Soluções adotadas pela Coreia do Sul podem inspirar projetos de desenvolvimento urbano do Paraná. O potencial foi constatado pela secretária estadual das Cidades (Secid), Camila Mileke Scucato, ao participar, na última semana, da nona edição do KRIHS – IDB Urban Development Academy (Kiuda), em Seul, na Coreia do Sul, que resultou na possibilidade de novas ações de cooperação em desenvolvimento urbano, além da troca de informações com o país anfitrião e com os demais participantes.
“Muitas das soluções apresentadas têm potencial para serem aplicadas no Brasil, com as adaptações necessárias à nossa realidade”, afirmou Camila.
O Kiuda é uma realização do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em colaboração com o Korea Research Institute of Human Settlements (KRIHS). Participaram representantes de instituições públicas brasileiras que têm programas de colaboração com o Banco.
Além da secretária Camila Scucato, o Paraná foi representado, também, pelo analista de Desenvolvimento Municipal do Serviço Social Autônomo Paranacidade, Geraldo Luiz Farias. O Amazonas foi outro estado que enviou representante, além das prefeituras de Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, São Luís do Maranhão, Linhares (ES) e Contagem (MG).
No evento, foram apresentadas as ações desenvolvidas pela Secid e suas vinculadas Cohapar, Agência Metropolitana do Paraná (Amep) e Paranacidade, voltadas para a habitação e o desenvolvimento urbano, além do trabalho da Diretoria de Edificações da Secid na execução de obras para a estrutura do Governo do Estado.
O programa Casa Fácil Paraná, da Cohapar, é um exemplo de sucesso do Governo do Paraná no setor habitacional. Considerado o maior programa estadual de habitação do Brasil, já atendeu 90 mil famílias com investimento superior a R$ 1 bilhão em quatro anos.
O conjunto de ações desenvolvidas diretamente pela Secid, em parceria com os municípios, também foram destaque. “Atualmente, o programa Asfalto Novo, Vida Nova é o maior do País em pavimentação. Já foram investidos mais de R$ 800 milhões, a fundo perdido, em asfalto e iluminação de LED em municípios com até 25 mil habitantes”, ressaltou a secretária.
Geraldo Luiz Farias, que fez a última apresentação, considera que maior desenvolvimento requer velocidade na oferta de novas oportunidades que gerem melhorias na qualidade de vida. “Do outro lado do mundo a preocupação também é com as pessoas. A visão é a do planejamento e da regeneração dos espaços, não só para os atuais habitantes, mas para os que virão", contou.
"O objetivo é preparar os novos modos de viver para proporcionar a convivência com equidade, inteligência e sustentabilidade. Os exemplos que conhecemos reforçam a ideia de planejar e fazer mais rápido, oferecer respostas mais rápidas e com oportunidades de rever, repensar, ajustar e melhorar. Sempre na busca da cidade para todos”, disse.
Para Camila, as diferenças observadas na Coreia abrem percepções para novas possibilidades. “Foi uma experiência muito rica, tanto profissional quanto cultural", afirmou.
PLANEJAMENTO – A semana de atividades foi concluída com uma visita à cidade planejada de Sejong, que possui setores destinados ao comércio, à administração pública e moradias, entre outros. A programação incluiu apresentação, pelas equipes participantes, de propostas que podem resultar na ampliação da cooperação entre os países em desenvolvimento urbano, habitação e outras áreas.
Segundo Camila Scucato, a tecnologia tem forte presença em ações já implantadas em Seul. Ela cita, por exemplo, o sistema usado para melhorar o desempenho do transporte público. “Há o registro de informações, continuamente, sobre como as linhas de metrô ou de ônibus estão operando. É detectado onde há filas maiores ou superlotação. Então, são enviados mais ônibus ou vagões para atender aquela necessidade”, contou.
Hoje, em Seul, acrescenta a secretária, 60% da população faz uso do transporte público e, mesmo assim, há congestionamentos devido ao grande número de automóveis em circulação.
HABITAÇÃO – Entre as visitas técnicas realizadas, o grupo participante esteve na empresa governamental LH. A unidade é responsável pela gestão dos aluguéis para habitação.