O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) iniciou no fim de semana a produção de dois tipos de álcool antisséptico: o etílico 70% e o etílico 80% glicerinado. Os produtos utilizados na assepsia das mãos são fundamentais no combate à Covid-19.
A Vigilância Sanitária de Curitiba autorizou a produção na semana passada, mas a distribuição do produto só começará após uma nova inspeção, prevista para quarta-feira (1º). Após essa etapa, os lotes serão distribuídos para o Governo do Estado - o álcool antisséptico produzido no Tecpar não pode ser comercializado.
“A ideia do Governo é ampliar a oferta de álcool antisséptico para o enfrentamento do coronavírus”, disse o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “A produção será usada de forma estratégica. O Tecpar montou uma estrutura totalmente nova para atender essa demanda, e em tempo recorde. Todos os órgãos públicos estão voltados a combater a Covid-19. Essa soma de esforços é fundamental para o Paraná”.
Como o produto não fazia parte do portfólio do instituto, um Grupo de Trabalho foi instituído para delimitar três frentes (técnica, regulatória e logística) com o objetivo de ativar essa área produtiva na empresa. Essas etapas correm paralelamente, com esforços de todas as áreas.
“Recebemos a demanda urgente do Governo do Estado e instituímos um grupo dedicado exclusivamente para a produção do álcool. Além disso, reestruturamos uma unidade industrial para atender os processos necessários da produção, envase e distribuição”, destacou Jorge Callado, diretor-presidente do Tecpar.
PRODUÇÃO - O laboratório no campus CIC do Tecpar iniciou o processamento com capacidade produtiva de 150 litros por dia dos dois álcoois. Há potencial de elevação para até 1.000 litros por dia quando a planta estiver em pleno funcionamento.
A área produtiva do Tecpar conta com um laboratório e uma planta industrial que atendem as exigências sanitárias e de boas práticas de fabricação (BPF).
CARACTERÍSTICAS - A diferença entre o álcool 70% e o 80% glicerinado é que o segundo é menos agressivo à pele e mais recomendado para uso frequente, principalmente para profissionais da saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que, em caso de falta de álcool em gel, o glicerinado é o mais indicado, o que não diminui, porém, a eficácia do etílico.
O álcool em gel foi a primeira opção a ser considerada pelo Tecpar, mas devido à falta de insumos no mercado, a estratégia foi fabricar produtos com a mesma qualidade, mas com insumos disponíveis no momento.