Ritmo do plantio de trigo ainda é lento, mas a expectativa é de produtividade recorde

Documento preparado pelo Departamento de Economia Rural, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, mostra que o solo seco possibilitou plantio de menos de 1% da área. Essa mesma situação foi observada no início da semeadura em 2016, que teve, posteriormente, produtividade recorde.
Publicação
16/04/2021 - 14:00

Confira o áudio desta notícia

O plantio de trigo já começou no Paraná, mas, em razão do solo seco, ainda caminha devagar. Apesar disso, a expectativa é que alcance a produtividade recorde de 2016, quando as condições eram semelhantes. Os dados estão no Boletim de Conjuntura Agropecuária, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, referente à semana de 10 a 16 de abril.

Desde 1.º de abril, os produtores da maior parte dos municípios do Norte do Paraná estão aptos a plantar trigo, de acordo com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). No entanto, a semeadura começou tímida, não alcançando sequer 1% da área projetada, principalmente em razão do solo muito seco. Na primeira quinzena de abril as chuvas foram raras freando o ritmo do plantio.

Além das condições climáticas desfavoráveis, muitos produtores dos municípios aptos a plantar o trigo em abril optaram pelo milho de segunda safra. Portanto, mesmo que as chuvas favoreçam, o percentual de plantio de trigo deve se manter baixo não ultrapassando 2% na próxima semana.

No entanto, a situação não preocupa até este momento. Afinal, na safra de 2016, os produtores chegaram, em 18 de abril, com menos de 1% das sementes no solo, e, ao final do período, foram recompensados com produtividade recorde no Estado: mais de 3 mil quilos por hectare.

CAQUI E MANDIOCA – O boletim também traça um panorama da cultura do caqui, tanto em termos mundiais, quanto brasileiro e paranaense. O Estado é o quarto produtor em volume e Valor Bruto da Produção. Em 2019, foram colhidas 8,6 mil toneladas em 637 hectares, o que rendeu R$ 15,3 milhões.

Enquanto há dificuldade de plantio do trigo devido ao solo seco, para a mandioca essas condições climáticas dificultam a colheita. Com menor oferta para as indústrias de fécula e farinha, os produtores já começam a perceber uma reação no preço, com elevação de 2,2%.

MILHO E SOJA – A estiagem também afeta o desenvolvimento do milho de segunda safra. Nos 2,4 milhões de hectares, 76% das áreas apresentaram condições boas nesta semana, com possibilidade de atingir ou superar o potencial produtivo, 21% têm situação mediana e apenas 3%, ruins.

A colheita da soja avança, atingindo 98% da área semeada na safra 2020/21, mesmo índice do período anterior. Das áreas a campo, 79% estão em condições boas e 31% são consideradas medianas.

BATATA E FEIJÃO – O documento elaborado pelo Deral mostra que os produtores de batata estão divididos em todas as tarefas da cultura: plantio, colheita, manejo e tratos culturais. Nesta semana, verificou-se que 96% do total da safra já estão plantados, enquanto 20% já foram retirados da terra.

As lavouras de feijão tiveram um decréscimo de quatro pontos percentuais nas que eram consideradas boas, em relação à semana anterior, e se posicionam em 76% agora. Outros 21% estão em condições medianas e 3% são consideradas ruins.

PECUÁRIA – O boletim registra, ainda, a importância da suinocultura no Paraná, presente em 49% dos estabelecimentos agropecuários. Também há um comparativo sobre as oscilações nos preços do leite pago ao produtor desde 2018.

Na avicultura, o documento analisa os custos de produção da atividade, que cresceram 6,8% em fevereiro. Em relação aos preços ao produtor, no atacado e varejo do frango de corte, o registro é de instabilidade em março.

Confira o Boletim de Conjuntura Agropecuária.

GALERIA DE IMAGENS