A startup Ambiente Livre, patrocinada pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), foi premiada pelo "Climate Smart Cities Challenge", promovido pela ONU-Habitat. A competição busca soluções para reduzir o impacto climático nas cidades de Bogotá, na Colômbia, Bristol, no Reino Unido, Makindye Ssabagabo, em Uganda, e em Curitiba, no Brasil.
O prêmio é fruto do projeto "Vizinhanças Inteligentes", que propõe intervenções na área delimitada pelo desafio climático, onde se busca o desenvolvimento de um novo modelo de gestão descentralizada de resíduos orgânicos, atrelado à agricultura urbana, como parte de um demonstrador de sistema da ONU-Habitat. Além de valorizar os resíduos orgânicos por meio da compostagem, o “Vizinhanças Inteligentes” busca promover a educação ambiental, inclusão social e econômica, criando uma zona de baixa emissão de carbono.
“A Sanepar tem um olhar para estimular iniciativas em projetos que objetivam levar aos municípios a melhor solução em saneamento e garantir mais saúde e qualidade de vida. Este projeto, que está alinhado aos princípios das ODS (Objetivos Desenvolvimento Sustentável ) da ONU, tem forte contribuição para a conscientização e promoção de comportamentos mais saudáveis para a população”, comenta o diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Julio Gonchoroski.
A educação socioambiental é o ponto central do projeto, proporcionando a compreensão de um ciclo natural, com impactos e resultados ainda mais significativos. Desenvolvido na área de abrangência estipulada pela ONU Habitat, onde também está situada a sede da empresa, ele contribui para que mais pessoas entendam o processo de degradação da matéria orgânica, beneficiando mais de 900 pessoas com programas de incentivo à agroecologia e à compostagem comunitária em Curitiba.
A ideia é de que o ciclo do alimento seja compreendido, para evitar o desperdício e o descarte inadequado. Assim, o projeto promove a conscientização e o engajamento da comunidade sobre todo o ciclo alimentar, desde a produção de alimentos até a destinação final dos resíduos orgânicos. O trabalho já envolveu dezenas de hortas comunitárias, onde já foi feita a compostagem de mais de 30 toneladas de resíduos orgânicos.
De acordo com Maurício Gikoski, um dos responsáveis pela startup, a meta é replicar este modelo, atrelado à implantação de hortas e unidades de compostagem. “O principal objetivo é conscientizar, elucidando o ciclo alimentar completo, permitindo que resíduos orgânicos domésticos passem pelo processo de compostagem e retornem ao solo, dando continuidade ao ciclo produtivo”, afirma Gikoski.
EXEMPLO - Uma estação de compostagem foi instalada no Marista Escola Social Esperança, para receber resíduos orgânicos provenientes da cozinha e das residências dos alunos. A equipe da Ambiente Livre vem treinando mais de 150 alunos e 70 colaboradores da escola para que todos compreendam as maneiras corretas de separar, armazenar e destinar resíduos, envolvendo diversos agentes da comunidade escolar no projeto. O objetivo é criar um modelo transversal e interdisciplinar para abordar temáticas ambientais, integrando conteúdos de diversas áreas do conhecimento. O projeto ainda será expandido para outras locais, entre eles, a Sanepar.