Os fios expostos de telefonia, internet e de tv a cabo podem estar com os dias contados, pelo menos no Paraná. Os 36.754 quilômetros da rede de esgoto da Sanepar em todo o Estado poderão ser utilizados também como caminho para uma rede de fibra ótica robusta a ponto de suportar o novo sistema 5G. A Sanepar vem promovendo há cerca de três meses uma série de estudos que podem indicar a viabilidade desse sistema de uso compartilhado.
A lei sancionada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior que dá novas atribuições à Sanepar permite essa operação. O uso compartilhado da rede de esgoto com fibras ópticas já foi adotado em vários países, mas no Brasil ainda requer regulamentação por parte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e da Agência Nacional de Água (ANA).
O diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile, destaca que a Companhia também é uma empresa de inovação. “Acompanhamos a evolução do setor e das demandas da sociedade. Tudo o que pudermos fazer para melhorar a qualidade de vida da população, reduzir custos e aprimorar a performance da empresa é objeto de nossos estudos e do nosso planejamento”, afirma.
O uso compartilhado pode ser uma fonte de renda alternativa para a Sanepar e, ao mesmo tempo, um ganho significativo para as empresas de comunicação. Em vez pendurar fios e cabos em postes ou de cavar buracos por todo canto, poderão usar o sistema de esgoto já existente e, com essa alternativa, chegar o mais próximo possível das residências, comércios e pontos industriais.
Um grupo de trabalho na Sanepar avalia os aspectos técnicos, regulatórios e legais para viabilizar esse uso compartilhado da rede. O acesso da fibra óptica à tubulação de esgoto ocorreria por método não destrutivo, uma tecnologia já adotada pela Companhia que usa um robô para fazer diagnóstico de rede.