Sem aulas presenciais, merendeiras mudam rotina durante pandemia

Com ausência dos alunos, os trabalhos de preparar e servir milhares de refeições foram suspensos, profissionais auxiliam na distribuição dos kits de alimentação para famílias.
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31/10/2020 - 09:00
Editoria

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A rotina das merendeiras que atuam nas escolas estaduais mudou com a pandemia. Sem os estudantes, devido ao isolamento social, as mais de 5 mil profissionais responsáveis por preparar e servir quase um milhão de refeições diárias ficaram responsáveis, principalmente, em auxiliar na distribuição de alimentos para as famílias de 231 mil alunos beneficiários do Bolsa Família.

Quinzenalmente, os colégios entregam os kits de alimentação e também materiais impressos aos alunos que estão com dificuldade de acesso às aulas remotas. Muitas merendeiras têm ajudam na organização dos produtos dos kits e da agricultura familiar, e também na sua higienização, além de acompanhar a estocagem dos produtos adquiridos para as escolas.

No Colégio Estadual Dona Branca do Nascimento Miranda, em Curitiba, cerca de 300 refeições deixaram de ser feitas por dia. “Este ano está bem complicado. Uma escola sem aluno não é escola. Dá uma saudade de fazer comida para eles, de conversar com os estudantes”, disse Judite Kutianski, que atua há 15 anos na escola.

A ausência dos alunos também tem motivado algumas ações diferenciadas. Um exemplo é a distribuição de pão de mel para os alunos do Colégio Estadual Dr. Chafic Cury, em Rio Azul. As merendeiras auxiliaram no preparo dos doces para mais de 600 estudantes, que foram entregues junto com os kits de alimentação.

“Foi uma forma que encontramos para dizer que os nossos alunos são importantes. Mesmo em casa é para lembrar dos vínculos com a escola, uma forma de incentivo”, comentou a diretora Lucy da Luz. Para a produção do pão de mel foram utilizados ingredientes da alimentação escolar, itens adquiridos com recursos da Associação de Pais e Mestres (APMF) e de doação.

FORMAÇÃO - Em 2020, o Instituto Fundepar ofertou um novo formato para o curso Boas Práticas na Manipulação de Alimentos. Com a formação, o objetivo é aprimorar os procedimentos que devem ser adotados pelas escolas a respeito de requisitos higiênico-sanitários nas cozinhas, dispensas e refeitórios, promoção da alimentação escolar saudável, segura e que venha a suprir as necessidades nutricionais dos alunos.

“É um aperfeiçoamento, com novas formas de trabalho, melhorando aquilo que já realizo no dia a dia, seguindo as normas da vigilância sanitária ainda mais nesse período da pandemia, em que estamos vivendo novos desafios. O curso auxiliará na formação e aprendizagem", explicou Terezinha Antônio, do Colégio Estadual Alberto de Carvalho, em Prudentópolis, Centro-Sul do Paraná.

Atualmente, ainda acontece uma última oferta do curso até o fim de novembro com a participação de 829 inscritos. O novo modelo é autoinstrucional, sem a mediação de professor-tutor, o que permite maior autonomia para o participante organizar seu estudo. Cerca de 900 cursistas já concluíram a formação.

INVESTIMENTOS - A Fundepar ainda adquire e entrega equipamentos e mobiliários para as cozinhas das escolas estaduais. Como exemplo, estão nesta lista 1.000 refrigeradores, no valor de mais de R$ 2,2 milhões. Mas também fogões, panelas de pressão, liquidificadores, micro-ondas, balanças, caixas para frutas e legumes, entre outros itens.

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