Secretário do Desenvolvimento Sustentável detalha medidas para enfrentar estiagem

Entre as iniciativas comentadas por Everton Souza em entrevista à TV Paraná Turismo estão o investimento de R$ 24 milhões para a compra de equipamentos para combater incêndios florestais, a proibição de queimadas controladas no campo e uma resolução técnica para facilitar o fornecimento de água para abastecimento público e de animais.
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10/09/2024 - 16:20

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O Governo do Estado está com uma série de medidas em curso para mitigar o período de estiagem enfrentado pelo Paraná. Várias das iniciativas têm o foco de ajudar na contenção de incêndios florestais, que são mais propícios em períodos secos, incluindo um investimento de R$ 24 milhões na aquisição de equipamentos e na formação de brigadistas.

Secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza, detalhou as medidas em vigor durante entrevista nesta terça-feira (10) para o telejornal Paraná em Pauta, da TV Paraná Turismo. Segundo ele, o Governo já vinha se preparando há meses para enfrentar o momento de estiagem, um dos reflexos do período de mudanças climáticas.

“Desde 2019 trabalhamos com uma série de iniciativas focadas na sustentabilidade e na proteção do nosso patrimônio natural, como a valorização das Unidades de Conservação e a ampliação da área verde do Estado, entre elas as regiões de mata ciliares”, explicou. “Além disso, nesse momento mais crítico, há alocação de recursos para lidar com a crise, com a viabilização de mais estrutura e equipes capacitadas para combater os focos de incêndio de forma rápida e eficiente, mesmo nos locais de difícil acesso”, afirmou Souza.

Estrutura que, de acordo com o secretário, ampliará o alcance de iniciativas já implementadas e em pleno funcionamento, como a atuação de caminhões-pipa distribuídos aos municípios pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável (Sedest) como parte do programa Patrulha Ambiental. Os veículos foram essenciais na contenção de incêndios florestais em agosto. Um helicóptero de uso exclusivo do Instituto Água e Terra (IAT) também está dando o apoio necessário na contenção de queimadas.

“Esses caminhões não são importantes apenas para a atuação em situações de emergência nos próprios municípios, mas também podem ser integrados para ajudar em incidentes em territórios vizinhos, como ocorreu recentemente no Rio Grande do Sul”, destacou ele. “E o helicóptero é estratégico, por chegar em locais de mais difícil acesso”, completou.

PREVENÇÃO – Durante a entrevista, Souza reforçou a importância de outras práticas já implementadas pelo Estado. Entre elas, citou a suspensão por 90 dias das queimadas controladas na agricultura que, apesar de serem uma prática comum principalmente no cultivo de cana-de-açúcar, podem resultar em novos focos de incêndio.

“Essa interrupção das queimadas controladas se deve porque, de repente, um pequeno foco de fogo pode sair do controle e se transformar em um incêndio de grandes proporções. Por isso esse apoio da população é essencial. Com o desenvolvimento de boas práticas é possível evitar que os focos de incêndio destruam a natureza”, comentou o secretário.

A recomendação da Defesa Civil, lembrou ele, é para que a população se sensibilize para evitar qualquer incêndio, evitando utilizar fogo para limpeza de terrenos, não queimar lixo, não soltar balões e fazer a destinação correta de material vegetal, evitando montes de folhas e galhos. No caso da ocorrência de queimadas, a indicação é entrar em contato imediatamente com o Corpo de Bombeiros.

ABASTECIMENTO – Em relação ao abastecimento de água da população, o secretário reforçou que uma resolução técnica está em fase final de construção pela Sedest justamente para mitigar os efeitos da estiagem no Estado. A normativa será implementada ainda nesta semana.

“É um decreto muito importante, que vai nos permitir fazer algumas aquisições e agilizar medidas burocráticas para facilitar o acesso à água para a população e para os animais. Também estamos trabalhando junto com os Comitês de Bacias Hidrográficas para que esse acesso emergencial à água seja feito sem prejudicar a biodiversidade”, afirmou.

Além disso, Souza apontou que existe uma preocupação com a produção agrícola no Estado, uma das principais atividades econômicas do Paraná. “Os impactos da perda de produção nos períodos de seca podem chegar na ordem dos bilhões de reais. Por isso, implementamos programas de irrigação, como o recém-lançado Irriga Paraná, que promove a resiliência do Estado em um momento em que as chuvas diminuem”, destacou.

Confira a entrevista:

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