Os cigarros eletrônicos, conhecidos também como pendrive, pod ou vape, se tornaram populares entre os jovens nos últimos anos. Há discussões sobre a proibição do uso no país e ainda não se sabe o quanto ele faz mal à saúde. É justamente para investigar os efeitos na saúde bucal que será feito um levantamento entre os estudantes da UEL, por meio do projeto de pesquisa, ensino e extensão denominado “Formas alternativas de consumo de tabaco entre estudantes universitários e sua relação com a saúde bucal”.
Coordenado pelo professor Ademar Takahama Junior, do Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), o projeto já tem resultados preliminares. Recentemente, foi aplicado um questionário a alunos do centro de estudos. Dos quase 250 entrevistados, 50% indicaram já ter utilizado os cigarros eletrônicos para recreação, em festas ou com os amigos. Dessa porcentagem, mais da metade também indicou fazer uso frequente.
A partir de agosto, com o início do calendário letivo de 2022, o levantamento será feito com todos os estudantes da UEL. O questionário será simples e com até dois minutos de duração. Os voluntários também passarão por exame, para verificar alterações na cavidade bucal, como diminuição da saliva ou áreas esbranquiçadas, e ainda receberão avaliação e limpeza dos dentes.
Pequenos e de fácil transporte, os dispositivos costumam funcionar com bateria, acionada para esquentar um líquido que geralmente contém nicotina, aromatizante e outros produtos químicos. “Não tem cheiro e fumaça como o cigarro tradicional. O jovem consome até mais porque acha que não faz mal, mas o risco pode ser até maior”, afirma o professor.
Segundo ele, já existem estudos internacionais indicando que o cigarro eletrônico faz mal à saúde e aumenta o risco de doenças cardiovasculares e pulmonares, mas quanto à saúde bucal as informações ainda são poucas.
O professor lembra que o consumo do cigarro tradicional diminuiu consideravelmente nos últimos anos, com legislação específica e conscientização da população. Porém, como se constata atualmente, houve uma migração de cigarro para outro, primeiro para o narguilé e, mais recente, para esses dispositivos.
“Todos os estudantes atendidos no projeto também receberão orientações sobre o uso desses cigarros e as consequências para a saúde”, afirma Takahama. Materiais impressos e digitais também serão elaborados para distribuição no câmpus. Para contribuir com a pesquisa nacional e internacional, os resultados do projeto serão submetidos à publicação na forma de artigos científicos de revistas especializadas.