O Ministério da Saúde reconhece o sistema de vigilância do Paraná para síndromes gripais e síndromes respiratórias agudas graves como exemplo no país. A afirmação é do secretário de Vigilância em Saúde do MS, Wanderson Kleber de Oliveira, que destacou o trabalho realizado pela Secretaria da Saúde do Paraná durante recente coletiva de imprensa sobre o coronavírus.
“O Paraná tem uma rede muito organizada e capilarizada de monitoramento e vigilância da Influenza. Outras regiões no País têm bons sistemas, mas o do Paraná é considerado hoje o melhor do Brasil”, disse ele.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, este trabalho considerado modelo acontece com apoio do Ministério da Saúde e pactuação em Comissão Intergestores Bipartite (CIB), diante da participação dos municípios, nas definições de ações e metas de monitoramento e de análise laboratorial em todas as regiões do estado.
“As unidades sentinelas observam e atestam a magnitude e a tendência da circulação viral indicando o caminho para as ações de Saúde Pública”, informou. A rede do Paraná funciona com 51 unidades sentinelas que atuam no registro, identificação e confirmação de casos suspeitos durante todo o ano.
FUNCIONAMENTO - As unidades sentinelas para casos de síndrome gripal, geralmente, funcionam junto às Unidades de Pronto Atendimento e cada uma colhe até 5 amostras semanais de pacientes que buscam atendimento com sintomas leves da doença. Já as unidades de vigilância de síndromes respiratórias agudas graves (SRAG), monitoram os pacientes hospitalizados, internados em UTIS e coletam amostras de todos os casos internados por SRAG.
Nas duas formas de vigilância, as amostras de secreção respiratória coletadas são enviadas ao Laboratório Central do Estado (Lacen) para análise e posterior mapeamento da circulação viral no Paraná pela equipe de Vigilância Epidemiológica. Os resultados são encaminhados para o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP/Ministério da Saúde) para compor o panorama do país.
“É importante ressaltarmos que o Lacen não é um laboratório para diagnóstico de doenças, ele é um laboratório de saúde pública, um centro de monitoramento que atua na retaguarda laboratorial às ações de saúde pública”, explica a diretora técnica da instituição Irina Riediger. “As análises feitas semanalmente pelo Lacen garantem representatividade da circulação viral em todas as regiões do Estado. Diante deste mapeamento, a saúde pública pode antecipar medidas preventivas e definir público-alvo de campanhas de imunização, bem como identificar a introdução e início da circulação viral em cada região.”
IMPORTÂNCIA – A avaliação contribui, ainda, na indicação da composição da vacina anual contra a gripe. “Por meio dos resultados das pesquisas do Lacen podemos projetar os subtipos e linhagens de vírus em circulação, permitindo a confecção de uma vacina com maior eficácia para o território”, completa a diretora técnica.
No ano passado, por exemplo, foram analisadas pelo Lacen Paraná cerca de 15 mil amostras coletadas em todas as unidades sentinelas do estado, confirmando que os vírus Influenza que mais circularam o estado são o Influenza A H1N1, seguidos dos casos de infecção por Influenza B.
AMPLIAR UNIDADES - Segundo o secretário do MS, Wanderson de Oliveira, a proposta do MS é ampliar as unidades sentinelas no país. “Com isso, vamos ganhar capacidade inclusive para, já no próximo ano, termos uma vacinação contra Influenza com resultados ainda mais rápidos. Esses benefícios de agilidade, atuação, compreensão e organização acabam sendo legados de grande resposta para todas as emergências em Saúde Pública, que serão aplicados no cotidiano do Brasil inteiro”.
CORONAVÍRUS – Neste momento, a realização do diagnóstico laboratorial para detecção do novo coronavírus está sendo feita somente nos Laboratórios de Referência Nacional indicados pelo Ministério da Saúde.
O Lacen Paraná analisa as amostras coletadas no Estado e aponta os resultados para as infecções relacionadas à Influenza e seus subtipos e linhagens, além de outros 13 vírus respiratórios, incluindo 4 da família do novo coronavírus. Os casos descartados para estes vírus são enviados para avaliação no Laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro para análise específica sobre o coronavírus. Nos próximos dias, o Lacen receberá treinamento e insumos para assumir localmente a pesquisa do Novo Coronavírus.