A Secretaria de Estado da Educação lançou nesta quarta-feira (27) o livro “Caderno Pedagógico Oralidades Afroparanaenses”, que será distribuído nas 2,2 mil escolas do Paraná. A ideia da publicação é disponibilizar um material com conteúdos sobre a cultura africana e afro-brasileira, amplificando a presença, participação e contribuição do povo negro na construção do Estado. O evento aconteceu na Biblioteca Pública do Paraná e reuniu profissionais da educação, representantes de movimentos sociais e os realizadores da obra.
A organização do material foi da professora Edna Coqueiro em conjunto com Melissa Reinehr e Kandiero, do Centro Cultural Humaitá. Eles são autores do livro “Oralidades Afroparanaenses: Fragmentos da Presença Negra na História do Paraná”, que inspirou a criação do caderno.
“O material cumpre o que preconiza a Lei 10.639/2003, que é o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, que torna o estudo do tema obrigatório nas instituições de ensino. Os profissionais da educação têm o compromisso de trabalhar em todos os níveis e disciplinas de forma crítica”, disse a chefe do Departamento de Educação Inclusiva da Seed, Maíra de Oliveira.
“Nós acreditamos que a educação tem um papel relevante nas relações raciais, mas esse deve ser um compromisso da sociedade. É fundamental que essa reflexão exista em todas as organizações e espaços. É assim que esperamos que esse material chegue nas escolas, nas mãos dos estudantes e na comunidade”, acrescentou.
Ao todo, foram impressas 2.667 cópias, que serão destinadas às escolas para subsidiar o trabalho dos docentes com a temática da educação para as relações étnico-raciais.
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“Reunimos uma equipe de especialistas, mestres de cultura popular, pesquisadores e autores do Centro Cultural Humaitá e da Seed. Queríamos que o material tivesse esse aspecto bem prático, focado na experiência do dia a dia da sala de aula, mas também com essa coloração da cultura, com as metodologias tradicionais de transmissão de conhecimentos, pela oralidade, pela musicalidade, corporeidade e circularidade”, afirmou Melissa.
De acordo com Kandiero, a ideia é que o projeto seja implementado de forma contínua, abordando toda a presença negra e a herança cultural afro no Paraná, podendo ser abordada em variados componentes curriculares. “Os artigos contemplam artes, literatura, matemática, ciências, e a ideia é que o tema seja espalhado pelo currículo e ao longo dos anos”, disse. “Não é um assunto pontual para ser tratado apenas no Dia da Consciência Negra. É um assunto para compor o currículo escolar em diversas matérias”.
A professora Edna Coqueiro reforçou que o Caderno é resultado de uma parceria entre o Departamento da Diversidade/Coordenação da Educação das Relações Etnico Racial e Educação Escolar Quilombola da Seed com a Editora Humaitá e professores da rede. “Todo processo de produção foi bastante desafiador e rico”, contou.
Os coautores são Ana Crhistina Vanali, Ana Lucia Mathias Fernandes Coelho, Claudinei Mendes Bispo, Clemilda Santiago Neto, Edicelia Maria dos Santos de Souza, Jane Marcia Madureira Arruda, Lucia Helena Xavier, Nabor Mauricio Oliveira Chagas, Natalia Apolonia Belino Bonfim da Silva, Paulo Henrique Mueller, Romilda Oliveira Santos, Silviane Cabral da Cunha e Vanessa Dybax.
Também colaboraram na concepção do livro as orientadoras Edimara Soares; Celia Regina Tokarski e Tania Mara Pacífico, os apoiadores técnicos Galindo Pedro Ramos e Franciele Gonçalves; a revisora Michelle Renata Borsatto; os ilustradores Luz Amorim e Raphaela Corsi; os apoiadores Clarissa Grassi, Itaercio Rocha e Maria Angélica Marochi.