O Prêmio Selo Clima Paraná 2019 foi entregue nesta quinta-feira (07) a 36 empresas que, voluntariamente, decidiram medir, divulgar e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, causadores do aquecimento global e das mudanças climáticas. O mais importante deles é o dióxido de carbono (CO2).
Essa foi a 5ª edição do prêmio, que é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. A premiação aconteceu em cerimônia realizada na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).
O secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, disse que, além da questão ambiental, o objetivo do prêmio é preparar as empresas paranaenses para desafios regulatórios, promovendo uma transição competitiva para uma economia mais robusta, geradora de riqueza e sustentável.
“Sabemos que o governo sozinho não pode responder da forma mais eficiente aos desafios que se apresentam, sendo necessária uma ação articulada com a indústria, agronegócio, sociedade civil e todos os protagonistas sociais comprometidos com o desenvolvimento sustentável do Paraná”, afirmou.
OURO PLUS – São destaques da edição 2019 do prêmio a Klabin - unidades de Monte Alegre e Puma; a Companhia Siderúrgica Nacional/CSN – unidade de Araucária, e a Engie do Brasil Energia. Elas foram agraciadas com o Selo Clima Paraná Ouro Plus por alcançar a redução das emissões de gases de efeito estufa, no ano inventariado de 2018, comparado ao de 2017.
O Selo Clima Paraná na categoria Ouro exige inventários de emissões de carbono auditados pelo Inmetro. A Ouro Plus exige a redução, também auditada, da Pegada de Carbono.
CULMINANTE – Para o vice-presidente da Fiep, Alcino de Andrade Tigrinho, o reconhecimento sempre é muito importante para quem participa de um processo. “Eu vejo como ponto culminante de um trabalho que, por mais oneroso que seja para uma empresa, é muito importante para a vida do planeta e de todos nós. A Fiep incentiva muito as empresas para que participem desse prêmio.”
José Rubel, da Diretoria de Políticas Ambientais e responsável pela agenda climática da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, destacou que a participação expressiva de diferentes setores industriais serve de estímulo para ações mais incisivas.
“As consequências da ação humana sobre o clima são, a cada dia, mais alarmantes, com tempestades, inundações, estiagens, derretimento das geleiras, ondas de calor. A ciência comprova que a única explicação plausível para estes desastres, é o aumento da emissão de dióxido de carbono pela ação humana”, disse ele.
José Rubel lembrou que a economia de 80% dos municípios do Paraná depende diretamente do desempenho da agricultura e da agroindústria, sempre sujeitos a intempéries climáticas. “Mas o Paraná dispõe de imenso potencial para avançar rapidamente em direção de uma agropecuária de baixo carbono e ainda mais competitiva, ampliando também a produção de biocombustíveis e retomando uma gestão urbana inovadora”, ressaltou.
APERFEIÇOAMENTO - As Normas do Selo Clima Paraná são constantemente aperfeiçoadas pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. “A avaliação dos inventários empresariais de emissões está mais rigorosa”, informou a diretora de Políticas Ambientais, Fabiana Campos. “Por outro lado, se admite que parcela da redução da Pegada de Carbono seja comprovada através de Créditos de Carbono”, explicou.
Outra novidade é que o limite mínimo de redução das emissões passou a ser 0,5% ao ano e, neste caso, é reconhecido o desafio da indústria em dar os primeiros passos na redução das emissões. “Em contrapartida, os inventários de emissões precisariam buscar o mais alto nível de agregação organizacional”, disse Fabiana.
ESTRATÉGIAS - As três empresas que receberam o Selo Clima Ouro Plus adotaram algumas estratégias. A Klabin - unidades de Monte Alegre e Puma - reduziu o consumo de óleo combustível, priorizando a biomassa (combustíveis renováveis) para geração de energia. Reduziu também a quantidade de energia comprada do Sistema Integrado Nacional/SIN, gerando uma correspondente redução das emissões de Dióxido de Carbono.
A Companhia Siderúrgica Nacional -unidade de Araucária- reduziu o consumo de gás natural, por medidas de eficiência energética, com menores emissões de CO2. Houve também redução de emissões fugitivas em canalizações e válvulas, diminuindo as emissões de Metano (CH4).
Já no caso da Engie do Brasil Energia, houve uma alteração na metodologia de cálculo relacionada à contabilidade carbônica da prestação de serviços ancilares. Os procedimentos para prestação desses serviços pelos agentes de geração estão previstos na Resolução Normativa nº 697 da Aneel, de 16 de dezembro de 2015.
José Rubel, da Diretoria de Políticas Ambientais da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, sugeriu algumas ações que podem ser adotadas para que uma empresa possa ser vencedora na nova economia de baixo carbono.
Medir a Pegada de Carbono da empresa, reduzir as emissões (o que torna possível recuperar dinheiro que pode estar sendo desperdiçado, além de encorajar fornecedores e distribuidores a também fazerem o mesmo), ouvir os consumidores, que estão cada vez mais preocupados com o futuro do planeta e valorizam estas atitudes. “Enfim, reinventar o próprio negócio, com eficiência energética, baixo carbono e responsabilidade ambiental”.
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Sanepar está entre as premiadas nesta 5ª edição
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) foi uma das premiadas nesta 5 ª edição do Prêmio Selo Clima Paraná. O prêmio Selo Ouro foi recebido pelo diretor de Meio Ambiente da Sanepar, Julio Cesar Gonchorosky. Segundo ele, a Sanepar foi a primeira empresa de saneamento do Brasil a fazer a medição dos gases de efeito estufa em todos os seus processos.
Esse trabalho começou em 2007 e teve os dados publicados em 2008, no primeiro Inventário de Gases de Efeito Estufa (IGEE) da empresa. Há nove anos a Companhia reporta seu IGEE ao Registro Público do Programa Brasileiro GHG Protocol. O documento com os resultados fica disponível no www.registropublicodeemissoes.com.br/
O inventário de emissões de GEE de 2018 indicou que a principal fonte de emissão nos sistemas da Sanepar continua sendo o processo de tratamento de esgoto. “A companhia desenvolve estudos e pesquisas para implantação de sistemas mais eficientes de captura e combustão controlada do biogás ou aproveitamento energético deste subproduto. É um grande desafio para a empresa e para o setor de saneamento”, disse Gonchorosky
Confira
tabela com as 36 empresas premiadas.