A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) promove a partir desta terça-feira (18) uma oficina sobre o Monitoramento das Estratégias de Vacinação (MEV), uma ação do Ministério da Saúde (MS). O objetivo é qualificar as equipes de imunização da Vigilância Epidemiológica e Atenção Primária à Saúde para serem multiplicadores e desenvolverem ações de monitoramento das coberturas vacinais contra a poliomielite e o sarampo.
O evento, que acontece em Curitiba, segue até quarta-feira (20) e conta com a participação de 100 profissionais de imunização das 22 Regionais de Saúde e municípios-sede, além de representantes do Distrito Sanitário da Saúde Indígena (DSEI) e do Conselho Estadual de Secretário Municipais de Saúde (Cosems).
O MEV é uma ação direcionada à avaliação da situação e revisão vacinal contra poliomielite e sarampo das crianças menores de cinco anos de idade, por meio de visita casa a casa para verificação do cartão ou na caderneta de vacinação do público-alvo, possibilitando identificar áreas onde há concentração de não vacinados.
“Este encontro é importante pois permite mapear áreas com baixa cobertura vacinal e desenvolver estratégias que possibilitem aos municípios atingir as metas vacinais preconizadas, trazendo resultados positivos e protegendo a população contra essas doenças preveníveis pelas vacinas”, explicou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Acácia Nasr.
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No encontro serão abordados pontos como mapeamento do município e setorização, apresentação sobre as fontes de dados, identificação dos recursos necessários e logística para o início da ação. Também será debatida a definição da amostra populacional a ser avaliada, abordagem dos pais ou responsáveis, checagem do cartão ou caderneta de vacinação, simulação do trabalho de campo, entre outros.
Para a chefe da Divisão de Vigilância do Programa de Imunização, Virginia Dobkowski Franco dos Santos, o encontro é fundamental para avaliar as ações executadas nos 399 municípios paranaenses. “A partir dessa avaliação é possível identificar as possíveis falhas que ocasionam a baixa cobertura vacinal em diferentes territórios do Estado e desenvolver estratégias para ampliar a vacinação e atingir as metas de acordo com a necessidade de cada município, protegendo a população contra essas doenças”, enfatizou.
DADOS – De acordo com o Ministério da Saúde, a cobertura preconizada de vacinação para poliomielite e sarampo é de 95%, e a Rede Nacional de Dados em Saúde mostra que neste ano a cobertura contra a poliomielite no Paraná é de 88,83% para a vacina inativada (VIP) e 79,87% para a vacina oral (VOP).
Já a cobertura vacinal da primeira dose da tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba está em 85,56%; e da segunda dose em 63,97%. No ano passado a cobertura no Paraná ficou em 90,36% (VIP), 83,51% (VOP) e 95,80% para a 1ª dose de tríplice viral e 71,08% para a 2ª dose.
Segundo o Ministério, em 1994 a poliomielite foi considerada eliminada no Brasil. O último registro da doença no Paraná foi em 1986, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Contudo, casos da doença vêm surgindo nos últimos anos, e a falta de vacinação é o principal fator. Com relação ao sarampo, o último caso da doença no Estado ocorreu em 2020.
“Além de fortalecer e qualificar as equipes de imunização, é preciso conscientizar a população sobre a importância de retomar o hábito da vacinação. Temos o exemplo do sarampo que, após anos sem casos diagnosticados, voltou a circular em todo o país e não podemos deixar que isso ocorra com outras doenças graves, como a poliomielite”, disse Virginia.