Desde os primeiros registros de casos de coronavírus na China, no final de 2019, a Secretaria da Saúde do Paraná está mobilizada, com todas as áreas e equipes técnicas, para o monitoramento diário da situação nos 399 municípios do Estado e recomendações aos profissionais da área.
A primeira Nota Informativa aos profissionais, publicada no dia 31 de janeiro, trouxe um panorama no mundo, com definições do Ministério da Saúde e da Secretaria, sobre transmissão, período de incubação do vírus, sinais e sintomas, recomendações sobre prevenção, utilização de equipamentos de proteção individual e indicações para notificação obrigatória de casos junto ao Ministério da Saúde e às secretarias estaduais e municipais.
No dia 2 de fevereiro, o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, assinou resolução (162/2020) que determinou a reativação do COE – Centro de Operações de Emergências, com a participação de 16 áreas técnicas. O Paraná também foi um dos primeiros a publicar o Plano de Ação e Contingenciamento para o enfrentamento da Covid-19.
Neste período, o COE vem aprovando orientações dirigidas aos profissionais da saúde sobre condutas e procedimentos, considerando a ampliação de casos suspeitos e confirmados no Estado.
Por meio de doze Notas Orientativas já publicadas, a Secretaria Estadual da Saúde faz recomendações importantes que também podem servir de guia para outros segmentos como comércio, empresas e instituições públicas e privadas.
“Temos preocupação constante com os profissionais que atuam na linha de frente da saúde e no atendimento ao público e por isso as áreas técnicas da Secretaria da Saúde estão documentando e publicando orientações e recomendações. São medidas que visam reduzir o risco da contaminação e promover condições de trabalho seguras para os segmentos que seguem em atividade”, explicou o secretário da Saúde do Paraná, Beto Preto.
ALINHAR INFORMAÇÕES - A coordenadora do COE e diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Secretaria, Maria Goretti David Lopes, afirma que é uma grande responsabilidade alinhar as informações e produzir notas orientativas de forma concisa e prática. “São guias para os serviços e profissionais da saúde de todo o Estado”, diz ela. Os documentos tratam de diversos temas, dentre eles, sobre o cuidado com os idosos e as gestantes.
MUITAS RECOMENDAÇÕES – Outras notas orientativas foram elaboradas e estão disponibilizadas para consultas. Os documentos, publicados no site da Secretaria tratam sobre: limpeza e desinfecção de ambientes; preparações antissépticas e sanitizantes; uso de máscaras para proteção, fabricação de equipamento de proteção individual.
Também incluem temas como recomendações para reorganização dos processos de trabalho nas farmácias do Estado; medidas que devem ser adotas para atendimento em mercados, supermercados e hipermercados; medidas de prevenção para aplicação em serviços de alimentação e serviço de delivery, alimentação adequada e saudável e medidas de orientação para tabagistas e pessoas em tratamento de tabagismo. Todas as notas estão no site www.saude.pr.gov.br
IDOSOS– Para o maior grupo de risco do coronavírus, os idosos, a Secretaria da Saúde orienta seu corpo técnico, por meio da Atenção Primária à Saúde (APS) e Estratégia Saúde da Família (ESF ), a assumir papel resolutivo frente aos casos leves da doença e de identificação precoce e encaminhamento rápido e correto dos graves, priorizando pessoas acima de 60 anos neste atendimento.
O atendimento às pessoas idosas deve ser preferencialmente em domicílio, evitando-se exposição coletiva. Idosos que buscam pronto socorro e UPAS ou qualquer outro atendimento de urgência têm a prioridade e imediata avaliação médica.
Profissionais de saúde e familiares devem orientar o idoso que hábitos de carinho e de saudação, normalmente mantidos pelos mais velhos, como beijos, abraços, aperto de mão devem ser evitados, bem como o uso público de transporte coletivo.
Outra recomendação da Secretaria da Saúde é evitar que o idoso tenha contato próximo com crianças, que podem apresentar infecção por coronavírus de forma assintomática. Caso este contato seja inevitável, utilizar máscara de proteção na criança. A a criança apresenta baixíssimo risco de complicações da doença mas, seguramente, é um importante vetor de transmissibilidade para idosos frágeis.
GESTANTES – As orientações da Secretaria da Saúde às equipes profissionais da área sobre a linha de cuidado materno infantil durante a emergência salientam que o isolamento social é condição importante para as mulheres grávidas.
Gestantes não têm demonstrado maior susceptibilidade à infecção pelo vírus, porém a gravidez e puerpério são condições especiais, que requerem monitoramento e vigilância.
Os atendimentos a esta população não foram interrompidos e segundo a Secretaria da Saúde devem seguir em ambientes seguros devidamente organizados e higienizados.
Gestantes de alto risco e risco intermediário terão as consultadas agendadas mantidas. Já, algumas consultas para atendimento de gestantes estratificadas de risco habitual, podem ser remarcadas, para a própria segurança da mulher e do bebê. Estão mantidos também os exames preconizados durante o pré-natal, inclusive ultrassonografia obstétrica precoce.
Como forma de ampliar os cuidados, Nota Técnica da Secretaria da Saúde reforça a orientação de sinais de risco na gestação; além de sangramento perda de líquido e diminuição de movimento fetal, foram incluídos os sintomas respiratórios do Covid -19, como febre, falta de ar e sintomas gastrointestinais.
A infecção por coronavírus não indica, isoladamente, a realização de parto cesariano. Não há evidências que comprovem a transmissão vertical. Parturientes em boas condições respiratórias e elevada taxa de oxigenação podem se beneficiar do parto vaginal, bem como o feto.
Não há contra indicação quanto ao contato pele a pele logo no nascimento do bebê e deve ser mantido o aleitamento materno desde a primeira hora de vida. O que se incluiu como precaução, além das boas condições da mãe e do recém-nascido, é que a parturiente use máscara cirúrgica e mantenhas as mãos higienizadas
O aleitamento materno deve ser mantido e incentivado, a preocupação e alerta da Secretaria da Saúde nesta situação é em relação ao contagio do bebê via secreções maternas e não via aleitamento.
Diante de algum sintoma respiratório, a mãe poderá extrair o leite com todas as recomendações de higienização e um cuidador poderá ofertar ao bebê usando colher ou um copinho.