Representantes do Governo do Paraná começaram a capacitação oferecida pelo governo dinamarquês, em parceria com a Transparência Internacional e Canadá. Nesta primeira semana, o grupo conhece a administração pública da Dinamarca, considerado o país menos corrupto do mundo, e participa de workshops sobre transparência, integridade e combate à corrupção. O curso será concluído em 13 de dezembro.
Servidores da Controladoria-Geral do Estado foram escolhidos para cursar a capacitação de duas semanas, pela natureza do serviço desenvolvido pelo órgão. O controlador-geral do Estado, Raul Siqueira, e a coordenadora de Integridade e Compliance, Marilis Molinari, estão na turma que reúne representantes de outros poderes paranaense e de outros estados brasileiros.
De acordo com Siqueira, percebe-se na Dinamarca um comprometimento da população com a integridade e o cumprimento da legislação. “A percepção da sociedade é de integridade, desde o cuidado com as crianças, o respeito às placas de trânsito, aos procedimentos e às normas. Isso está enraizado na população”, comentou o controlador-geral.
O assunto reforçado nesses primeiros dias foi a confiança mútua desenvolvida na cultura dinamarquesa. “Existe preocupação dos dinamarqueses para ter base escolar muito forte voltada à ética, honestidade e justiça. Esse conteúdo é trabalhado desde crianças pequenas. Com isso, a confiança assume papel importante tanto nas relações pessoais quanto nas comerciais”, completou Marilis.
ESTADOS BRASILEIROS - O projeto “Integridade nos Estados Brasileiros” começou com a capacitação de duas semanas em Copenhague, na Dinamarca, e terá acompanhamento de 12 meses. Além do Paraná, mais seis estados brasileiros participam do projeto, com apoio do Ministério de Relações Exteriores da Dinamarca e do Fundo de Apoio a Iniciativas Locais do Canadá. Os acordos foram firmados com a Transparência Internacional, entidade de controle social presente em 110 países.
Os estados foram selecionados de acordo com critérios de diversidade regional e política e diferentes níveis de capacidade institucional. Os participantes conhecerão instituições governamentais e terão aulas sobre vários assuntos ligados ao combate à corrupção, incluindo Governo Aberto, transparência e desburocratização.
CONTEÚDO - Na primeira semana do curso, a discussão girou em torno de corrupção e a confiança no serviço público, conteúdo ministrado por Morten Koch Andersen e Peter Mandix Sehestedt. “O governo dinamarquês vê a confiança como capital social, fundamental para manutenção do bem-estar, que inclui desenvolvimento econômico e um bom governo”, comentou Raul. O professor Lars Koch falou sobre o papel da sociedade para combater a corrupção e da transparência das finanças do Estado.
A conselheira Nanna Schnipper explicou a organização da Auditoria Nacional (Regrevisionen) na administração dinamarquesa, no Escritório Nacional de Auditoria. Como agradecimento, foi entregue a ela uma gravura do artista paranaense Poty Lazzarotto.
Conforme exposto por Nanna, na estrutura de combate à corrupção, a auditoria está acima da administração, que conta com apoio da ouvidoria e da promotoria. Ela afirmou na apresentação que a Auditoria não trabalha com o objetivo específico de detectar fraude, mas previne a corrupção auditando as entidades e garantindo que os recursos sejam aplicados dentro da lei e das normas estabelecidas.