UEL realiza pesquisa inédita sobre saúde bucal e uso de cigarro eletrônico

Levantamento será feito entre os estudantes da Universidade Estadual de Londrina, por meio de um projeto de extensão. Ainda não se conhece os malefícios deste dispositivo, mas o risco pode ser até maior que o do tabaco.
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31/05/2022 - 18:00
Editoria

Os cigarros eletrônicos, conhecidos também como pendrive, pod ou vape, se tornaram populares entre os jovens nos últimos anos. Há discussões sobre a proibição do uso no país e ainda não se sabe o quanto ele faz mal à saúde. É justamente para investigar os efeitos na saúde bucal que será feito um levantamento entre os estudantes da UEL, por meio do projeto de pesquisa, ensino e extensão denominado “Formas alternativas de consumo de tabaco entre estudantes universitários e sua relação com a saúde bucal”.

Coordenado pelo professor Ademar Takahama Junior, do Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), o projeto já tem resultados preliminares. Recentemente, foi aplicado um questionário a alunos do centro de estudos. Dos quase 250 entrevistados, 50% indicaram já ter utilizado os cigarros eletrônicos para recreação, em festas ou com os amigos. Dessa porcentagem, mais da metade também indicou fazer uso frequente. 

A partir de agosto, com o início do calendário letivo de 2022, o levantamento será feito com todos os estudantes da UEL. O questionário será simples e com até dois minutos de duração. Os voluntários também passarão por exame, para verificar alterações na cavidade bucal, como diminuição da saliva ou áreas esbranquiçadas, e ainda receberão avaliação e limpeza dos dentes.

Pequenos e de fácil transporte, os dispositivos costumam funcionar com bateria, acionada para esquentar um líquido que geralmente contém nicotina, aromatizante e outros produtos químicos. “Não tem cheiro e fumaça como o cigarro tradicional. O jovem consome até mais porque acha que não faz mal, mas o risco pode ser até maior”, afirma o professor.

Segundo ele, já existem estudos internacionais indicando que o cigarro eletrônico faz mal à saúde e aumenta o risco de doenças cardiovasculares e pulmonares, mas quanto à saúde bucal as informações ainda são poucas.

O professor lembra que o consumo do cigarro tradicional diminuiu consideravelmente nos últimos anos, com legislação específica e conscientização da população. Porém, como se constata atualmente, houve uma migração de cigarro para outro, primeiro para o narguilé e, mais recente, para esses dispositivos.

“Todos os estudantes atendidos no projeto também receberão orientações sobre o uso desses cigarros e as consequências para a saúde”, afirma Takahama. Materiais impressos e digitais também serão elaborados para distribuição no câmpus. Para contribuir com a pesquisa nacional e internacional, os resultados do projeto serão submetidos à publicação na forma de artigos científicos de revistas especializadas.

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