O Maio Furta-Cor, campanha de promoção e atenção à saúde mental materna, foi tema do seminário “Eu cuido da vida - policial, mulher e mãe”, que ocorreu nesta segunda-feira (30) no auditório da Secretaria da Segurança Pública (Sesp), em Curitiba. O evento contou com a participação de mais de 100 mulheres, entre policiais e servidoras das unidades da Sesp, e foi promovido pelo Programa Prumos.
Com o objetivo de sensibilizar a população para a causa da saúde mental materna, a escolha do mês não foi ao acaso. Maio é celebração o Dia das Mães e, por isso, tido como um momento oportuno de fomentar discussões sobre as causas maternas e os índices de depressão, ansiedade e esgotamento. Burnout e sobrecarga materna foram alguns dos assuntos abordados.
A psiquiatra, pesquisadora e idealizadora da campanha, Patrícia Cristine Piper Ehlke, explica que o objetivo é olhar para a saúde da mulher. "Há décadas as mulheres têm sido responsabilizadas pelos cuidados dos filhos. Agora, é preciso olhar o cuidado sobre elas. Burnout e sobrecarga materna vêm justamente do excesso de funções e tarefas, além do sentimento de que a maternidade aparenta ser cada vez mais cercada de julgamentos, cobranças, sentimentos de culpa e insuficiência", afirmou.
“Além de policiais e servidoras da Secretaria da Segurança Pública, nós também somos mães e mulheres. Este é também um momento de escuta, de maneira profissional, com o suporte do Prumos, programa de saúde mental da Sesp”, afirmou a diretora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento Penitenciário (Espen) e organizadora do evento, Marilza Hack.
O Maio Furta-Cor ajuda a mostrar a todas as mães que é comum sentir medo, estar triste, se sentir cansada e ter dificuldade para conciliar todas as tarefas. "Mas, mais do que isso, ajuda a mostrar que essas mães não precisam encarar tudo isso sozinhas”, destacou o assessor civil da Sesp, delegado Leonardo Bueno Carneiro.
Para o diretor-geral do Departamento de Polícia Penal (Deppen), Francisco Caricati, a campanha é um marco para promover conscientização. “A saúde mental do policial já é um tema que precisa de muita atenção, e quando considerada a questão materna tudo se multiplica, uma vez que há um estigma social muito grande em relação a isso”, alertou.
DINÂMICA – Como parte da dinâmica, as participantes foram divididas em três grupos, sendo cada um mediado por uma psicóloga do programa. Na ocasião, as policiais puderam contar causos e experiências pessoais da profissão.
“Discutir estes assuntos é engrandecedor. Somos poucas mães e mulheres na instituição. Este é um grupo de apoio que temos e que podemos melhorar muito. A partir disso, sabemos que podemos nos fortalecer cada vez mais”, afirmou Simone Aparecida dos Santos Sidri, 3º sargento do Corpo de Bombeiros.
Mãe de uma menina de 14 anos e madrasta de um menino de 7, a cabo Vania Berbert, da PM, comemorou o evento. “Como mãe e profissional da Segurança Pública, vejo que todas nós passamos por isso em algum momento da vida e, quando estamos numa situação, acabamos nos sentindo sozinhas e sem saber que há outras mães precisando de apoio. Em casos assim, podemos nos unir e formar uma rede”, destacou.
“Muitas vezes, a correria do dia a dia não deixa tempo para a gente olhar e pensar na gente. É uma abordagem salutar, necessária e que precisa ser levada para todas as forças policiais e unidades da Sesp, porque temos diversas servidoras nesta situação, que são mães, com ou sem marido, e que têm mais de uma jornada”, afirmou a policial penal e diretora da Penitenciária Feminina de Foz do Iguaçu - Unidade de Progressão (PFF-UP), Claudia Grignet Souto, que também é mãe de dois filhos, de 6 e 12 anos.
MAIO FURTA-COR – No mês de maio, a saúde mental materna ganha visibilidade em todo o Brasil. Com o nome Maio Furta-Cor, a campanha surgiu em 2021 com a ideia de dar mais atenção ao sofrimento mental de mulheres com a extensa demanda da maternidade.
PRESENÇAS – Também estiveram presentes no encontro o comandante-geral da PMPR, coronel Hudson Teixeira; a delegada Daniele Siregeli, representando o delegado-geral da Polícia Civil, Silvio Jacob Rockembach; o subcomandante-geral da PM, coronel Carlos Eduardo Cidreira; o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Manoel Vasco de Figueiredo Júnior; o chefe de gabinete da SESP, coronel Nelson Ademar Piske; o assessor militar da SESP, coronel Waldick Alan de Almeida Garrett; e a coordenadora do projeto Mães de Farda, tenente Beatriz Carolina Gertz.