Há pouco mais de um mês, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e a Companhia de Habitação de Ponta Grossa (Prolar) estão trabalhando em parceria na cidade para regularizar a situação de famílias de baixa renda, que estão em situação irregular com os dois órgãos. Até agora, cerca de 30 famílias foram beneficiadas pela parceria.
O coordenador de Clientes da Sanepar, Paulo Roberto Taques, explica que a parceria surgiu em paralelo à intensificação das fiscalizações para combate às fraudes em Ponta Grossa e às ações de recuperação de clientes. “Nesse trabalho, nos deparamos com muitas famílias em situação vulnerável, em loteamentos da Prolar, fazendo uso de ligações de água irregulares. Elas não conseguiam sequer fazer o cadastro na Tarifa Social ou negociar a dívida por não terem a documentação do imóvel, o que é requisito para os serviços da Sanepar”, detalha.
Foi então que, para auxiliar essas famílias, a Sanepar entrou em contato com a Prolar. Juntos, os dois órgãos estão adequando a documentação para que a ligação de água seja formalizada. “Com isso, garantimos a esses moradores o acesso à água tratada, à coleta e ao tratamento de esgoto. Inibir os famosos gatos, inclusive, é uma forma de prevenir doenças de veiculação hídrica e evitar o desperdício de água”, esclarece o coordenador.
BAIXA RENDA - O presidente da Prolar, Dino Schrutt, destaca que a parceria da Sanepar é um mecanismo para regularizar as unidades de conjuntos habitacionais. “Temos conseguido trazer famílias que efetivamente estão morando e auxiliá-las no uso da água com o programa de baixa renda da Sanepar”, afirma.
Schrutt conta que, com a fiscalização da Sanepar, a Prolar consegue fazer o cruzamento de informações para aquelas famílias que não residem mais nos conjuntos, por motivo de venda da casa ou que foi alugada ou cedida. “Muitas vezes são da própria família do titular, como filhos e netos que não conseguem regularizar a ligação na Sanepar por não ter o imóvel no nome”, reforça.
AÇÃO – Simeri Michiko Aiko, que coordena o trabalho de combate a fraude na Sanepar em Ponta Grossa e faz os cálculos de renegociação de dívidas, destaca que, dentro da legalidade e das normas da Companhia, a empresa não está medindo esforços para ajudar os clientes a quitarem seus débitos e cadastrar as famílias de baixa renda no programa Tarifa Social da Sanepar.
Ela explica que, além das abordagens em domicílio e do atendimento na Central de Relacionamento com o Cliente, a Companhia tem levado esse serviço a eventos junto com a comunidade, como mutirões de serviços de cidadania. Na última participação, em mutirão no Conjunto Costa Rica, a dona de casa Neiva do Rocio de Matos dos Anjos conseguiu negociar a fatura pendente com a Sanepar, garantindo água de qualidade para a família de sete filhos.
“Fiquei muito feliz porque consegui incluir minha família na Tarifa Social e melhorar o valor da dívida, que foi parcelada em 24 vezes”, diz.
O casal Yonara Antunes e Rogério Oliveira, também do Costa Rica, saíram da ilegalidade e regularizaram a situação da ligação de água. “Temos oito filhos, não podemos ter água cortada, então procuramos a Sanepar para pedir ajuda e conseguimos uma solução”, agradece Rogério.
CADASTRO - Para o cadastro na Tarifa Social da Sanepar é preciso residir em imóvel com área construída de até 70 metros quadrados, ter consumo mensal de água de até 10 metros cúbicos ao mês ou 2,5metros cúbicos ao mês por habitante e ter renda de até meio salário-mínimo por residente no imóvel.