A Sanepar investiu R$ 4,6 bilhões de 2016 a 2020 em todo o Estado. Nesse mesmo período, o lucro obtido pela empresa foi de R$ 4,2 bilhões. Os dados foram apresentados pelo diretor-presidente da Companhia de Saneamento do Paraná, Claudio Stabile, em audiência pública virtual sobre crise hídrica promovida pela Comissão de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Metropolitanos da Câmara Municipal de Curitiba.
Stabile falou dos indicadores da Sanepar no atendimento com água potável e com coleta e tratamento de esgoto, que estão muito acima da média nacional e dos estados do Sul do País. O presidente destacou também o desenvolvimento de pesquisas e ações inovadoras pela empresa em busca de maior eficiência operacional e de redução de custos.
“A água é um direito humano. Mas essa água deve ser potável, e isso tem um custo. Por isso, buscamos inovação para melhorar cada vez mais e reduzir nossas despesas”, disse.
Ele informou ainda que, desde março de 2020, a Sanepar suspendeu todos os cortes de água por falta de pagamento dos clientes, além de ter feito a religação dos que estavam suspensos. A empresa também lançou um programa de parcelamento de débitos em 60 meses levando em conta as dificuldades econômicas causadas pela pandemia.
“Vamos, em parceria com a Secretaria estadual da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), ampliar o número de famílias beneficiadas pelo programa da Tarifa Social. E fizemos a entrega e instalação de caixas d’água a muitas dessas famílias, moradoras das áreas afetadas pelo rodízio na Região Metropolitana. Nossa meta é aumentar essa entrega”, acrescentou Stabile.
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A audiência pública teve o objetivo de esclarecer a origem dos problemas do abastecimento de água na cidade. O debate teve transmissão, em tempo real, pelos canais das redes sociais do Legislativo. Além dos vereadores de Curitiba e de cidades da Região Metropolitana, participaram o superintendente de Controle Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curitiba, Ibson Gabriel Martins Campos, os deputados estaduais Professor Lemos e Tadeu Veneri, representantes do Ministério Público, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Movimento dos Atingidos por Barragens e de várias entidades da sociedade civil.
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ESCASSEZ HÍDRICA – O diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Julio Gonchorosky, apresentou dados sobre a escassez hídrica, que afeta há mais de um ano o Paraná, especialmente a Região Metropolitana de Curitiba. Ele destacou que a crise hídrica deixou mais evidente a importância da preservação ambiental da Serra do Mar na garantia de abastecimento futuro.
O diretor explicou ainda que a Sanepar adotou mais de 20 ações para mitigação dos efeitos da crise hídrica, como a adoção do rodízio no abastecimento, a captação emergencial de água em fontes alternativas como cavas e pedreiras, a antecipação de obras estruturantes e a campanha Meta20 de redução do uso de água.
“Sem essas medidas, o abastecimento de água na Região Metropolitana já teria entrado em colapso. O rodízio não é uma medida que gostaríamos de adotar, mas é inevitável diante do cenário pluviométrico que se apresentou”, destacou.