Aprimorar os atendimentos de mulheres em gestação de risco e de fetos com malformações é um dos pilares que a saúde pública busca incessantemente no Paraná. Por isso, foi criado o Núcleo de Medicina Fetal, no Hospital do Trabalhador, anunciado na I Jornada Internacional de Medicina Fetal do Estado do Paraná, realizado nesta sexta-feira (20), em Curitiba. O evento teve a participação de aproximadamente 200 médicos, enfermeiros e gestores.
A inciativa é inédita no Brasil. O diretor-superintendente do Complexo Hospital do Trabalhador, Geci Labres de Souza Júnior, explica que a preocupação é a mãe e seu bebê que não está totalmente saudável, por apresentar malformação, infecção ou outro problema. “Aalém do desespero da família, podem surgir dúvidas para o próprio médico”, disse.
As equipes do Hospital do Trabalhador, da Saúde da Mulher da Secretaria da Saúde e de outros hospitais, estabeleceram uma atividade conjunta, com objetivo de troca de conhecimento. “A criação de um centro de excelência e um núcleo para debates que tenha condições de equipamento, material e conhecimento auxilia para o esclarecimento das dúvidas, porque nem sempre as questões são de simples resolução ou diagnóstico”, comentou o diretor.
Com o apoio do Governo Estadual e da Secretaria de Saúde do Estado na aquisição de equipamentos será implementado um centro de excelência para a medicina fetal. Dessa forma, os casos serão centralizados para diagnósticos mais complexos e a condução mais adequada do ponto de vista de conhecimento internacional.
NÚCLEO DE MEDICINA FETAL – O Complexo Hospital do Trabalhador institucionalizou o primeiro Núcleo de Medicina Fetal do Paraná. “O objetivo do Hospital do Trabalhador e do Governo do Paraná é montar uma unidade central que possa replicar o conhecimento em todo o Paraná para evitar que as pacientes precisem se deslocar para receber o atendimento qualificado”, explicou o médico do HT, Carlos Alberto Anjos Mansur.
A coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Acácia Nasr, explicou que a equipe percebeu a necessidade de fragmentação da rede de cuidado e atenção à saúde da mulher e incluiu essa linha de cuidado detalhada da gestante de forma regionalizada. “Tudo isso, para que a mulher e o seu bebê tenham atendimento e a garantia de vida com qualidade”, completou.
A chefe da Divisão da Saúde da Mulher da Secretaria da Saúde, Carolina Poliquesi, explicou que o Núcleo será um lugar para o início da regulação, fortalecimento das equipes, capacitação e formulação dos protocolos. Para o médico Andre Hadyne Miyague, que integra o Núcleo de Medicina Fetal do Hospital do Trabalhador, afirmou que o objetivo é oferecer um serviço de medicina de ponta, ético e humano.
Para a coordenadora da Atenção Primária à Saúde e Rede de Atenção à Saúde Materno Infantil da 8ª Regional de Saúde de Francisco Beltrão, Ana Letícia Pinto, o o núcleo vai auxiliar principalmente as cidades do interior do estado. “Viemos em quatro profissionais para Curitiba e seremos disseminadores das instruções encaminhadas aqui”.
A gestora do Consórcio Intermunicipal de Saúde CIS Amunpar, Isabel Vasconcelos, que tem experiência de mais de 30 anos como enfermeira obstetra, diz que a organização do núcleo é excelente. “É um passo que me deixa emocionada de participar nesse momento de novo pensamento no estado em relação às gestantes”.
O médico e professor Antônio Fernandes Moron, referência internacional na medicina fetal, é um dos colaboradores do Núcleo. “O Paraná passa a ser um modelo excepcional, inovador e talvez seja o primeiro modelo onde a saúde pública assimila um programa de altíssima relevância saúde pública voltado à saúde da mulher e que foi por muitos anos deixando de lado. O estado do Paraná representa um exemplo que deve ser seguido por todos os estados do Brasil”.