O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) começou a apoiar neste mês as secretarias da Fazenda e da Saúde com informações e estudos, de maneira a subsidiá-las nas questões referentes às políticas públicas estaduais. Assinou, também, um convênio com a Federação do Comércio (Fecomércio) para o desenvolvimento de conteúdos referentes à economia paranaense. Essas parcerias visam aumentar o volume de informações repassadas às autoridades e aos órgãos com intuito de apoiar o processo de tomada de decisão.
Os convênios e um balanço dos dados econômicos e sociais do Paraná foram apresentados nesta terça-feira (29) ao governador Carlos Massa Ratinho Junior, durante a reunião de secretariado.
Os convênios visam disponibilizar os pesquisadores do Ipardes para melhorar os trabalhos técnicos das secretarias de Estado. Para a Fecomércio, que reúne os empresários do setor que mais emprega no Paraná, o objetivo é de ampliar a pesquisa sobre o posicionamento estadual em relação aos demais entes da federação e ao mundo.
“Ao atender as necessidades do Governo, atendemos as nossas necessidades como cidadãos. Temos uma visão global do todo e cada secretaria tem um programa, com algumas barreiras nos cálculos científicos e estatísticas que o Ipardes, com seu know-how, ajuda a vencer”, afirmou Carlos Pessoa, presidente do Instituto. “Esses convênios são trabalhos específicos para apoiar o governador na tomada de decisões”.
CONVÊNIOS - A parceria com a Secretaria da Fazenda permitirá análise mais certeira sobre os benefícios fiscais concedidos pelo Governo do Estado. Entender detalhadamente quais são esses benefícios e o volume de recursos envolvido constitui um passo importante para melhor gerir o conflito fiscal entre os entes federados. O Ipardes buscará entender de maneira científica os benefícios concedidos no passado e os resultados produzidos. O trabalho deve durar um ano.
A parceria com a Secretaria da Saúde permitirá estudar o dispêndio dos valores repassados ao longo dos últimos anos na rubrica de incentivos aos programas, principalmente nos hospitais de porta aberta, para a rede materno-infantil. O Ipardes fará uma análise comparativa das despesas com os índices de mortalidade materno-infantil, o que possibilitará embasamento à gestão dessa política.
“São milhões investidos ao longo do tempo nesses programas. Precisamos saber da qualidade do retorno para a sociedade, de maneira técnica e científica”, afirmou o secretário da Saúde, Beto Preto.
Ele também destacou que a Secretaria de Saúde vai reabrir o Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Mortalidade Infantil e Mortalidade Fetal, órgão consultivo com participação da sociedade civil e que serve de arena para discutir políticas públicas.
O convênio com a Fecomércio permitirá levar mais conhecimento para os comerciantes de todo o Paraná. O apoio é fundamental porque o setor é o que mais emprega no Estado e representa mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de riquezas produzidas pelo Paraná.
DADOS - Carlos Pessoa também apresentou dados preliminares de áreas fundamentais para o Estado como educação, saúde e economia (setor pecuário). A apresentação é parte de um estudo mais completo de indicadores econômicos e sociais que será apresentado em novembro.
Os dados são de bases nacionais e internacionais como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Banco Mundial, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc – Datasus), Atlas da Violência e Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
O governador Ratinho Junior destacou que os dados ajudam a posicionar o Paraná perante os demais Estados e países, e também ajudam a estabelecer metas para os próximos anos. O estudo divulgado aos secretários também permite aumentar a integração em diversas áreas com objetivo de enfrentar obstáculos históricos.
“Nós queremos trabalhar cada vez com mais informações e estatísticas. Queremos alcançar as métricas de países de primeiro mundo para levar a qualidade de vida desses países aos nossos cidadãos”, destacou.
DESAFIOS - Os dados mostram o Paraná como Estado que ainda tem desafios importantes no percentual de pessoas de 25 anos ou mais que concluíram o Ensino Médio e no percentual de pessoas de 15 a 17 anos fora de escola. Os números também indicam que a expectativa de vida no Paraná é uma das melhores do País, que a taxa de mortalidade infantil é a terceira melhor e a taxa de homicídios a cada 100 mil pessoas é a sétima mais emblemática, inferior à média nacional.
Em relação ao agronegócio, o Paraná lidera a produção e exportação de frango, com papel fundamental nos cenários nacional e internacional, e está entre os três principais produtores de carne suína do País, com relevância no mercado global.
“Na educação estamos trabalhando programas especiais para manter as crianças na escola. Na produção agropecuária pleiteamos a área livre de vacinação contra a febre aftosa, por isso temos que entender bem como nos posicionamos perante o mundo e os demais Estados”, acrescentou Pessoa. “Buscamos fontes científicas. Não é achismo. São dados. Temos que entender as realidades socioeconômica e socioambiental do Paraná”.
PRESENÇAS - Estiveram presentes na reunião os secretários estaduais, presidentes das empresas públicas e diretores das autarquias, além dos deputados estaduais Hussein Bakri (líder do Governo), Tiago Amaral e Soldado Adriano José.