A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) destaca a importância do cuidador de idosos neste 20 de março, dia dedicado a esses profissionais. Por meio da Escola de Saúde Pública do Paraná, a Sesa oferece regularmente o Curso de Formação Inicial para Cuidador de Idoso, presencial, com carga horária de 180 horas, sendo 160 teóricas e 20 práticas, que é uma das formas de qualificar ainda mais o atendimento nessa área. Podem ser formadas turmas em todas as regiões do Estado que indicarem interesse.
Com o rápido envelhecimento populacional, os cuidados em relação à saúde e bem-estar dos indivíduos com idade acima de 60 anos também se intensificam e os cuidadores se tornam essenciais nessa rotina, sejam eles profissionais ou familiares. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem mais de 1,7 milhão de pessoas acima de 60 anos no Paraná, a sexta maior população de idosos do País.
O cenário evidencia a importância do trabalho dos cuidadores para a sociedade, pois são as pessoas que se dedicam a auxiliar pessoas com algum grau de dependência no desempenho das suas atividades diárias. Segundo o Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros, da Fiocruz e Ministério da Saúde, publicado em 2016, em média, 10,5% das pessoas com 65 anos ou mais estão em situação de dependência funcional. Entre 65 e 69 anos esse percentual é de 5,1% e sobe para 29,1% entre aquelas com mais de 85 anos.
Em termos absolutos, isto significa que mais de 2 milhões de pessoas idosas, com 65 anos ou mais, têm dificuldades para realizar atividades básicas da vida diária no Brasil. No Paraná, esse número é de aproximadamente 140 mil idosos.
A grande maioria dos cuidadores é familiar. Em geral são mulheres, muitas vezes também com idade avançada, escolhidas pela família por ter melhor relacionamento com a pessoa idosa ou por ter disponibilidade. Mas muitas vezes elas precisam deixar seus empregos para se dedicar ao cuidado. Pode também ser amigos ou vizinhos, que mesmo sem ter laços de sanguinidade se voluntariam a auxiliar. A característica deste grupo de cuidadores é não ter nenhuma formação específica para o cuidado, nem receber qualquer tipo de remuneração.
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A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti David Lopes, ressalta que tanto o cuidador familiar como o profissional também necessitam de atenção. “A tarefa do cuidado ao idoso restringe o tempo para suas atividades pessoais. O isolamento social, privação de sono, estresse, ansiedade, menor cuidado com a própria saúde são ocorrências frequentes”, diz.
Segundo Maria Goretti, é fundamental que os cuidadores estejam atentos e definam estratégias de atenção à sua própria pessoa, no âmbito da saúde, social ou econômica. Podem contribuir para a redução da sobrecarga do cuidador a participação em grupos de apoio, prática de atividade física, definição de intervalos do cuidado com revezamento, apoio financeiro no caso do cuidador familiar, acompanhamento pelas equipes de saúde e de atenção social.
Lucas Giacobbo está dentro de outra realidade. Ele administra uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) em Bom Jesus do Sul, na região Sudoeste, há quatro anos. Considerado um cuidador formal, teve treinamento específico para a função que exerce. Ele faz parte da categoria que está incluída na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), com as atribuições de: cuidar da pessoa; promover o bem-estar; observar e cuidar da alimentação; cuidar da saúde; cuidar do ambiente familiar ou institucional.
“Meu trabalho é dedicar e ofertar aos idosos mais qualidade de vida, além de carinho e atenção às necessidades de quem já está na terceira idade. Apesar de estar sempre aqui na instituição, nosso trabalho vai muito além disso”, afirma Lucas. “São 24 horas de atenção, com acompanhamento médico. Somos um braço familiar no convívio social. A ILPI não substitui a família do idoso, mas auxiliamos nesse processo de envelhecimento apoiado”.