A experiência paulista de combate à febre amarela foi discutida nesta terça-feira (22) no I Fórum de Manejo Clínico Epidemiológico da Febre Amarela, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde, Secretaria da Saúde de Curitiba e Hospital do Trabalhador. O Estado vizinho já registrou dois casos da doença, todos próximos à divisa com o Paraná.
Do fórum, promovido para capacitar os profissionais da área, participaram 122 pessoas, entre médicos, enfermeiros, intensivistas e equipes de atenção primária de saúde. Eles conheceram as mudanças implantadas pelo serviço paulista, que conseguiu diminuir os casos letais de 80% para 60%. “Este é o momento de compartilhar conhecimento”, diz a médica coordenadora da UTI e infectologista do Hospital das Clínicas da USP, Ho Yeh Li.
A Secretaria já intensificou a vacinação em todo o Estado, especialmente na região da divisa com São Paulo, onde está fazendo o que se chama de busca ativa, ou seja, vacinando de casa em casa moradores da zona rural. “Ir até o público alvo é fundamental”, confirma Ho Yeh Li.
De acordo com a médica infectologista Maria Esther Graf, coordenadora do Núcleo de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar (NECIH) do Hospital do Trabalhador e membro do comitê de Infectologia da Secretaria estadual da Saúde, novos procedimentos e tecnologia facilitam o diagnóstico e têm aumentado a sobrevida de pacientes que apresentam a doença.
Os procedimentos incorporam diretrizes traçadas pelo Ministério da Saúde e Organização Panamericana de Saúde (Opas).
A médica veterinária Ivana Belmonte relatou os esforços das equipes da Secretaria que fazem busca em áreas de mata para verificar se existem macacos doentes. Ela lembra que a Mata Atlântica é muito cerrada, o que dificulta a investigação, mas até o momento nada foi encontrado.