O Paraná está capacitando novos profissionais para avaliação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). A oficina é uma parceria entre Ministério da Saúde e a Secretaria estadual da Saúde, começou nesta segunda-feira (23) e prossegue até sexta-feira (27). O evento acontece na Escola de Saúde Pública do Paraná, em Curitiba.
A IHAC tem o objetivo de promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, que é a estratégia isolada de maior impacto na redução da mortalidade em crianças menores de cinco anos por causas preveníveis em todo o mundo. Além de ampliar a rede paranaense de avaliadores e, consequentemente, ampliar a sensibilização para habilitação de novos hospitais na iniciativa, o curso busca reforçar as boas práticas no parto e nascimento e estabelecer ações que garantam o aleitamento materno e reduzam as taxas de mortalidade infantil.
Atualmente, o Paraná conta com 21 hospitais credenciados com o título de Amigo da Criança. Neste curso, que tem carga 40 horas, entre aulas teóricas e práticas, serão formados 28 novos avaliadores técnicos das 22 Regionais de Saúde e do Nível Central da Secretaria da Saúde e seis avaliadores do Rio Grande do Sul.
“A oficina possibilita a reavaliação nos métodos de trabalho da instituição que poderá receber o título de Hospital Amigo da Criança. Além de ser um importante incentivo ao aleitamento materno e estabelecer um maior vinculo entre mãe e filho, a iniciativa fortalece ainda mais a política de saúde pública materno-infantil do Estado”, disse o secretário da Saúde, César Neves.
HABILITADOS – Ao serem qualificados, os profissionais ficam habilitados pelo Ministério da Saúde para avaliar os hospitais e os pontos estabelecidos na normatização, e do cumprimento dos “Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno”, instituídos pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com Marina Rea, consultora do Ministério da Saúde, além de avaliar os critérios para obter ou permanecer como Hospital Amigo da Criança, os tutores serão multiplicadores das informações dentro das unidades. “Torcemos para que todos os hospitais possam fazer o papel de treinar seus próprios funcionários, aprimorando o serviço, qualificando a equipe, para orientar a mulher e apoiar a família. Tudo isso abrangendo boas práticas de parto, nascimento e estímulo à amamentação”, explicou.
IHAC – Para garantir a saúde e melhorar a qualidade de vida das crianças, o Brasil dispõe de uma política de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, sendo a Iniciativa Hospital Amigo da Criança uma das estratégias dessa política. O intuito é mobilizar toda a equipe de saúde dos hospitais maternidade para que modifiquem condutas e rotinas responsáveis pelos altos índices de desmame precoce. Para isso, mundialmente foram estabelecidos os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno.
Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno:
1 – Ter uma Política de Aleitamento Materno, que seja rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de saúde;
2 – Capacitar toda a equipe de cuidados de saúde nas práticas necessárias para implementar esta Política;
3 – Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento materno;
4 – Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento, conforme nova interpretação, e colocar os bebês em contato pele a pele com suas mães, imediatamente após o parto, por, pelo menos, uma hora e orientar a mãe a identificar se o bebê mostra sinais que está querendo ser amamentado, oferecendo ajuda se necessário;
5 – Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação mesmo se vierem a ser separadas dos filhos;
6 – Não oferecer a recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não ser que haja indicação médica e/ou de nutricionista;
7 – Praticar o alojamento conjunto, permitir que mães e recém-nascidos permaneçam juntos 24 (vinte e quatro) horas por dia;
8 – Incentivar o aleitamento materno sob livre demanda;
9 – Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a recém-nascidos e lactentes;
10 – Promover a formação de grupos de apoio à amamentação e encaminhar as mães a esses grupos quando da alta da maternidade, conforme nova interpretação, e encaminhar as mães a grupos ou outros serviços de apoio à amamentação, após a alta.