A Universidade Estadual de Londrina (UEL), por meio da Agência de Inovação (Aintec), formalizou um protocolo de intenções com a Gaia Agro Solutions Comércio, Importação e Exportação, de São Paulo, para o desenvolvimento e comercialização de tecnologias inovadoras na área de bioinsumos.
O acordo permitirá que laboratórios da universidade relacionados à tecnologia agrícola sustentável, setor que experimentou um crescimento de mais de 40% somente no ano passado, possam colocar os produtos no mercado, com segurança, chegando inclusive aos pequenos produtores.
O protocolo foi assinado nesta quinta-feira (3) pelo vice-reitor da UEL, Airton Petris, pela diretora da empresa, Rosemarie de Souza Oliveira Rodrigues, e o assessor Matias Santipolo. De imediato, a empresa deverá atuar junto do Centro de Ciências Agrárias (CCA) e com o Laboratório de Biotecnologia Microbiana (Labim), no Centro de Ciências Biológicas (CCB).
O vice-reitor da UEL salientou a característica social do acordo, que busca a eficiência e a produtividade das áreas agrícolas, porém considerando a necessidade de preservação ambiental. De acordo com Petris, os projetos desenvolvidos na UEL buscam conciliar avanço tecnológico e interesse coletivo. “É importante unir a tecnologia de ponta e o impacto ambiental e social”, afirmou.
Diretora da Gaia, Rosemarie Rodrigues destacou que o acordo estabelecido com a UEL busca o acesso a tecnologias inovadoras de baixíssimo impacto e que, de preferência, neutralizem ou recuperem a emissão de carbono. Segundo ela, a empresa é comprometida com tecnologias sustentáveis, de baixo impacto ambiental, que promovam a fixação de carbono e, como consequência, reduzam o uso de combustíveis fosseis. Daí a aproximação com os pesquisadores.
O objetivo é ter acesso a conhecimento, métodos e procedimentos que possam resultar em fertilizantes, inoculantes e demais produtos biológicos para serem utilizados na agricultura brasileira e até de outros países.
TECNOLOGIAS – O professor Admilton Gonçalves de Oliveira Júnior, que coordena o Labim, explicou que deverá atuar para tirar o protocolo de intenções do papel, mas o documento preconiza que qualquer pesquisador da UEL poderá repassar tecnologias novas e produtos para serem distribuídos e comercializados. “Buscamos produtos biológicos por meio do desenvolvimento da química sintética, aliando produtividade e produção”, definiu.
Em agosto do ano passado, a UEL, por meio do Labim, formalizou um contrato de licença para o fornecimento de tecnologia e de material biológico com a iniciativa privada. Por este contrato, a UEL produzirá um princípio ativo (Bacillus velezensis linhagem CMRP4489), considerado um produto microbiológico bastante eficiente para o controle de doenças de plantas como soja e milho. A linhagem foi isolada e desenvolvida pelo grupo de pesquisa do Labim.
Segundo o coordenador do Laboratório de Horticultura do CCA da UEL, Juliano Tadeu Vilela Resende, o trabalho desenvolvido pela equipe prevê comparar os materiais orgânicos e sintéticos, além de validar a tecnologia de ponta. O professor afirma que é fundamental que as universidades e demais instituições de pesquisa públicas busquem alternativas para se aproximar da iniciativa privada, como forma de financiar novos projetos.
Ele define que a participação da universidade é desenvolver tecnologias e inovação com os recursos humanos disponíveis, enquanto o setor privado traz as linhas de financiamento. “A comunidade acadêmica está aprendendo, sendo treinada a desenvolver essa visão empreendedora”, afirmou.