A maior câmara climática do País para ensaios com controle de temperatura e umidade foi inaugurada nesta terça-feira (3), no Laboratório de Estruturas, do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). O espaço de mais de 100 metros quadrados será utilizado para ensaios com materiais de estrutura que sofrem deformação lenta, como concreto armado, madeira, bambu, entre outros. A obra custou cerca de R$ 150 mil.
Além de utilização para a pesquisa e o ensino dos estudantes de graduação e pós-graduação, o local poderá auxiliar na elaboração de normas técnicas da construção civil. A câmara contém isolamento térmico, sistema de resfriamento por duto e mesas de reação – onde podem ser feitos quatro testes ou mais simultaneamente.
Pelo tamanho da área, é possível testar grandes estruturas de concreto, como vigas e postes, por exemplo. Na parte superior foi construído outro espaço que poderá servir futuramente como sala de aula e de reunião, o que vai permitir expansão do Laboratório de Estruturas.
Foram muitos anos de busca por recursos para a construção e finalização da câmara. A ação foi do professor Gilberto Carbonari, que desde o retorno do doutorado em Barcelona, na Espanha, em 1997, sonhou com a criação desse espaço na UEL. Houve um esforço por busca de apoio de empresas do setor privado e, ainda, recursos da Especialização em Engenharia de Estruturas, do CTU, por meio do Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento Econômico Social (ITEDES) e da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da UEL (Fauel).
O professor destaca ainda a doação de materiais por algumas delas, como a Companhia de Cimento Itambé, que doou cimento para construção da estrutura de todo o laboratório. Além disso, foram reutilizados equipamentos, como o ar-condicionado adaptado para controle da umidade, anteriormente usados para a refrigeração de computadores na Assessoria de Tecnologia da Informação (ATI).
Com 35 anos de trabalho na UEL e com aposentadoria em vista, Gilberto Carbonari reconhece que deixa um legado aos estudantes e professores dos cursos de graduação e pós-graduação do CTU.
“Desconheço laboratórios que possuem câmara desse porte. Nela vai ser possível agregar vários setores, dentro da universidade e também fora. É possível fazer teste de normas técnicas da ABNT e até de nível mundial, com empresas de madeira, concreto armado, que desejarem parceria. Além de convênios com institutos que trabalham especificamente com materiais de estruturas”, afirma.
Segundo o técnico do Laboratório de Estruturas, Luis Gustavo Patrocino, que atua diretamente com as pesquisas dos estudantes, a câmara vai permitir encontrar o ponto zero para os testes, com o controle de temperatura e umidade. Isso significa que os estudos poderão ser feitos com mais rigor técnico e comparação entre as estruturas que estarão dentro, no isolamento, e as que estarão fora, expostas a todas as condições.
CERIMÔNIA – Professores, estudantes e servidores prestigiaram a cerimônia de inauguração da câmara climática. O reitor da UEL, Sérgio de Carvalho, destacou a persistência na construção do espaço e dos atores envolvidos. “Esse laboratório é o símbolo do que é a UEL, da teimosia das pessoas em tornar algo possível e fazer a diferença. Temos o desafio de nos relacionar com todos os espectros sociais, com o setor privado, para conseguir avançar mais”, afirmou.
Participaram também do evento o vice-reitor Décio Sabbatini, a pró-reitora de graduação e reitora eleita, Marta Favaro, o diretor do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU), Aron Lopes Petrucci, o chefe do Departamento de Estruturas, Paulo Sérgio Bardella, e o coordenador do Laboratório de Estruturas, Marcos Vinício De Camargo.