As universidades estaduais de Londrina (UEL), Maringá (UEM) e Ponta Grossa (UEPG) comemoram nesta quarta-feira, 6 de novembro, 50 anos de existência. O trabalho de professores, estudantes e agentes universitários ajudaram a classificar as três instituições como referência no Brasil e no exterior, em ensino, pesquisa e extensão.
“Essas três universidades tiveram um papel crucial no desenvolvimento econômico e social do Estado do Paraná, nestas cinco décadas. São instituições que possuem excelência no ensino, pesquisa e na interação com os diversos municípios por meio da prestação de serviços”, destacou o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona.
HISTÓRICO – A UEL, UEM e UEPG foram criadas em 6 de novembro de 1969 pela Lei Estadual nº 6.034, sancionada pelo então governador Paulo Pimentel. As instituições nasceram da incorporação de faculdades estaduais que já existiam e que funcionavam isoladamente.
RECONHECIMENTO - Mesmo sendo consideradas instituições jovens, as três universidades são referência na formação de profissionais e desenvolvimento de pesquisas. Além disso, ofertam diversos serviços aos municípios paranaenses, contribuindo para o desenvolvimento regional e melhoria da qualidade de vida.
Com cerca de 90% dos professores com títulos de mestre ou doutor, as universidades mantêm um bom desempenho em diversos processos de avaliação, nacionais e internacionais.
Em uma das avaliações mais importantes aplicadas pelo Ministério da Educação, as três universidades ganharam destaque em 19 cursos no ano de 2019. O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) avalia o rendimento dos alunos dos cursos de graduação (ingressantes e concluintes), e é fundamental para elencar quais são as melhores instituições de ensino superior do país.
PÓS-GRADUAÇÃO - Nos cursos de pós-graduação a UEL, UEM e a UEPG também estão entre as melhores. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que avalia os cursos de pós-graduação por meio do Índice Geral de Cursos (IGC), posicionou as três universidades como conceito 4, numa escala que vai no máximo até 5, levando em consideração a qualidade de ensino e a distribuição dos estudantes entre cursos de graduação e pós-graduação.
Elas também estão entre as mais inovadoras do Brasil, segundo o Ranking Universitário da Folha de São Paulo (RUF) e entre as melhores da América Latina em critérios de reputação acadêmica, empregabilidade, proporção professor/estudante, qualificação docente, citações por artigo e internacionalização, segundo a consultoria britânica QS World Universitty Rankings.
PESQUISA – A produção acadêmica das três universidades é um dos pilares para que o Paraná esteja classificado entre os estados brasileiros que mais produzem ciência e inovação, colaborando para elevar a produção científica do país. São cerca de 2.600 projetos de pesquisa desenvolvidos por professores e alunos nas universidades, apresentando soluções para demandas estaduais e áreas estratégicas.
O impacto desta produção acadêmica foi evidenciado no último relatório “Research in Brazil”, produzido pela equipe de analistas da Clarivate Analytics para a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Em 2016 o Paraná ficou classificado na quinta posição brasileira do setor, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
SETOR PRODUTIVO – Outra ação importante desenvolvida pelas universidades estaduais em conjunto com o setor produtivo é a atividade executada pelas Agências e Núcleos de Inovação (NITS).
A parceria permite que professores e estudantes possam atuar como aceleradores do desenvolvimento econômico do Estado, propondo soluções inovadoras para os municípios e empresas. Os NITS foram responsáveis por 117 patentes depositadas nos campos tecnológico e social.
Entre os projetos de destaque, está o analisador de parboilização de arroz com imageamento digital, que produz imagens de grãos de arroz, quando iluminados por luz polarizada. O equipamento, criado pela UEL, é útil para empresas de comercialização de arroz e laboratórios de avaliação de produtos alimentícios.
A UEPG recebeu em abril a patente de um biomaterial que tem a finalidade de reparar ou substituir tecidos, órgãos ou funções do organismo. O biomaterial tem aplicação como material de preenchimento ósseo.
Pesquisadores da UEM desenvolveram um biocurativo com propriedades terapêuticas diferenciadas para o tratamento de queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus. Pela flexibilidade no tamanho pode também ser aplicado em superfícies com feridas de diversos tamanhos.
PARA A COMUNIDADE – Por meio dos projetos de extensão as universidades se conectam com a população ofertando serviços e ações gratuitas nas áreas de saúde, educação, agricultura familiar, diversidade, inovação, projetos culturais e sociais. As iniciativas contribuem com a melhoria na qualidade de vida das pessoas e com a formação profissional dos estudantes. As três instituições atendem, juntas, 1 milhão e meio de pessoas no Paraná com cerca de 700 projetos.
O Programa Universidade Sem Fronteiras (USF), financiado pelo Governo do Estado, por meio da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, também está presente na UEL, UEM e UEPG com 42 projetos, que desenvolvem ações de extensão, pesquisa e capacitação tecnológica em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
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Hospitais universitários têm papel de destaque nas regiões
Unindo os serviços gratuitos e de qualidade à população e o ensino de excelência na área da saúde, os hospitais universitários da UEL, UEM e da UEPG desempenham um papel de destaque em regiões importantes no Paraná.
Com 123 leitos e atendimento exclusivo pelo SUS, o HU da UEM recebe a população do Noroeste do Paraná, com 115 municípios, onde residem 2 milhões de habitantes. Em 2018, passaram pelo hospital mais de 60 mil pessoas em áreas como pediatria, cirurgia, ortopedia, ginecologia e obstetrícia. Quando ele foi criado, em 1988, Maringá e região não dispunham de um hospital público para atendimento, o que evidencia, inclusive, sua importância histórica.
Na região dos Campos Gerais, o HU da UEPG também faz a diferença, a começar pelo volume de internamentos que, nos últimos cinco anos, aumentou em 440%. Em números significa dizer que a unidade, com nove anos de existência, passou de 2,5 mil para 11 mil internamentos neste período, enquanto que o volume de consultas médicas no ambulatório saltou de 31 mil para 72 mil anuais.
Em Londrina, o hospital universitário da UEL é o mais antigo em atividade entre os quatro pertencentes a universidades estaduais, completando 48 anos de fundação este ano. É também a maior unidade de saúde do Interior do Paraná, atuando 100% com o SUS, com oferta de 300 leitos para internações. A unidade abriga o Centro de Tratamento de Queimados, considerado como referência nacional.
O HU da UEL também é referência em outras áreas como, por exemplo, a de transplante de medula óssea, unidade de isolamento para pacientes portadores de moléstias infectocontagiosas e maternidade para gestantes de alto risco.
Pelo hospital passam pacientes de cerca de 250 municípios paranaenses e de mais de 100 cidades de outros estados. Dados de 2018 revelam a realização de mais de 10 mil cirurgias e de quase 13 mil internações. Somente no Pronto-Socorro foram 25.642 consultas.
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Em 50 anos, universidades formaram 200 mil profissionais
Em 50 anos, as três universidades foram responsáveis pela formação de 200 mil profissionais. Hoje, mais de 50 mil estudantes estão matriculados nas universidades, distribuídos em 164 cursos de graduação e 194 cursos de mestrado e doutorado.
Para o reitor da UEL, Sérgio Carvalho, a data é um momento importante para a comunidade refletir sobre os próximos 50 anos da Universidade e qual será o perfil no futuro próximo.
Embora a UEL seja muito respeitada, configurando-se como a quarta melhor estadual do Brasil, reconhecida na América Latina e até mundialmente, temos um desafio importante que é projetar a instituição para o futuro", salientou.
O reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto, enalteceu as personalidades envolvidas na criação da instituição. “A UEPG surgiu do sonho de uma comunidade e foi ampliado por todos aqueles que chegaram depois e deram materialidade a ele. Hoje, a UEPG é o principal motor de desenvolvimento da região dos Campos Gerais e os seus 50 anos se confundem com a história do Paraná moderno”.
“A UEM representa um fortalecimento do Interior do Paraná. A universidade de Maringá sempre esteve comprometida com a região, ofertando oportunidade de formação de qualidade. Hoje, atingimos um patamar de respeito nacional e internacional”, destacou o reitor da UEM, Julio César Damasceno.
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Assembleia tem sessão solene em comemoração a UEPG
Assembleia Legislativa do Paraná realiza nesta quarta-feira (6), às 18h, sessão solene em comemoração aos 50 anos da Universidade Estadual de Ponta Grossa. A homenagem é uma iniciativa do deputado estadual Hussein Bakri.
O parlamentar afirma que, ao lado do Parque Estadual de Vila Velha, a UEPG hoje é a cara de Ponta Grossa para o Paraná e para todo o Brasil. “São 50 anos de uma história belíssima, formando profissionais competentes, prestando serviços à comunidade e promovendo inovação em nosso Estado”, diz Bakri
“Esta homenagem justa e merecida é simbólica, um momento de reconhecimento público do Poder Legislativo Estadual do que o nosso estado deve à existência das nossas instituições estaduais de ensino superior”, destacou o superintendente Aldo Bona.