Tomada de Monte Castelo é lembrada no Museu do Expedicionário

Governador Ratinho Junior participou da cerimônia e enalteceu os pracinhas e o seu papel na Segunda Guerra Mundial. Dos 25 mil soldados brasileiros enviados ao front, 1,5 mil eram paranaenses.
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21/02/2019 - 12:20
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Os 74 anos da Tomada de Monte Castelo, batalha no Norte da Itália que marcou a participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial, foram lembrados nesta quinta-feira (21/2), em cerimônia no Museu do Expedicionário, em Curitiba. O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou no evento, junto com quatro expedicionários e familiares dos pracinhas.

O governador afirmou que a celebração mantém vivo um importante episódio da história brasileira e mundial. “É uma honra participar desta homenagem e estar ao lado dos heróis paranaenses, no alto de seus mais de 90 anos, que representaram o Brasil na Segunda Guerra Mundial e tiveram um papel importante na história”, afirmou. “As novas gerações desconhecem essa bravura e a colaboração do Exército Brasileiro para conquistar a paz naquele momento”, disse.

O governador recebeu a medalha Tenente Max Wolff Filho, criada em 1974 pela Legião Paranaense do Expedicionário, em reconhecimento às personalidades que contribuem com a manutenção da memória da campanha brasileira na Segunda Guerra Mundial. A honraria homenageia um dos pracinhas do Paraná, morto em combate. Acompanharam a cerimônia os pracinhas Modesto Mariano de Brito, Humberto Mocelim, Euvaldo Lyra e Antonio Ribeiro da Silva.

O comandante da 5ª Divisão do Exército, general Tomás Miguel de Paiva, ressaltou a importância da data para as Forças Armadas Brasileiras. “É uma data nacional que precisa ser reconhecida. A nossa juventude precisa enxergar esses exemplos. Essas pessoas foram abnegadas e tiveram a ousadia, alguns voluntariamente, a se incorporar no Exército e ir a outro país para lutar contra um inimigo experiente em um conflito onde houve muitas perdas de vidas”, disse.

MONTE CASTELO – A tomada de Monte Castelo foi a vitória brasileira mais emblemática na Segunda Guerra Mundial. Após três tentativas frustradas de conquistar a região, em razão principalmente do inverno rigoroso, a Força Expedicionária Brasileira, com apoio da 10ª Divisão de Montanha dos Estados Unidos, tomou Monte Castelo em 21 de fevereiro de 1945.

A batalha foi a arrancada que permitiu a conquista de outros territórios dominados pelas tropas do Eixo, explicou o coronel Said Zendim, diretor do Museu do Expedicionário. “Aquela batalha foi o ponto de partida para as que viriam a seguir. Na quarta tentativa, os Aliados abriram uma brecha no dispositivo alemão que permitiu o avanço para o Norte”, disse. “O rendimento dos expedicionários brasileiros foi tão bom quanto o da divisão norte-americana, que passou por três anos de treinamento”, ressaltou. Os expedicionários brasileiros também lutaram em outras frentes, como nas batalhas de Montese e Castelnuovo, onde houve a rendição de uma divisão inteira alemã à tropa brasileira – episódio único em terras europeias.

MUITA EMOÇÃO - Natural de Rio Branco do Sul, Modesto Mariano de Brito tinha “oficialmente” 22 anos de idade quando se alistou. Ele conta que mentiu a idade para conseguir um emprego mais qualificado, mas acabou servindo no Regimento de Saúde como enfermeiro patrulheiro.

Mesmo indo para o front, seu papel na guerra permitiu que voltasse vivo para casa, já que não era permitido atacar os profissionais da saúde. Hoje com 96 anos, o expedicionário lembra com emoção de quando recebeu a notícia da conquista de Monte Castelo. “Eu era patrulheiro em um posto que atendia os soldados feridos. Essa foi uma vitória grande antes do término da guerra, aliviou bastante para quem esperava”, contou.

PRESENÇAS – Participaram da solenidade o secretário de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Luiz Felipe Kraemer Carbonell; o comandante da 5ª Região Militar, general Aléssio de Oliveira Silva; a presidente da Legião Paranaense do Expedicionário, Rachel Madureira Regnier; os comandantes da Polícia Militar do Paraná, coronel Péricles de Melo; e do Corpo de Bombeiros, coronel Samuel Prestes; e o deputado estadual subtenente Everton.

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Governador ressalta importância do Museu do Expedicionário

O governador Ratinho Junior também ressaltou o Museu do Expedicionário para a preservação da memória desse fato histórico. “Nossa ideia é divulgar mais os nossos museus, incluindo este, para que mais escolas e pessoas tenham essa vivência. Queremos fomentar mais no governo a preservação da história e da cultura e ampliar as visitas a esses espaços”, afirmou.

Foram os próprios ex-combatentes que se organizaram para criar o Museu do Expedicionário. Em 1946, no ano seguinte à tomada de Monte Castelo, foi criada a Legião Paranaense do Expedicionário, para auxiliar os pracinhas que tinham retornado da guerra e estavam sem assistência. O local onde funciona o museu, no bairro Alto da XV, foi construído pela própria organização para prestar assistência jurídica, médica e psicológica aos pracinhas.

No final década de 1970, quando a questão da assistência aos expedicionários foi resolvida, os membros do grupo se voltaram ao trabalho memorial e reuniram as peças que hoje compõem o acervo do espaço, que é mantido pelo Exército Brasileiro, com apoio da Legião e do Governo do Estado, responsável pela parte administrativa do museu.

O Museu do Expedicionário conta com cerca de 25 mil itens, entre armas, fardas, documentos, fotografias e outros artefatos usados pelos soldados brasileiros na Segunda Guerra Mundial. Na parte externa, encontram-se as peças que representam as Forças Armadas: âncora e torpedo (Marinha), carro de combate (Exército) e o avião Thunderbolt P-47, que fez parte do 1º Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira. O espaço recebe, em média, 32 mil visitantes por ano. O museu realiza quatro visitas guiadas por dia e mantém parcerias com diversas escolas, que levam os estudantes para conhecer a história da FEB e da Segunda Guerra Mundial.

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