Ao se referir ao Dia mundial e Nacional de Diabetes, que será neste sábado (14), o secretário estadual da Saúde disse que neste momento de pandemia as pessoas que vivem com o diabetes não devem se descuidar, precisam intensificar os cuidados e as medidas de proteção. “A doença apresenta condições de risco para possíveis complicações de síndrome gripal, como a infecção pelo coronavírus”, afirmou.
Segundo ele, os serviços de saúde nas áreas da Atenção Primária, Laboratorial e Hospitalar seguem os atendimentos e tratamentos com diabetes de acordo com os protocolos de segurança estabelecidos pela pandemia.
Dados da Secretaria de Estado da Saúde apontam que no Paraná cerca de 82% dos mais de 5 mil óbitos pela Covid-19 apresentavam um fator de risco associado, sendo que em 32,38% tinham o diabetes presente.
A Secretaria publicou, em abril, a Nota Orientativa no. 32 indicando aos profissionais dos serviços de saúde os cuidados às pessoas com hipertensão arterial sistêmica e diabetes diante da Covid-19. O documento também traz informações para os pacientes, familiares e cuidadores.
As principais considerações são para a programação a manutenção do monitoramento e tratamento buscando, principalmente, alternativas de atendimento por meio de tecnologias de comunicação virtual.
“É fundamental manter o tratamento e demais orientações conforme o plano de cuidado e não hesitar em procurar orientações da equipe de saúde quando necessário; no SUS, as unidades de saúde realizam a prevenção, detecção, controle, monitoramento e tratamento medicamentoso dos usuários com diabetes”, afirmou a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes.
Todas as orientações foram aprovadas pelo COE (Comitê de Operações em Emergências) e seguem válidas e estão publicadas no site da Secretaria (saúde.gov.pr.br).
CAMPANHA – O Dia Mundial do Diabetes envolve a maior campanha mundial de conscientização sobre a doença. O tema do Dia Mundial da Diabetes de 2020 é “O enfermeiro e a Diabetes”, destacando o papel desse profissional no tratamento da doença. Tanto na realização da consulta de enfermagem como em todo o processo da educação em diabetes, com orientações sobre autocuidado e prevenção de complicações da doença.
DIABETES – A doença é caracterizada pelo excesso de açúcar no sangue, onde as células do corpo ficam com pouca energia e o sangue repleto de glicose.
O diabetes tipo 1 é um distúrbio caracterizado pela destruição das células produtoras de insulina, através de mecanismos imunológicos. Quando isso acontece, é preciso fazer a reposição para se manter saudável e com qualidade de vida.
O diabetes do tipo 2 tem um fator hereditário maior do que no tipo 1. Além disso, há uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. O diabetes tipo 2 é responsável por 95% dos casos é está muito relacionado ao estilo de vida, sendo prevenido por meio da adoção de hábitos de vida.
“É importante lembrar que este tipo é praticamente assintomático, o que pode ocasionar a identificação apenas quando já começam a surgir as complicações”, explica a coordenadora de Promoção da Saúde da Sesa, Elaine Vieira. “Se não tratado, pode levar a agravamentos bastante prejudiciais à saúde, incluindo infecções, insuficiência renal, infarto do miocárdio, derrame cerebral e doenças vasculares, até gangrena de braços e pernas, podendo levar à amputação de membros inferiores”.
No período de 2014 a 2018 as Doenças Crônicas Não Transmissíveis foram responsáveis por mais da metade das mortes no Paraná, tendo como causas as doenças do aparelho circulatório, as neoplasias malignas, o diabete mellitus e as doenças respiratórias crônicas. Sendo que aproximadamente 42% desses óbitos ocorreram na faixa etária de 30 a 69 anos, classificadas como mortes prematuras. O diabetes ocupa o terceiro lugar entre estas causas.
PREVENÇÃO - “Com diagnóstico precoce é possível inclusive reverter a doença, com mudança dos hábitos alimentares e prática de atividade física”, disse a enfermeira e chefe da Divisão de Prevenção e Controle das Doenças Crônicas, Rejane Tabuti.
“É fundamental que as pessoas estejam informadas, conscientizadas e saibam agir frente aos sintomas de alerta e aprendam também a controlar o diabetes”, disse a coordenadora. “É importante comparecer às consultas agendadas e tomar os medicamentos conforme a receita, fazer ingestão de alimentos indicados, manter o peso corporal, realizar atividade física regularmente, alcançar e manter suas metas de glicemia e pressão arterial, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e não fumar”, acrescentou.