitoramentos mensais de infestação no campus. Segundo João Zequi, professor do Departamento de Biologia Vegetal e Animal, do Centro de Ciências Biológicas (CCB) e Entomologistas do GT, o último deles, de janeiro, apontou alto risco de infestação, cenário diferente de todos os outros levantamentos.
O monitoramento no campus é feito a partir de 61 armadilhas, chamadas de ovitrampas. A armadilha coleta os ovos da fêmea do Aedes aegypti e indica a presença de mosquitos em um raio de até 200 metros. “É o método mais sensível de identificação do vetor”, afirma Zequi.
Ele destaca que a dengue é uma questão de saúde pública que afeta toda população, sendo mais barato fazer ações de prevenção do que de tratamento. “É um terço do valor de tratar o doente”, afirma. Por isso, defende que a principal medida preventiva para a dengue é evitar acúmulo de água em qualquer local ou recipiente, tanto em áreas internas ou externas.
DEMOCRATIZAR - Para ampliar o acesso e o acompanhamento do monitoramento do GT Aedes serão disponibilizados cartazes pelo campus da UEL, com um QR code para o link dos mapas georeferenciados. O objetivo é democratizar a informação para que os membros da comunidade universitária saibam quais são os locais mais afetados e cuidem do espaço.
Além disso, em reunião realizada com a reitoria na última sexta-feira (11), foi definida a contratação de estagiários para o Grupo de Trabalho, com o objetivo de monitorar e coletar as armadilhas, além de atividades de orientação à comunidade universitária. Todo o trabalho de monitoramento da dengue no Campus pode ser acompanhado na página do GT Aedes.